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O Pará não sofrerá perdas
financeiras por causa da redução nas contas de energia elétrica. A garantia
foi dada ao vice-governador do Pará e secretário especial de Estado de
Gestão, Helenilson Pontes, pelo diretor geral da Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, em reunião nesta segunda-feira (28), em
Brasília. Helenilson foi à Aneel acompanhado de prefeitos e membros da
bancada federal.
O vice-governador aproveitou para
pedir uma revisão nos royalties pagos aos municípios paraenses afetados pela
geração de energia hidrelétrica. “Tanto os que já são afetados pela
hidrelétrica de Tucuruí quanto os que virão a ser afetados por Belo Monte e
futuras hidrelétricas do Tapajós”, disse. “Não podemos permitir que o Pará
seja apenas um almoxarifado de energia elétrica do Brasil. O potencial
energético é da União, mas os impactos sociais, econômicos e ambientais são
do Estado e seus municípios”, completou.
Nelson Hubner tranquilizou a
comitiva paraense, afirmando que o Estado e municípios paraenses não sofrerão
perdas por conta da redução nas tarifas de energia elétrica. Ao mesmo tempo,
não garantiu reajuste nos repasses dos royalties. “Eles já são feitos,
anualmente, baseados nos índices econômicos”, disse. O prefeito de Nova
Ipixuna, Sebastião Santos, informou que recebeu de royalties em janeiro R$ 89
mil. É pouco para um município tão afetado pela instalação de uma
hidrelétrica.
“Os caminhões pesados que
atravessam a cidade estragam o calçamento, e o custo de reparação é alto”,
disse o prefeito, citando o que ele chama de “apenas um” dos muitos problemas
causados por receber uma hidrelétrica. Sebastião Santos disse ainda que o
repasse varia dos R$ 89 mil recebidos este mês até cerca de R$ 200 mil quando
o nível da barragem está alto e a geração de energia é maior.
O Pará, que deverá se tornar, em
futuro relativamente próximo, o maior produtor nacional e exportador de
energia elétrica, não arrecada um centavo sequer de tributo em toda a energia
comercializada para as outras unidades da federação. O recolhimento de
royalties, que rendeu às prefeituras dos sete municípios localizados próximos
da barragem a importância de R$ 260 milhões nos últimos dez anos, é uma ajuda
efetiva aos municípios, mas não responde às necessidades do Estado.
Impactos – Helenilson
Pontes disse que dois pontos importantes foram discutidos na reunião. O
primeiro, a preocupação do Governo do Pará com a população paraense. O Estado
pediu mais transparência e governança sobre a receita a partir da geração de
energia. O segundo item abordado são os impactos das recentes medidas
econômicas para o Estado e municípios. “Precisávamos nos certificar que o
Pará não sofreria perdas com essa redução na conta de energia, mais do que já
perdemos atualmente”, disse o vice-governador.
Para ele, a compensação pela
geração de energia deveria seguir as mesmas regras da exploração de petróleo.
“Se o petróleo é explorado no Rio de Janeiro e levado para industrialização
em São Paulo, por exemplo, deixando de recolher ICMS para o Estado produtor,
a compensação vem com um pagamento maior de royalties ao Rio. Com a energia
deveria ser semelhante, já que o Pará é Estado produtor, gerador”, comparou.
Se o Pará não conseguir alterar a
Constituição, Helenilson Pontes entende que talvez seja o caso de pleitear um
aumento na alíquota dos royalties da energia, o que pode ser feito por
simples medida provisória. Ele prometeu mobilizar a bancada paraense em
Brasília para discutir o assunto antes que as futuras hidrelétricas tragam
compensações pequenas ao Estado, como aconteceu com Tucuruí.
“Não somos contra a instalação de
hidrelétricas como a de Belo Monte, mas do modo como essa implantação
está sendo feita, com poucos detalhes de compensações, inclusive em áreas
sociais, como segurança e educação, tornam-se desinteressantes projetos como
esses”, finalizou. Estiveram com o vice-governador em Brasília os prefeitos
de Itupiranga, Tucuruí, Jacundá, Novo Repartimento, Vitória do Xingu, Nova
Ipixuna e Goianésia do Pará.
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Texto:
Pascoal Gemaque-Secom |
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segunda-feira, janeiro 28, 2013
Pará não perde com a redução nas contas de energia elétrica, diz Aneel
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