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quarta-feira, maio 25, 2011

Família de extrativistas assassinados colabora com as investigações

Cerca de 60 pessoas compareceram, até o final da manhã, ao velório do casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, assassinado a tiros na tarde de terça-feira (24), próximo ao assentamento onde moravam,  na zona rural de Nova Ipixuna, sudeste do Pará. Os corpos estão sendo velados na casa do irmão de José Cláudio, Claudenor Ribeiro Santos, de 52 anos, no bairro São Félix, em Marabá. Curiosamente, o corpo de Maria foi o mais procurado nesta manhã.
Na tarde desta quarta-feira (25), será realizado o enterro do casal, no cemitério público de Marabá. A família, muito abalada, tem-se mostrado reservada no contato com a imprensa e pouco fala sobre o assunto. Uma das mais emocionadas, Luísa Santos Sampaio, irmã de Maria, lembrou como o casal era determinado. “Eles eram muito corajosos e não tinham medo do enfrentamento. Sempre denunciaram crimes ambientais e tinham verdadeira adoração pelas castanheiras”, afirmou a professora Luísa.
Claudelice dos Santos, irmã de José Cláudio, mobiliza a família para marcar presença no enterro com um protesto contra a grilagem de terras, a extração ilegal de madeira e a violência contra os trabalhadores rurais. “Faremos uma passeata em protesto contra as mortes e pela causa ambiental”, disse. “Temos certeza de que eles foram mortos por causa da atuação na área ambiental”, completou.
Ela se mostrou cooperativa com a polícia, cuja cúpula está em Marabá prestando apoio aos familiares e empenhada em achar os assassinos. “A polícia já nos pediu informações e estamos repassando dados”. A imrã garante que a família tem alguns nomes de pessoas que já teriam feito ameaças ao casal, mas não pode falar para não atrapalhar a investigação. Claudelice afirma que o casal já havia registrado queixas na delegacia de polícia da cidade sobre invasões a sua residência, mas o secretário de Segurança, Luiz Fernandes, garante que não houve qualquer registro em nenhuma delegacia do sistema de segurança pública do Estado.
Na verdade, a denúncia fora apresentada ao Ministério Público Federal em Marabá, com nomes de madeireiros de Jacundá e de Nova Ipixuna que pressionavam os assentados daquela área, em Maçaranduba, para venderem suas terras ou colaborarem no desmatamento ilegal. O Ibama chegou a abrir um inquérito para apurar o caso. Os corpos do casal permanecem na casa onde estão sem do velados até às 15h, quando está previsto o enterro.
Lene Alves e Paulo Silber – de Marabá

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