Apesar do número considerável de mortos elevados pelo povo à
categoria de almas milagrosas e benfazejas, há no Cemitério de Santa Isabel uma
que chama atenção por sua peculiaridade: é o Dr. Camilo Salgado, nascido em
22-05-1874 e falecido em 2-03-1938. Camilo Salgado, em vida, exerceu a
profissão de médico, (foi um médico generalista, ou seja, tratava de várias
doenças) e foi um dos fundadores da Sociedade Médico-cirúrgica do Pará, em 15
de agosto de 1914 e da Faculdade de Medicina do Pará, em 1919, além de ter
exercido mandatos políticos, como vereador e governador interino, professor,
tornando-se, portanto, uma figura pública.
No entanto, consta que sua
fama se fez realmente como médico-cirurgião, clinicando em hospitais como a
Santa Casa de Misericórdia do Pará, Hospital da Ordem Terceira e Beneficência
Portuguesa, que inclusive o homenageou com uma dedicatória em mármore sobre o
seu túmulo. O médico teria sido muito zeloso para com aquelas pessoas que
necessitavam de seus serviços, sobretudo as mais pobres, ganhando, assim, a sua
admiração e respeito. Esse prestígio ficava já evidenciado na notícia que
registrava sua morte, no dia 3 de março de 1938, aos 64 anos, e que exaltava
suas qualidades:
“Ao par dessa competência
technica, o que seduzia em Camillo Salgado era, sobretudo, o seu grande e
adamantino coração, propenso sempre ao soffrimento alheio. A medicina, para
esse apóstolo da ciência, não foi nunca um ganha-pão, um meio de enriquecimento
rápido, ou uma especulação da afflição humana: foi apenas um pretexto para que
a sua innata e clara bondade melhor e mais puramente se exercitasse”.
Camilo Salgado que morou no Jurunas, na Rua dos Pariquis, teve uma
farmácia que foi a falência, por doar remédios de graça aos pacientes pobres. O
médico dos enfermos é reverenciado nos
centros espíritas, principalmente na Casa do Caminho, para onde Camilo Salgado
envia seus pacientes (quando estes pacientes consegue ouvi-lo ou vê-lo) para
complemento de curas,
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