O presidente da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa),
Antônio Braga, esclareceu na tarde desta terça-feira (25), em entrevista
coletiva à imprensa, aspectos técnicos que levaram ao pedido judicial de
paralisação de trecho da obra do BRT localizado no anel viário do Entroncamento.
A ação foi motivada pela construção de um pilar de sustentação do elevado sobre
uma adutora da Cosanpa de 900 milímetros, inviabilizando possíveis intervenções
emergenciais para substituições ou reparos na rede de distribuição de água.
O assunto começou a ser discutido em janeiro deste ano,
quando a Prefeitura de Belém solicitou à Cosanpa o cadastro de água e esgoto da
área do Entroncamento, já considerando a implantação do BRT. A companhia
encaminhou o cadastro de todo o trecho da rodovia Augusto Montenegro até São
Brás e solicitou à prefeitura cópia do projeto para análise de possíveis
interferências nas redes de água e esgoto.
Em julho, a Cosanpa recebeu as primeiras reclamações de
moradores sobre a falta de água no bairro Castanheira. Uma equipe técnica
esteve no local e constatou que o problema era decorrente do corte de uma rede
de distribuição de 100 milímetros. A intervenção foi feita sem autorização
prévia da Cosanpa e dentro do canteiro de obras existente na rotatória do
Entroncamento.
Na mesma visita técnica, a equipe verificou o início da
construção de um pilar de sustentação do elevado e suspeitou que ele estivesse
sobre a adutora de 900 milímetros, responsável pelo abastecimento de água de
parte de Belém, Ananindeua e, futuramente, com a conclusão das obras do PAC 2,
Marituba.
Em reunião com a Cosanpa, segundo Antônio Braga,
representantes da Prefeitura de Belém e da construtora Andrade Gutierrez
assumiram o compromisso de reverter o rebaixamento da rede de 100 milímetros
para que houvesse imediata normalização no abastecimento, o que foi devidamente
concluído.
Outro ponto acordado
na reunião foi o envio à Cosanpa dos dados referentes à localização do bloco de
fundação de um dos pilares de sustentação do elevado para que fossem analisadas
as possíveis consequências da obra do BRT na adutora. Considerando a
possibilidade de uma situação emergencial de manutenção ou de reparo na
adutora, a Cosanpa solicitou perícia, no local, do Centro de Perícias
Científicas Renato Chaves.
Soluções - Após análise, a Cosanpa encaminhou ofício à
Gerência do Programa da Unidade Gestora de Projetos Especiais do Município de
Belém, manifestando desacordo com o posicionamento do pilar e apresentando duas
alternativas de soluções: reposicionamento do pilar com afastamento de três
metros da adutora ou afastamento para uma distância mínima de três metros do
pilar.
“Dado o avanço da obra do pilar, a Cosanpa deu um prazo de
cinco dias para que a Prefeitura de Belém se manifestasse quanto às propostas
apresentadas e alertando que seriam adotadas outras medidas. Como não houve
resposta, pedimos o embargo da construção do pilar sobre a adutora, mas
queremos deixar claro que em nenhum momento a Cosanpa se posicionou contra o
BRT porque entendemos que se trata de uma questão de mobilidade urbana
emergencial. O que queremos é encontrar uma alternativa para solucionar a
questão sem qualquer prejuízo à população”, afirmou Antônio Braga.
Caso a obra fosse concluída e na possibilidade de haver
qualquer reparo futuro da Cosanpa na adutora, seria necessária a intervenção no
trecho do BRT do Entroncamento, paralisando o trânsito e colocando em risco o
abastecimento de água. “Trata-se de uma adutora de alta pressão, que abastece
uma área de 350 mil pessoas e que é feita para durar muitos anos, mas o dia em
que houver uma demanda, precisamos ter acesso a essa rede. É uma questão de
segurança e de respeito aos nossos clientes. O que esperamos agora é que seja
encontrada a melhor solução para essa questão”, acrescentou o presidente da Cosanpa.
Texto:
Daniela Damaso-Cosanpa
Fone: (91) 3202-8426 / (91) 8883-1147
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