Na manhã
desta segunda-feira (4) o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBM) divulgou o
balanço da operação de vistoria às casas noturnas da capital paraense, feita
entre os dias 29 de janeiro e 3 de fevereiro. Dos 44 estabelecimentos
fiscalizados, apenas um não apresentou nenhuma pendência e está completamente
de acordo com as normas de segurança obrigatórias para funcionamento.
As
equipes da Diretoria de Serviços Técnicos e Centro de Atividades Técnicas dos
Bombeiros, responsáveis pelo trabalho de fiscalização, solicitaram a interdição
de 14 estabelecimentos no período da vistoria. Destes, cinco regularizaram suas
situações e nove continuam com as portas fechadas. Segundo Coronel João
Hilberto Figueiredo, Comandante Geral do CBM, o reforço nas vistorias técnicas
é um serviço feito periodicamente e foi intensificado neste começo de ano. “A
tragédia de Santa Maria motivou equipes dos Bombeiros em todo o país a reforçar
as atividades de fiscalização. As maiores preocupações são com a saída de
emergência e revestimento de paredes e utensílios dos locais de festa”,
destacou o comandante.
Segundo
dados divulgados pelos Bombeiros, 61% dos locais vistoriados apresentaram
irregularidades nas saídas de segurança. O major Oliveira, sub-chefe do Centro
de Atividades Técnicas, explicou que as edificações são tipificadas de acordo
com as características específicas e que as determinações de segurança mudam
conforme as características do imóvel. “Os tipos, número e distância percorrida
até a saída de emergências de casas noturnas mudam conforme especificidades e
tipificação do imóvel. O que é comum para todos é a obrigatoriedade da
sinalização das rotas de fuga e saídas de emergência, que devem ser dispostas
próximas ao teto e ao chão, e o controle dos materiais de revestimento de
móveis, cortinas e de piso e parede”, explicou o major.
Uma das
principais alterações que foram solicitadas às casas noturnas autuadas foi a
adequação das portas das saídas de emergência. “Em locais com lotação acima de
100 pessoas é obrigatória a porta que abra no fluxo de saída, a partir de 200 é
necessário portas duplas que possuam barra anti-pânico, aquelas que destravam
automaticamente quando as barras são pressionadas. Muitas casas tiveram que se
adequar esta semana”, disse o major Oliveira.
Os
revestimentos são outro fator fundamental para a segurança do público e retardo
de um incêndio. Paredes, isolamento acústico e mobiliário próprio podem
garantir a fuga das pessoas em caso de incêndio. Em uma simulação apresentada
pelos bombeiros, enquanto um ambiente é tomado pelas chamas em pouco mais de 3
minutos, o outro demorou quase meia hora para incendiar completamente. A
diferença entre os dois locais era o tipo de material utilizado em móveis,
cortinas e paredes.
“A cada
dez mortes em incêndio, oito são por causa dos elementos tóxicos das fumaças.
Materiais anti-chamas fazem a diferença no salvamento das pessoas e dão ao
público a oportunidade de fugir de uma situação de incêndio com mais segurança
e maior tempo. Se os proprietários da boate Kiss tivessem respeitado esta
determinação, as perdas seriam menores”, garantiu o major Oliveira.
Novidades
Ainda
segundo o major Oliveira, algumas mudanças serão exigidas a partir destas
vistorias realizadas e do incêndio na boate Kiss em Santa Maria. A primeira
delas é a obrigatoriedade em fixar, ao lado da bilheteria do estabelecimento, a
lotação máxima do local, além do documento oficial emitido pelo CBM que indica
este número. Outra exigência será o uso de extintores polivalentes, que tem
maior eficácia do que os equipamentos comuns, que utilizam água e pó e, ainda,
a sugestão de uma mudança curricular nos cursos de formação dos agentes de
segurança. A sugestão do CBM é que a disciplina de Brigada de Incêndio seja
mais completa e ampliada.
O
trabalho, feito em pareceria com a Polícia Civil do Pará, será ampliado para
outros tipos de estabelecimentos. As igrejas e templos religiosos são as
próximas edificações a serem vistoriadas pelas equipes do Corpo de Bombeiros. A
população também é um agente fiscalizador e pode denunciar qualquer
irregularidade aos órgãos competentes através dos números 3231-0717 / 32310737
e pelo 190.
Os nove
estabelecimentos que estão impedidos de funcionar são:
1 - Acaí
Biruta (Rua Siqueira Mendes, nº 172 - Cidade Velha);
2 - Boate
Casa Blanca - atual Cariocas Bar (Av. Senador Lemos, nº 175 - Umarizal);
3 - Boate
Malícia (Trav. Rui Barbosa, nº 375 - Reduto);
4 -
Parrila (Av. Serzedelo Corrêa, nº 1075 - Batista Campos),
5 -
Tapere bar (Av. Magalhães Barata, 601 - São Braz);
6 -
Locomotiva - boate 24 horas (Av. Pedro Alvares Cabral, nº 4765 - Sacramenta);
7 -
Cidade Folia (Av. Almirante Barroso s/n - Entrocamento);
8 -
Estação Show - Sereia Drinks (Av. Pedro Alvares Cabral, nº 24); e
9 -
Rancho "Não Posso Me Amofiná" (Trav. Honório José dos Santos, nº 758
- Jurunas).
Texto:
Julia Garcia - Secom
Julia Garcia - Secom
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