- J. Raul Teixeira
Quando encarnamos, recebemos uma carga de fluidos vital
(fluido da vida). Quando este fluido acaba, morremos. Somos como a pilha que
com o tempo vai descarregando.
Chegamos ao ponto que os remédios já não fazem mais efeito.
Daí não resta alternativa senão trocar de “roupa” e voltar
para a escola planetária.
A quantidade de fluido vital não é igual em todos os seres
orgânicos. Isso dependerá da necessidade encantatórias de cada um de nós.
Quando chegamos na Terra cada um tem uma estimativa de vida.
Vai depender do que viemos fazer aqui.
Se viemos acertar as pendências biológicas por mau uso do
corpo, como no caso do suicídio, nós vamos ficar aqui pouco tempo. É só para
cobrir aquele buraco que nós deixamos. Exemplo: Se nossa estimativa de vida é
60 anos e nós, por abusos, desencarnamos aos 40 anos, ficamos devendo 20 anos.
Então, na próxima encarnação viverá somente 20 anos.
Mas há outros indivíduos que vem para uma tarefa prisional.
E daí vai ficar, 70, 80, 90, 100 anos. Imaginamos que quem vira os 100 anos
está resgatando débitos. Porque vê as diversas gerações que já não são as suas.
E o indivíduo vai se sentindo cada vez mais um estranho no ninho. Os jovens o olham
como se ele fosse um dinossauro. Os da sua idade já não se entendem mais porque
já faltam certos estímulos (visuais, auditivos, etc.). Já não podem visitar
reciprocamente, com raras exceções. Tornam-se pessoas dependentes dos parentes,
dos descendentes para levar aqui e acolá. Até para cuidar-se e tratar-se.
Então, só pode ser resgate para dobrar o orgulho, para ficar
nas mãos de pessoas que nem sempre gostam dela. Alguns velhos apanham, outros
são explorados na sua aposentadoria, outros são colocados em asilos onde nunca
recebem visitas.
Em compensação, outros vêm, cuidam da família, educam os
filhos em condição de caminhar, fecham os olhos e voltam para a casa com a
missão cumprida com aqueles que se comprometeu em orientar, impulsionar, a
ajudar.
Por isso, precisamos conversar com os jovens. Dizer a eles
que é na juventude que a gente estabelece o que quer na velhice, se chegar lá.
E que vamos colher na velhice do corpo o que tivermos plantado na juventude. Se
ele quiser ter um ídolo, que escolha alguém que esteja envolvido com a paz, com
a saúde, a ética, ao invés de achar ídolos da droga, do crime, das sombras.
E aqueles que não têm jovens para orientar e que estão
curtindo a própria maturidade, avaliar o que fizeram da vida até agora. Se a
morte chegasse hoje, o que teriam para levar? Se chegarem à conclusão que não
tem nada para levar lembre que: HÁ TEMPO.
Enquanto Deus nos permitir ficar na Terra, HÁ TEMPO, para
fazermos algum serviço no Bem seja ao próximo ou a nós mesmos, já que somos
Espíritos, ou seja, levaremos na memória espiritual o que fizermos: ser
voluntário em uma instituição de caridade, estudar, aprender uma língua, uma
arte, praticar um esporte. Enquanto respirarmos no corpo perguntemos: “O QUE
DEUS QUER QUE EU FAÇA?” Usemos bem o fluido que nos foi disponibilizado. A vida
bem vivida pela causa do Bem pode nos dar “moratória”, ou seja, uma sobrevida,
uma dilatação do tempo de permanência do Espírito no corpo de carne.
Então, há idosos em caráter expiatório e em caráter de
moratória.
Fonte: GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC
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