Uma ação conjunta entre Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde e o Hospital Sofia Feldman, de Minas Gerais, deu início nesta terça-feira (24) ao curso de Boas Práticas do Parto e Nascimento Humanizados, que será realizado na Fundação Santa Casa de Misericórdia durante três dias.
A atividade compõe o Plano de Qualificação das Maternidades do Norte, Nordeste e Amazônia Legal pelo Pacto de Redução da Mortalidade Infantil e Materna, com o objetivo de proporcionar conhecimentos nas práticas de produção de saúde e com classificação de risco, aplicando a Política Nacional de Humanização durante o pré-parto, parto e nascimento, além de fomentar discussão com os gestores e gerentes das maternidades nas áreas técnicas, atenção básica e especializada.
O médico obstetra João Batista Lima, coordenador nacional do Plano de Qualificação das Maternidades, veio a Belém para conduzir o curso, que incluirá debates teóricos e a observação da prática diária dos profissionais da Santa Casa e do Hospital de Clínicas. As duas fundações estaduais foram selecionadas a partir de critérios como taxas de mortalidade infantil, quantidade de partos realizados e referência na rede de atenção materna e perinatal no Estado.
“O propósito é dar suporte às duas maternidades que já mantêm um serviço de qualidade, mas que demandam treinamentos contínuos que visam repensar determinados procedimentos, como a dieta da futura mãe, a posição que dá mais conforto à mulher e, inclusive, o uso de medicamentos para estimular as contrações.
A presidente da Santa Casa, Maria do Carmo Lobato, ressalta que o incentivo proposto no curso vai ao encontro do que sempre foi praticado na rotina do hospital, definido por ela como uma casa de desafios. “Essa troca de experiências com profissionais de um serviço de reconhecimento nacional é imprescindível, pois elabora para a qualificação das ações já desenvolvidas na Fundação”, destacou.
Helio Franco, secretário de Estado de Saúde Pública, destaca ainda o compromisso dos participantes do curso em multiplicar os conhecimentos a que terão acesso. “Toda capacitação comporta novidades, tanto para profissionais quanto para os pacientes, a fim de melhorar o serviço ofertado. Será uma oportunidade de incentivar o parto normal, bem como a ampliação e qualificação pela cobertura do pré-natal”, ressalta.
“Isso a título de ação de diagnóstico e controle, pois o combate à mortalidade materna é uma preocupação constante da gestão. Na Santa Casa e no HC temos equipes qualificadas para fazer este acompanhamento, mas também pedimos a todas as mulheres que não esqueçam de se cuidar, não só durante a gravidez, mas também de se prevenir contra o câncer de útero, responsável pela morte da maioria das mulheres no Pará”, comentou Helio Franco.
“É vital que a mulher saiba que o pré-natal é fundamental para um parto seguro. “Ela tem direito a um pré-natal bem feito e pode exigir isso. Pode procurar as Unidades de Saúde da Família, que têm toda a capacidade de atender bem. Esse pré-natal vai fazer com ela tenha um risco muito menor de morte”, disse.
Um dos dados apontados no início do curso, já conduzido pelo obstetra João Batista Lima, é de que mulheres que dão à luz através de uma cesariana têm sete vezes mais risco de morte do que a que passa por um parto normal. “O parto normal hoje em dia é humanizado e tem muito mais vantagens que a cirurgia: a mulher sente menos dor no pós-operatório e tem uma recuperação muito mais rápida”, explica.
Os profissionais participantes do curso serão responsáveis pela definição de um plano de trabalho das boas práticas que serão aplicadas nas duas maternidades, além de serem os multiplicadores dos conhecimentos para o restante das equipes. Segundo as regras do Plano, os resultados também serão apresentados para gestores, profissionais da instituição, representantes da saúde estadual e municipal para formalização das pactuações necessárias. A intenção é que quanto mais socializadas as decisões, maior será o apoio na implantação do plano de trabalho definido a partir do curso.
O início do treinamento contou com a participação do procurador do Ministério Público Federal do Pará, Alan Mansur; do coordenador regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Fábio Atanásio, e demais representantes de diretorias da Sespa, da Santa Casa, do Hospital de Clínicas e Sindicatos dos Médicos, entre outros profissionais de saúde.
Mozart Lira - Ascom/Sespa
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