Um dia depois de acusar prefeitura de SP de quebrar sigilo
do ministro, Gilberto Carvalho nega nova operação para blindar ministro
iG São Paulo
Ministro da Secretaria-Geral
|
Um dia após o PT acusar a Prefeitura de São Paulo de quebrar o sigilo do ministro Antonio Palocci, o Palácio do Planalto veio a público para negar que esteja se apoiando na polêmica que cerca o kit contra a homofobia distribuído nas escolas para proteger o chefe da Casa Civil. O ministro Gilberto Carvalho rejeitou nesta quarta-feira a possibilidade de o governo estar negociando com as bancadas evangélica e católica a retirada do kit de circulação para evitar que o ministro seja convocado a prestar esclarecimentos no Congresso.
Deputados ameaçaram na noite de ontem, em plenário, apoiar a convocação de Palocci, caso o governo não retirasse as cartilhas e propagandas de homofobia. "Não tem toma lá dá cá", reagiu o ministro. "Nós oferecemos o diálogo e eles que tomassem a atitude que achassem consequentes. Eles é que decidiram suspender aquela história que estavam falando (apoiar convocação de Palocci)", prosseguiu o ministro. Carvalho também voltou a minimizar a polêmica que cerca o colega de Esplanada. "O Palocci está aí. Está trabalhando", disse.
Ontem, como antecipou o iG, o PT protocolou na Câmara Municipal de São Paulo requerimento no qual solicitou a relação completa de servidores municipais com autorização de acesso a dados fiscais de contribuintes do Imposto sobre Serviços (ISS). A desconfiança do partido é de que informações sobre a consultoria de Palocci tenham alimentado as matérias jornalísticas sobre a sua evolução patrimonial. Carvalho acusou abertamente a prefeitura de estar por trás do vazamento, levando a Secretaria de Finanças da administração municipal a reagir e negar qualquer acesso irregular ao cadastro da Projeto.
Hoje, o caso provocou mais reações. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse considerar difícil que a Prefeitura de São Paulo tenha vazado dados da empresa de consultoria Projeto, de propriedade de Palocci. O tucano, no entanto, ressaltou que cabe aos órgãos da prefeitura se pronunciarem sobre o assunto.
Já o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), classificou de "mentira infame" a acusação sobre a suposta quebra de sigilo. Além de negar qualquer participação do PSDB, ele disse acreditar que a responsabilidade pelo vazamento desses dados é da própria base aliada do governo Dilma Rousseff. "Não há dúvida de que isso se trata de fogo amigo", alfinetou.
Perillo lembrou que ainda que alguns tucanos se solidarizaram com o ministro diante das notícias sobre sua evolução patrimonial. "O governador Serra (José Serra, ex-governador de São Paulo) foi um dos primeiros a se solidarizar publicamente com o ministro Palocci, a mesma coisa foi feita pelo Aécio (senador Aécio Neves, de Minas Gerais) e eu também me solidarizei."
Nenhum comentário:
Postar um comentário