Ponte sobre o rio Moju é reaberta à população
Da Redação
Agência Pará de Notícias
Agência Pará de Notícias
A ponte sobre o Rio Moju foi reaberta neste sábado (19), às 9h, com a
presença do governador Simão Jatene, secretários de Estado e autoridades da
região. A obra é resultado do trabalho intenso do grupo de trabalho coordenado
pelo Governo do Estado, que envolveu diversos órgãos para acelerar os serviços
desde que a ponte foi interditada, em março de 2014, quando uma balsa carregada
com 900 toneladas de dendê abalou e destruiu uma coluna da estrutura.
“Nem sempre damos valor ao que temos. Foi só depois que perdemos a
ponte, que nos demos conta do grande valor que ela tem para todos nós”, avaliou
João Nunes, que mora em Moju há mais de 30 anos. O marceneiro confirmou que a
população estava muito feliz em ter a ponte de volta. “Vivemos momentos bem
críticos depois do acidente dessa ponte. Sabemos que a administração não teve
culpa, mas foram dias complicados. Hoje estamos comemorando a recuperação
daquilo que havíamos perdido”, falou João Nunes, com um sorriso estampado no
rosto.
A doméstica Benta Prado disse que chegaria atrasada ao trabalho para
acompanhar a cerimônia de entrega da obra de reconstrução da ponte Moju Cidade.
“Ver os carros passando pela ponte nos garante que toda a cidade vai voltar a
ter o cotidiano normal e que não teremos mais que contar o tempo das idas e
vindas da balsa”, destacou.
Os trabalhos de reconstrução começaram cinco dias após o acidente. O
longo prazo de execução se justifica pelo cuidado especial com o meio ambiente.
Pontes são destruídas e reconstruídas com rapidez em outros cenários, com o uso
corrente de dinamite. Essa hipótese, porém, foi descartada desde o começo pelo
próprio governador Simão Jatene, que recomendou aos técnicos envolvidos a
solução de menor impacto ambiental possível, ainda que mais demorada.
“O primeiro impulso é fazer de qualquer jeito, até para evitar as
críticas, mas eu sempre tive a posição determinada de que não era para fazer a
obra de qualquer maneira e sim que ela fosse feita da forma que precisasse ser
feita, para que a gente não cometesse a leviandade de fazer um serviço sem
nenhum cuidado”, contou o governador Simão Jatene.
Por isso, a reconstrução só começou após a apresentação do estudo de
impactos e do plano de contingenciamento, prevendo medidas de segurança para
não assorear com entulho o rio Pará nem ameaçar a flora e a fauna da região,
além de garantir absoluta segurança aos operários. Daí a necessidade de
construir o pórtico de sete metros de altura, chamado A-Frame, usado para
cindir as peças de concreto de 190 toneladas que ficaram pendentes após a
fratura da ponte. “A maior demora dessa obra não se referiu a reconstrução em
si, mas a demolição do que havia sido destruído. Muitos cálculos precisaram ser
feitos”, reiterou Simão Jatene.
Trabalho - Enquanto a obra de restauração da integridade da Alça Viária, mais
importante via de ligação entre a região metropolitana e as rodovias de acesso
ao sul do Pará e à região portuária de Barcarena, estava em andamento, foram
disponibilizadas balsas para fazer o transporte gratuito de passageiros e veículos.
Algumas vias também foram restauradas para dar alternativas para o usuário. O
governador Simão Jatene fez questão de informar que a seguradora assumiu parte
dos custos.
“É bom que se diga isso para não parecer que o Estado não lutou para
garantir que isso acontecesse. A empresa reconheceu que foi um acidente e que o
Estado não tinha motivos para arcar sozinho o prejuízo. Ela foi parceira no
custeio das despesas que foram necessárias para que pudéssemos chegar onde
estamos hoje”, informou o governador. Jatene também acredita que as hidrovias
irão ganhar força em todo o estado e aproveitou para pedir que os profissionais
se capacitem para que naveguem pelos rios de forma segura.
O secretário de Transportes do Estado, Kléber Menezes, disse que toda a
equipe contava os dias para entregar a obra para a população. “Foram exatamente
20 meses e 27 dias. Nós sabíamos que estávamos fazendo certo e sabíamos que
íamos encontrar uma grande compreensão da população. Hoje estamos entregando
uma ponte reestilizada que privilegia dois pontos que acho de extrema
relevância: a segurança da população e a qualidade do serviço”, pontuou o
secretário.
O titular da Setran explicou que foram construídas defensas de proteção
dos pilares e que foi ampliada a sinalização náutica com maior número de boias
para orientar melhor o navegante. A ponte do Moju foi inteiramente
repavimentada e também recebeu iluminação com lâmpadas de led que permite ter
uma visão melhor do corpo da estrada. Para Lírio Cardoso, mestre de obras da
Paulitec, empresa responsável pelas obras na Moju Cidade, a reconstrução foi um
desafio para todos que trabalharam nela. “Deu bastante trabalho, mas foi muito
bom concluir essa estrutura com sucesso. O sentimento é de dever cumprido”,
comemorou.
O projeto de reconstrução começou pelo escoramento da estrutura
remanescente. Em seguida, foram retiradas do leito do rio todas as ruínas de
concreto, com o auxílio de mergulhadores. A partir daí, vieram as fases mais
delicadas: a instalação do A-Frame no topo da ponte, a articulação das
“línguas” de concreto para o corte e a retirada, a desconstrução dos tabuleiros
afetados pelo choque da balsa, a reconstrução do pilar 14 e reforço das demais
colunas e, finalmente, a restauração das lajes maciças de concreto sobre as
quais foi finalizada a pista para tráfego de veículos. A ponte ganhou ainda
novo sistema de iluminação. Em toda a extensão, de 868 metros, há postes com
placas de energia solar, o que gerará mais economia e sustentabilidade.
“O povo de Moju sonhou com a construção dessa ponte, mas, sem dúvida,
sonhamos ainda mais com a reconstrução dela. Nós estamos muito felizes por esse
dia ter chegado”, relatou o prefeito de Moju, Deodoro Rocha, conhecido como Ie
Ié, que destacou que a demora pela conclusão da obra é justificada pela
necessidade de fazê-la respeitando todas as etapas necessárias. “O governador
foi muito feliz quando priorizou a responsabilidade na sua construção. E hoje,
Moju está em festa”.
Na ocasião, o
prefeito destacou as obras do governo em seu município como a construção da
Escola Estadual de Ensino Médio Professora Ecila Pantoja da Rocha, a
implantação do Corpo de Bombeiros, o programa Asfalto na Cidade e a Unidade Pro
Paz. O gestor municipal também chamou a atenção para as obras que estão em
andamento como a ampliação do Sistema de Abastecimento de Água, o projeto de
drenagem de vias e a construção da nova feira.
Dani Filgueiras
Gabinete do Governador
Gabinete do Governador
SIMÃO JATENE
Amigas e amigos,
Um dos desafios importantes da
gestão pública é a necessidade de compatibilizar, além dos custos, a qualidade
e o tempo das realizações, especialmente numa região de muitas carências como a
nossa. E a experiência de reconstruir a ponte Moju-Cidade, na Alça Viária, foi
uma prova disso.
Lembro que estavam aceleradas as
obras de reconstrução da Alça Viária e da PA-150, de Marabá para Belém, que
recebemos quase intransitáveis - aliás como precário continua o trecho
Marabá/Sul do Pará, que foi federalizado, quando fomos surpreendidos pelo
acidente provocado pela balsa que destruiu parte da ponte do Mojú,
interrompendo o tráfego entre a Região Metropolitana e o Porto de Barcarena e o
Sul do Estado, nos fazendo voltar no tempo mais de uma década, para uma
situação superada pelo saudoso ex-governador Almir Gabriel, quando construiu a
Alça-Viária.
Imediatamente, a crise instalada mostrou-se
terreno fértil para a crítica fácil e as soluções mirabolantes para
"resolver de qualquer jeito". E com a aproximação do ano eleitoral,
não foram poucas as tentativas de manipulação da opinião pública por parte do
já conhecido grupo político sem escrúpulos, que não perde a esperança de mais
uma vez usar o Estado e nossa gente.
Entretanto, a opção foi sempre
assumir que se fizesse o que precisava ser feito e graças a isso, tivemos hoje
a felicidade de devolver à população uma ponte ainda mais segura, com toda a
sua estrutura reforçada e não somente o trecho fraturado pelo choque da balsa.
Uma ponte reconstruída sob a premissa da qualidade e o compromisso da
segurança, como demonstra o fato de terminarmos esta longa jornada sem a
ocorrência de nenhum acidente.
Nós tínhamos uma escolha a fazer
e fizemos. Entre a opção de, por exemplo, acelerar os trabalhos, utilizando
dinamite, ferindo o meio ambiente e atropelando protocolos de segurança sob o
perigoso argumento de que os fins justificam os meios, e a alternativa de
preservar a qualidade e a segurança, ainda que essa escolha significasse uma
jornada de trabalho muito mais longa, ficamos com a segunda opção.
Amigas e amigos,
Por tudo isso voltei hoje a Mojú,
não para inaugurar ou re-inaugurar uma ponte ou algo do gênero. Não! Voltei
para agradecer. Agradecer a paciência dos usuários da estrada, mas também dos
moradores da cidade que viram suas vidas serem desorganizadas e tiveram que
conviver um longo tempo com uma situação excepcional. Voltei mais uma vez e
encontrei uma bela festa e recebi o carinho impagável de uma gente que rejeita
a manipulação e o oportunismo e prefere a verdade ainda que muitas vezes seja
inconveniente.
Foi um belo momento que confirma
como "as pontes" aproximam pessoas e destinos, ampliando os
horizontes de quem vive e trabalha neste chão amazônico entrecortado pelas
águas dos nossos rios. Rios generosos, que não nascem para nos afastar, mas para
nos unir e para que a vida siga seu curso.
Parabéns e Obrigado.
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