A Divisão
de Homicídios da Polícia Civil apresentou nesta terça-feira (18) os presos João
Otávio Franco Araújo, 18 anos, de apelido “Tavinho”; Leonardo Amorim Lima, 33,
de apelido “Léo”, e Fábio Maciel Farias, 27. Além deles, também está presa
Raíssa Helena Cordeiro Ribeiro, 24, já recolhida no Centro de Reeducação
Feminino, em Ananindeua, na região metropolitana de Belém. Eles são indiciados
sob acusação da autoria de duplo homicídio, em crime motivado pela rivalidade
entre membros de torcidas organizadas de Remo e Paysandu.
As
vítimas foram Venilson Nascimento de Andrade Júnior e Carlos Rodrigo Nascimento
Pereira, de apelido “Curica”. O crime aconteceu em 24 de junho deste ano, por
volta de 21h50, na área do canal da travessa Quintino Bocaiúva, bairro da
Cremação. Leonardo foi preso domingo passado, às 14 horas, em frente ao Estádio
Presidente Vargas, em Fortaleza (CE), onde assistiria ao jogo entre Fortaleza e
Paysandu, pelo campeonato brasileiro da Série C.
Todos já
estavam com prisão decretada pela Justiça por envolvimento no duplo homicídio.
Fábio Farias foi preso em casa, na rua dos Tamoios com Bom Jardim, no bairro do
Jurunas, na sexta-feira passada. À noite, João Otávio e Raíssa foram presos no
interior de um ônibus da torcida do Paysandu, que seguia em comboio para
Fortaleza, com o objetivo de torcer pelo clube.
Os
veículos foram interceptados na barreira da Polícia Rodoviária Federal (PRF),
na rodovia BR-316, durante operação que envolveu policiais civis da Divisão de
Homicídios e do Grupo de Pronto-Emprego, com apoio de policiais militares da
Ronda Tática Metropolitana (Rotam). Durante as apresentações dos presos, os
delegados Gilvandro Furtado, diretor da divisão, e Eduardo Rollo, presidente do
inquérito, deram detalhes do caso.
As
investigações evidenciaram que, dias antes do crime, “Tavinho” foi vítima de
tentativa de homicídio, que teria sido cometido por “Curica”, na época o
presidente da Torcida Remoçada. “Tavinho” era membro de uma facção da torcida
Terror Bicolor, do Paysandu, de nome “Bonde da Caveira”, que atua nos bairros
de Batista Campos, Jurunas, Condor, Cremação, Nazaré e Cidade Velha. O crime
não foi comunicado à polícia, por meio de boletim de ocorrência.
“Tavinho”
contou o fato a “Léo”, que era chefe do “Bonde da Caveira”. Os dois, juntamente
com Fábio e Raíssa, planejaram a vingança. Uma quinta pessoa pode também estar
envolvida no crime. No dia do assassinato, o grupo seguiu em um carro Fiat à
procura de “Curica”, que estava em frente à casa de Venilson, junto com outras
pessoas, no canal da Quintino. No local, duas pessoas desceram do carro e
atiraram contra “Curica” e Venilson.
Carlos
Rodrigo morreu no local, enquanto Venilson ainda chegou a ser levado com vida
ao Pronto-Socorro Municipal do Umarizal, onde morreu. Durante as investigações,
testemunhas reconheceram “Tavinho”, como um dos envolvidos no crime. Ainda de
acordo com os relatos, o carro usado no crime pertencia a “Léo”. Os presos
ficarão recolhidos na Central de Triagem, do Sistema Penitenciário do Estado, à
disposição da Justiça.
Segundo o
delegado Eduardo Rollo, “Léo” é apontado também como autor da morte de Liam
Cléber Araújo Nobre, de apelido “Carioca”, em 31 de julho deste ano, na avenida
Duque de Caxias com travessa Pirajá, na Pedreira. A vítima foi baleada e morreu
no dia seguinte, 1º de agosto. Outra pessoa – Patrick William – foi baleada,
mas sobreviveu. Na época, Liam era presidente da torcida Remoçada, do Remo.
Segundo
as investigações, “Léo” estava em um carro Polo preto, enquanto as vítimas
seguiam de moto. O veículo emparelhou com a moto, que passou a ser alvejada a
tiros. Patrick reconheceu Leonardo como o autor do crime.
Texto:
Walrimar Santos - Polícia Civil
Walrimar Santos - Polícia Civil
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