A sustentabilidade é um dos temas discutidos na programação
da XVI Feira Pan-Amazônica do Livro. Nesta quarta-feira (26) novamente o tema
está em pauta, desta vez no seminário “Diálogos sustentáveis sobre tecnologia e
sustentabilidade”, realizado pelo Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento
Sustentável (ITV), que irá discutir os aspectos desta relação até esta
quinta-feira, das 10h às 18h, na Sala Pará, no Hangar.
Segundo Luiz Gylvan Meira Filho, pesquisador titular do ITV
e doutor em Astrogeofísica pela Universidade do Colorado (EUA) a implantação do
Instituto no Pará é uma forma de criar opções de futuro por meio de pesquisas
para o desenvolvimento sustentável. Sobre a discussão deste tema na feira do
livro ele diz: “esta feira não é feita apenas de estandes para para vender
livros, é um evento cultural de Belém, que cobre assuntos que são de interesse
da região, a sustentabilidade é um deles”, avalia.
Em sua apresentação o pesquisador fez uma breve explanação
de como surgiu o conceito de sustentabilidade no mundo. “Em 1972, há 40 anos,
aconteceu a Conferência de Estocolmo, que pela primeira vez tratou da interação
entre homem e meio ambiente. Uma década depois dois artigos publicados tiveram
uma repercussão enorme na discussão nascente sobre sustentabilidade. O
primeiro, criado a partir de uma pesquisa realizada em ilhas do Caribe, definiu
que quanto menor a extensão do território, menor a biodiversidade. O outro
avaliava as mudanças climáticas que vinham acontecendo de forma mais abrupta. A
comunidade científica finalmente compreendeu a importância de sugerir e estudar
novas formas de interação com o meio ambiente”, explicou o pesquisador.
No contexto urbano o conceito de sustentabilidade também é muito
debatido. A pesquisadora do ITV e doutora em arquitetura pela Oxford Brookes
University (GBR), Ana Cláudia Cardoso, palestrou sobre os “Paradigmas de
desenvolvimentos e cidades na Amazônia”. Marabá, Parauapebas e Belém foram as
cidades foco das análises apresentadas pela pesquisadora. Segundo ela, a
ordenação urbana destes municípios é feita de forma equivocada, ignorando
condições como transporte, áreas de trabalho e, por consequência,
sustentabilidade destas cidades. “As políticas atuais para as cidades são pouco
sustentáveis. Vê-se Marabá e Parauapebas ordenando seus centros urbanos sob uma
lógica equivocada. Afastando a população mais pobre dos centros comerciais e de
trabalho, sem infraestrutura de transporte, aumentando os custos com
deslocamento de energia e gerando exclusão social”, sugere a pesquisadora.
Programação desta quarta-feira:
14h às 14h45
Palestra: A demanda de alimentos: possíveis soluções para o
futuro
Nelson Carvalho – Belém/PA
15h às 15h45
Palestra: Recursos Minerais do Pará: Quadro atual e
perspectivas
Rômulo Angélica – Belém/PA
16h às 17h
Palestra: Plano de Manejo Florestal Comunitário
Kleber Farias Perotes – Belém/PA
Coordenação: Instituto de Desenvolvimento Florestal do
Estado do Pará (Ideflor)
17h às 18h
Palestra: Concessão Florestal
Mauro da Silva Caldas – Belém/PA
Coordenação: Instituto de Desenvolvimento Florestal do
Estado do Pará (Ideflor)
Texto:
Julia Garcia-Secom
Fone: (91) 3202-0912 / (91) 8847-2281
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