Seduc lança 2ª edição de revista eletrônica com trabalhos científicos
de professores do Estado
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Professores, alunos e pesquisadores da rede estadual de ensino
participaram, nesta sexta-feira, 14, às 16h, no auditório do Conselho
Estadual de Educação (CEE), do lançamento da 2ª edição da revista eletrônica
“IN Formaç@o”, que reúne os trabalhos científicos e de
pesquisa realizados pelos professores da rede pública de ensino.
A revista é um projeto da Secretaria de Estado de Edução (Seduc),
realizado por meio do Centro de Formação de Profissionais da Educação Básica
do Estado do Pará (Cefor), o qual viabiliza a publicação de relatos de
experiências e de artigos científicos que contribuem para a produção e
difusão do saber acadêmico.
Segundo o professor Marcelo Carvalho, responsável pela revista, a
edição quer justamente valorizar o trabalho dos professores. “Divulgar a
produção científica dos professores e demais funcionários da Seduc, assim a
revista dá visibilidade para os trabalhos desses docentes, que são tão
comprometidos pelo desenvolvimento da educação”.
O professor Edson Oliveira, do município de Parauapebas e coordenador
de apoio pedagógico da Secretaria de Educação da cidade, teve o seu trabalho
“Gêneros Textuais” publicado na revista. “Está sendo uma conquista muito
importante para mim, é uma sensação inexplicável ter o meu trabalho bem
aceito e acolhido pela revista. Tenho muito a agradecer a muitas pessoas que
me ajudaram nessa caminhada, principalmente minha mãe, que conseguiu me
passar a importância do conhecimento e da pesquisa, pois me realizo com o
estudo e construção do conhecimento”.
A aluna Dinalva Corrêa, do Centro de Recuperação Feminino de
Ananindeua, participou do lançamento, pois foi uma das alunas citadas no
trabalho da professora Kátia Passos. A estudante teve seu texto analisado
pela professora e integra o artigo “As TIC’s nas séries iniciais da EJA para
pessoas privadas de liberdade em unidades penais do estado do Pará".
“Estou muito feliz por estar de alguma forma participando, pois a
professora lembrou da minha história, do que passei na infância e minhas
dificuldades. Vou terminar o Ensino Fundamental e continuar os meus
estudos”, disse a aluna.
Carlos Miranda, coordenador do Cefor, disse que o lançamento da
revista nesta data foi para homenagear esses professores, já que o Dia
15 de outubro é destinado a todos os docentes do Brasil. “Sabemos que
amanhã é dia desses profissionais tão importantes para a nossa educação
e desenvolvimento do nosso país e esse espaço de divulgação e de conhecimento
é muito importante para todos eles”, destacou.
O secretário adjunto de Ensino, José Roberto Silva, esteve presente no
lançamento e lembrou que a publicação de uma revista que valoriza o trabalho
científico dos professores do estado foi idealizada por ele quando ainda era
coordenador do Cefor. “O objetivo é oportunizar para a rede os trabalhos que
os nossos professores vêm desenvolvendo, pois muitos são oriundos das ações
dentro das escolas e isso é o mais importante para nós”, destacou o
secretário.
Membro do Conselho Estadual de Educação, ex-secretário
adjunto de Ensino da Seduc e atualmente professor da Universidade do Estado
do Pará (Uepa), Licurgo Brito também participou do evento. O
ex-secretário parabenizou o Cefor pela iniciativa e a todos os
professores que estão participando desta edição da revista.
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Texto:
Eliane Cardoso |
Apoiados pela Emater produtores de hortaliças e frutas orgânicas visam
expansão da produção no Tauá
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A Associação de Produtores e Produtoras Rurais da Comunidade de Campo
Limpo (Aprocamp), de Santo Antonio do Tauá, no nordeste paraense, trabalha
com hortaliças e frutas orgânicas certificadas pelo Instituto de Biodinâmica
(IBD), uma empresa que desenvolve atividades de inspeção e certificação
agropecuária, de processamento e de produtos extrativistas, orgânicos, e
biodinâmicos do mercado justo (Fair Trade).
A Aprocamp é uma das organizações sociais assistidas no município pela
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará
(Emater-Pará) e na próxima segunda-feira (17) representantes do Banco do
Brasil farão uma visita à comunidade de Campo Limpo, com apoio técnico e
operacional da Emater, para avaliarem a viabilidade de aumentar a produção
desenvolvida pelas 12 famílias de pequenos produtores que trabalham na
Aprocamp. Juntas elas produzem cerca de 36 mil maços de hortaliças por
semana, ou seja, cerca de 3 mil maços semanais de hortaliças por família.
Os agricultores familiares do município já possuem certa tradição na
produção com a utilização de biofertilizante. A Emater desenvolve um
projeto que inicialmente selecionou 18 comunidades olericultoras e
fruticultoras, divididas em cinco polos, com cinco Unidades Demonstrativas.
Desde então, difunde a prática junto a olericultores e fruticultores locais,
através de trabalho interdisciplinar.
O técnico em agropecuária Ailson dos Santos Cardoso coordena a ação
local. Ele falou que o projeto contempla várias metodologias com
acompanhamento permanente. Informa também que alguns produtores já são
certificados por produzirem orgânicos, e os que ainda não o fazem podem
aderir a qualquer momento.
Segundo ele, a adesão aos tratos naturais tem alcançado resultados
positivos, entre eles; a queda na invasão de pragas, diminuição de
perdas e aumento da produção e produtividade, bem relevantes para a
comercialização dos produtos em Belém (cuja demanda exige cada vez mais
produtos certificados organicamente).
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Texto:
Edna Moura |
Super-herois salvaram o sábado de crianças internadas no Hospital
Oncológico Infantil
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Homem-Aranha, Zorro, Super-Homem e Batman tomaram os telhados de São
Brás na manhã deste sábado, em Belém. Cinematográfica, a ação surpresa
dos heróis chamou a atenção dos que passavam pelas ruas por volta das 9h30 da
manhã. Equilibrados em parapeitos e depois pendurados nas alturas, descendo
pelas paredes, eles cumpriam uma missão importantíssima: levar sorrisos às
crianças do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, a maior referência em
saúde pública para tratamento do câncer para crianças e adolescentes de zero
a 19 anos no Pará.
Realizada por sete funcionários da empresa Enil Engenharia, a ação deu
início à primeira revitalização da fachada do hospital, programada para
acontecer a cada ano. O Hospital Oncológico Infantil completou um ano de
funcionamento no último dia 12 de de outubro, sob gestão da Organização
Social de Saúde (OSS) Pró-Saúde, em contrato firmado com a Secretaria de
Estado de Saúde (Sespa).
Ainda eram pouco depois das 9h quando o pintor e montador Marco
Antônio, 47, e o pedreiro Antônio Júnior, 54, funcionários da empresa que
realizará os reparos nas vidraças e no acabamento da fachada do Hospital
Oncológico Infantil, seguiam vestidos com o tradicional uniforme vermelho e
azul do Homem-Aranha pela escada que dá a acesso ao telhado do hospital.
Lá em cima, já indo ao encontro de colegas trajados também de Batman e
Zorro, cuidavam para checar a segurança de cordas e se prendiam
a ferramentas de rapel. Pouco depois de darem uma boa olhada no céu
ensolarado e sem nuvens da manhã de sábado, venceriam o parapeito do telhado:
pendurados por cordas, desceram suavemente em direção às janelas que davam
para a sala de recreação do primeiro andar do hospital. Lá, crianças de
várias idades, acompanhadas pelos pais, correram curiosas à vidraça quando os
super-heróis surgiram finalmente nas suas janelas.
“Ah, isso é muito bom. As crianças adoram, não é mesmo. Meu filho é fã
do Homem-Aranha. Tem tudo dele em casa”, sorria Patrícia Alves de Oliveira,
30, mãe do pequeno Caio Gabriel de Oliveira, de um ano e oito meses. A
família é de Uruará. Para que ele pudesse fazer o tratamento em Belém, a
pequena agricultora teve que se ausentar um pouco da rotina de casa. Lá
ficaram o marido e a filha de nove anos.
Faz 20 dias que Caio está internado no Oncológico Infantil.
Frequentemente acamado, devido ao rigor de seu tratamento, o garoto varia a
rotina diária com as idas à área do hospital onde as crianças podem encontrar
brinquedos e se divertir um pouco. “Ele se anima muito quando isso acontece”,
garante a mãe. No colo, Caio aponta sorrindo para a janela, maravilhado com a
inesperada visita do lado de fora da janela.
“Isso é uma coisa muito legal. É a primeira vez que nos fantasiamos
para fazer isso. Assim se trabalha com prazer, com gosto, porque é por uma
boa causa, não? Ver essas crianças sorrindo é tudo. É uma coisa que
emociona”, resumiu Marco Antônio.
Tudo por elas
“A ideia de fazer a revitalização da fachada de nosso hospital com os
super-heróis surgiu de uma necessidade de manutenção anual que acaba se
aliando às nossas ações de humanização do atendimento. Trazer esse
encantamento para essas crianças é fundamental, pois ameniza o stress do
internamento. Muitas crianças passam grandes temporadas no hospital e
por isso são importantes essas rotinas”, justifica Sthéphanie Valdívia,
diretora de apoio do Hospital Oncológico Infantil Octavio Lobo.
Ela esclarece: a rotina de funcionários fantasiados, pelo menos a cada
quinze dias, nas mais diversas tarefas e atividades que envolvem o tratamento
e acolhimento no hospital, é algo que já faz parte dos cuidados com as
crianças.
As ocasiões variam: assim, vários colaboradores, de enfermeiros e
técnicos de laboratório a até porteiros, já experimentaram o gosto de fazer
os meninos e meninas sorrirem nos corredores. A própria diretora do hospital,
no início de outubro, encarnou a princesa Elsa, heroína do filme Frozen, para
uma programação interna do Oncológico Infantil Octavio Lobo. “Quando meus
filhos me viram em casa ficaram superanimados. Isso é um termômetro do
que uma simples ação dessa pode significar para uma criança”.
São várias ações como essa no hospital. No projeto “Sou Super-Herói”,
o setor de humanização do hospital incentiva os colaboradores de diversos
setores a encarnarem personagens uma vez por mês e em atividades
programadas. Já o “Canto do Chef” leva as crianças para o refeitório,
para que participem dos trabalhos de montar suas próprias refeições. “São
atividades que elas estariam fazendo em casa. E há grandes impactos nas
crianças em internamento. Esses eventos mexem muito com a animação das
crianças e também com os colaboradores. Eles se sentem muito especiais em
cumprir essas missões”.
Inaugurado em outubro de 2015, o Hospital Oncológico Infantil Octavio
Lobo tem hoje 108 leitos disponíveis para o tratamento de crianças com
cêncer. São 98 destinados à internações e dez reservados em UTI.
A revitalização da fachada do hospital, que exigirá a lavagem de
janelas e esquadrias e outros serviços secundários, deve durar de dois a três
meses. E todas as atividades serão feitas com os uniformes especiais de
super-heróis, sempre aos finais de semana.
O engenheiro da Fábio Pueres, responsável pelos trabalhos dos
super-heróis que estão fazendo a manutenção da fachada do hospital, diz que a
tarefa animou os trabalhadores. “Os operários adoraram. É um momento ímpar,
que sensibiliza nossos corações”, admite Pueres, que há duas décadas
presta serviços de engenharia e nunca havia feito nada parecido. “É nossa
primeira experiência nesse sentido. Ficará gravado na nossa memória”.
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Texto:
Lázaro Magalhães |
Escola Deodoro de Mendonça forma mais de 50 técnicos
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Carlos Almeida, 44, Ericka Antunes, 34 e Cleide Pena, 40, pessoas com
trajetórias de vidas diferentes, que tinham algo em comum, continuar os
estudos depois de alguns anos longe das salas de aula e ter uma profissão
reconhecida na qual pudessem seguir carreira.
O grande dia ocorreu nesta sexta-feira,14, durante a cerimônia de
entrega do grau de nível técnico para 52 formandos da Escola Estadual de
Ensino Médio e Profissionalizante Deodoro de Mendonça. Joseane Figueiredo,
diretora de Ensino Médio e Profissionalizante da Secretaria de Estado de
Educação (Seduc), que outorgou o grau aos formandos, destaca a importância da
oferta destes cursos na rede pública de ensino. “No mapa do emprego
no estado do Pará pesquisas do Dieese mostram que há postos de trabalho, no
entanto falta mão de obra qualificada. Baseada nesse estudo, a
secretaria faz a oferta dos cursos conforme a necessidade em cada uma
das 20 escolas tecnológicas em todo o estado, de acordo com a demanda de
mercado”, explicou.
Humberto Farias, diretor do Deodoro de Mendonça, explica que hoje
a escola tem mais de 2 mil alunos matriculados no Ensino Médio e nos cursos
profissionalizantes. “Temos quatro cursos profissionalizantes, que são:
Segurança no trabalho, informática, logística e contabilidade e qualquer
pessoa que concluiu o ensino médio pode se inscrever no processo seletivo
para cursar a modalidade integrado. A subsequente é para quem só
concluiu o ensino fundamental ou então o ProEja para aqueles que estão fora
da faixa etária e ainda não concluíram o ensino médio”.
Para participar da seleção basta acessar o site da Seduc (www.seduc.pa.gov.br). Foi
o que fez o vendedor ambulante Carlos Almeida, que hoje acordou técnico em
informática. “Meu sonho sempre foi fazer um concurso público e hoje estou
habilitado, pois me formei e já comecei a me inscrever para a minha área”,
disse ele, acompanhado da paraninfa, Carla Farias, 20, filha que é aluna
do curso de Nutrição da Universidade Federal do Pará. “É motivo de muito
orgulho estar ao lado do meu pai nesse momento, pois sei que lutou muito para
concluir o curso, pois ao mesmo tempo tinha de garantir o sustento da
família”, detalhou.
Ericka Antunes, técnica em Contabilidade, aprendeu o ofício com o marido
e há muitos anos o ajudava na profissão. “Mas agora é diferente, vim
para a escola, aprendi aqui e tenho meu diploma. Daqui para frente vou em
busca do meu curso superior”, disse.
Já a técnica de segurança no trabalho Cleide Pena, tinha
ficado 10 anos fora da escola desde que terminou o ensino médio, mas agora
não quer mais parar de estudar. “Estou me aprimorando, fiz também um curso de
bombeiro civil e estou me preparando para fazer outro de qualidade de vida no
trabalho. Além de ajudar na hora de participar de um processo seletivo,
também é fundamental no desempenho das nossas funções como técnica em
segurança no trabalho”, disse a secretária, que se prepara para trabalhar, em
breve, na área em que se qualificou.
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Texto:
Kátia Aguiar |
Instituições debatem integração de programas para proteção a pessoas
ameaçadas de morte
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Em reunião na manhã desta sexta-feira (14), a Secretaria de Estado de
Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) apresentou a outros órgãos e instituições
os dois programas de proteção às pessoas ameaçadas de morte desenvolvidos
pela secretaria: o Programa de Proteção às Crianças e Adolescentes Ameaçados
de Morte (Ppcaam) e o Programa de Proteção às Vítimas e Testemunhas Ameaçadas
de Morte (Provita).
O objetivo dessa apresentação, de acordo com o secretário de Justiça e
Direitos Humanos, Michell Durans, é promover a integração de outras
secretarias e instituições do Estado para colaborar e fortalecer os
programas. “Nós precisamos garantir a segurança das pessoas ameaçadas de
morte de forma plena e integrada. Por conta disso, é fundamental que os
órgãos e entidades estatais conheçam os programas e possam colaborar de
alguma maneira com eles”, afirmou.
Para o promotor de Justiça Alcenildo Ribeiro da Costa,
representante do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) no encontro, a
proposta de somar forças para o melhor funcionamento dos projetos é de
fundamental importância para a sociedade. “Espero que cada um entenda seu
papel dentro desses programas e colabore com o fortalecimento deles, que
prestam um serviço essencial na vida em sociedade”, disse.
No encontro, depois da apresentação dos projetos desenvolvidos pela
Sejudh, os representantes dos órgãos e instituições presentes discutiram
propostas para melhorar os programas de proteção às vítimas ameaçadas de
morte no Estado.
O grupo concluiu, durante o diálogo, que novos encontros devem ser
feitos nas próximas semanas para consolidar a proposta de integração dos
programas. “A gente percebeu que isso teria que ser algo muito maior. Vamos
marcar uma reunião de governo com todos os gestores para poder criar essa
sensibilização neles, para criar um ponto focal, para depois trazer para o
colegiado”, afirmou Michell Durans.
Participaram da reunião representantes da Corregedoria de Polícia
Militar do Estado do Pará (PMPA), Defensoria Pública Estadual (DPE), Grupo de
Mulheres Brasileiras (GMB), Ministério Público do Estado do Pará (MPPA),
Ministério Público Federal (MPF/PA), Movimento República de Emaús
(Cedeca-Emaús), Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda
(Seaster), Secretaria de Saúde Pública (Sespa) e Secretaria Extraordinária de
Integração de Políticas Sociais (Seeips).
Com colaboração de George Miranda – Ascom Sejudh
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Texto:
Leba Peixoto |
Professores trabalham no incentivo à educação em presídios do Pará
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Oferecer escolarização e qualificação profissional a cidadãos privados
de liberdade são os desafios diários de vários professores que dão aula nas
unidades prisionais da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado
(Susipe). Por meio de uma parceria com a Secretaria Estadual de Educação
(Seduc), 55 educadores saem de suas casas todos os dias com a esperança de
que a educação seja para o interno, o primeiro passo para o retorno à
sociedade.
No Centro de Recuperação do Coqueiro (CRC), um corredor no meio do
bloco carcerário leva a uma sala de aula. É lá que a professora Flor de Lis
Brito passa boa parte do dia. São 10 anos lecionando dentro de unidades
prisionais e para ela as dificuldades com o espaço físico vão além do desafio
como educador.
“A gente dá aula em um local com as condições mínimas para acolher um
aluno. O local é quente e abafado, mas o meu papel é passar conhecimento,
independente de quem seja o aluno, independente do local que ele está”, disse
a professora.
Adepta da concepção "freireana" de educação, ela diz ficar
também feliz ao passar aos alunos que "o caminho da educação é o único
que o homem percorre dignamente diante da sociedade", como diz o
educador Paulo Freire.
“O meu objetivo é manter os alunos na sala de aula, criar estratégias
para que eles se sintam atraídos e queiram sempre retornar. A gente faz eles
entenderem que não é só a remissão de pena que está em jogo, mas sim o
aprendizado. Eles precisam ter conhecimento de que só educação que vai mudar
a vida deles. Eu escuto todo dia relatos, sonhos e acredito que nada é
impossível”, revela a professora.
Segundo Flor de Lis, os alunos do presídio, assim como os que estão
fora dele, veem no professor um exemplo. “Passamos muitas horas do dia com
eles, ouvimos muitos relatos, é uma troca, uma confiança que um vai
adquirindo no outro. É um trabalho muito prazeroso. É um desafio? É, porque
ninguém acredita que a educação dentro do cárcere venha tirar o homem daquela
condição. Mas nós acreditamos neles”, destacou a professora.
Ela afirma que ser educador é um ofício que se faz por amor, por isso
trabalha há 32 anos na profissão e hoje já poderia estar aposentada, mas a
vontade de fazer algo que transforme a vida de alguém é maior. “Quando um
aluno vem me dizer que eu consegui alguma mudança na vida dele, eu
agradeço a Deus. Eu sou educadora e sei das dificuldades do meu trabalho, mas
faço da melhor maneira que eu posso. Eu já tive alunos que ficavam
paralisados em frente de uma folha em branco e no final do ano já sabiam
escrever, já sabiam ler. É tão gratificante que nós acabamos esquecendo as
dificuldades”, revelou Flor de Lis.
O professor Vandro Souza trabalha há sete anos no sistema
penitenciário e já passou por cinco casas penais da capital. Atualmente, ele
está lotado no Centro de Reeducação Feminino (CRF), em Ananindeua, onde
dá aula de geografia para as internas.
“A primeira imagem que eu tive dos alunos antes de chegar a uma
unidade prisional foi muito distorcida. A realidade é bem diferente e o
primeiro desafio é tentar desconstruir essa imagem”, destacou o professor.
Para ele, o convívio diário com as internas contribui para que alguns
mitos sejam desconstruídos. “São pessoas e o contato do dia a
dia nos permite descobrir a história de vida dessas pessoas, o que elas
passaram lá fora e o que hoje vivem aqui dentro. Lembro que no meu primeiro
dia foi muito difícil porque eu vim com a pior impressão possível. Aqui
dentro, vamos percebendo que essas pessoas cometeram erros, como
qualquer outra também pode cometer, e estão aqui para consertá-los. O nosso
papel é ajudar através da educação”, disse Vandro.
Mesmo com uma infraestrutura que não é a adequada para uma sala de
aula, o professor acredita que se pode fazer um bom trabalho. “Os presídios
não são construídos para ser escolas, então existem espaços adaptados à
educação e com isso podemos dizer que a qualidade do nosso trabalho fica
prejudicada, mas não desistimos. O desejo delas de mudar de vida nos
impulsiona. É uma oportunidade que elas não tiveram lá fora”, disse o professor.
A professora Elizete Cardoso trabalha há 8 anos no sistema prisional.
Ela começou na modalidade de Ensino de Jovens e Adultos (EJA)
prisional, que é destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de
estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Em 2014, por conta do
mestrado, ela se afastou e hoje participa do Projeto de Remissão pela Leitura
no CRF. “Eu tive muito receio até chegar aqui, é um alunado especial e logo
de cara ficamos sem saber que tipo de aula vamos dar, qual prática adotar,
não é a mesma postura dentro de sala”, disse Elizete.
Apesar do medo inicial, a professora disse que a missão de levar
conhecimento a essas pessoas é um projeto muito maior. “Eu acredito e eu
creio que muitos outros professores que eu conheço acreditam que essas
pessoas podem ser ressocializadas, elas podem ser recuperadas, e é por isso
que eu digo que a educação dentro do presídio funciona”, explicou a
professora.
Além de professora, Elizete diz que é também considerada uma
espécie de psicóloga pelas detentas. “Muitas delas são mães, elas gostam de
conversar, dizem que se sentem abandonadas pelas famílias e algumas delas
choram as suas mágoas para a gente. Uma história muito emocionante que eu
ouvi é que a mãe de uma aluna minha veio visitá-la, mas não olhou no rosto da
filha, porque sentia vergonha dela. Mas algum tempo depois a aluna veio me
contar que a mãe tinha retornado e a tinha perdoado, e que ela espera lá fora
uma nova mulher. Isso a incentivou e deu forças até mesmo para ela sentir
vontade de estudar”, destacou Elizete.
Pelas mãos da professora Elizete já passaram muitos alunos, alguns que
já alcançaram grandes vitórias, como a aprovação no Enem. “Nós vamos
acompanhando cada crescimento de perto. Algumas eu vi que chegaram aqui
completamente antissociais, agressivas e a evolução é muito grande. Elas
percebem que há uma necessidade de mudança interior e nós vamos ajudando a
construir esse processo, apesar de todas as dificuldades. É a partir do nosso
trabalho que uma sementinha vai ser plantada e transformada”,
afirma Elizete.
Avanços
Atualmente, a Susipe conta com cerca de dois mil internos envolvidos
em atividades educacionais regulares. No Pará, segundo dados do Infopen
(Sistema Integrado de Informações Penitenciárias), 12,9% da população carcerária
estão na sala de aula; do total, 1.218 detentos estão
matriculados na educação formal, 592 na educação não-formal e 110 em
cursos profissionalizantes. Mais de 47,85% da população carcerária feminina
do Estado desenvolvem atividades educacionais. Das 45 unidades
prisionais paraenses, 33 têm salas de aula.
Os avanços na educação prisional fizeram do Pará uma referência em
gestão penitenciária. A média nacional de presos estudando em todo o país é
de 10%. Nesse ranking, o Pará está à frente de Minas Gerais (11,1%),
Santa Catarina (7,8%), Rio de Janeiro (7,5%), São Paulo (5,7%) e Rio Grande
do Sul (7,8%), de acordo com o último levantamento sobre educação
prisional no Brasil, realizado pelo Ministério da Justiça, em 2013.
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Texto:
Timoteo Lopes |
Hospital Regional de Santarém lança campanha de prevenção contra os
cânceres de mama e próstata
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Este ano, o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), localizado em
Santarém, vai trabalhar as campanhas do "Outubro Rosa" e
"Novembro Azul" juntas, com objetivo de conscientizar a
população sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce dos cânceres
de mama e próstata.
A campanha única traz o tema: “Outubro Rosa e Novembro Azul:
homens e mulheres, juntos, no combate ao câncer”. Atualmente, o
hospital possui 1.340 pacientes em tratamento de câncer. São 185
mulheres e um homem lutando contra o câncer de mama. Há também 176 homens
enfrentando o câncer de próstata.
O câncer de mama é uma multiplicação anormal de células mamárias que
promove a formação de nódulos, podendo formar um tumor maligno. Em mulheres
em tratamento no HRBA, este é o segundo tipo de câncer com maior incidência.
Entre os principais fatores de risco da doença estão: a ingestão de
alimentos ricos em gorduras, obesidade e sedentarismo, primeira menstruação
antes dos 11 anos de idade, hereditariedade e consumo regular de álcool.
A paciente Maria Fernanda Pereira está na fase final do tratamento
contra o câncer de mama. Ela passou por todas as fases e, agora, espera os
resultados dos últimos exames. “Depois de tudo o que eu passei, hoje estou
aqui para testemunhar como eu descobri, lutei e vivi. Posso dizer que eu sou
uma vencedora, pois tive muita sorte. Eu tive uma equipe médica capacitada,
tenho um tratamento neste hospital com os métodos certos, que surtiram os
resultados esperados, e os anjos da quimioterapia são maravilhosos. Ainda não
posso comemorar a cura definitiva, pois faltam exames, mas, se depender de
Deus, eu já estou curada”, relata Maria.
O coordenador do serviço de Oncologia do HRBA, cirurgião oncológico
Marcos Fortes, diz que há dois tipos de prevenção. “O primário é a tentativa
de que o indivíduo não venha a ter câncer, e que passa pela prática regular
de exercício físico e uma dieta equilibrada, por exemplo. A prevenção
secundária se faz, principalmente, pela atenção em realizar
exames regularmente a partir dos 45 anos de idade. Devemos
estimular a realização de mamografia”.
A próstata é um órgão interno que só o homem possui, tem a forma de
uma maçã muito pequena e fica logo abaixo da bexiga. O câncer de próstata é o
tipo mais frequente nos homens em tratamento no hospital. Alguns dos fatores
de risco são: idade, histórico familiar, dieta pobre em vegetais e fruta,
obesidade, sedentarismo, fumo e consumo de álcool.
“Para o câncer de próstata, o exame de toque é a forma que nós
podemos realmente dar o diagnóstico precoce e, consequentemente, conseguir
chegar a um percentual maior de cura dos nossos pacientes”, explica Fortes.
Para o diretor Geral da unidade, Hebert Moreschi, conscientizar a
população sobre como prevenir e diagnosticar precocemente essas doenças é o
objetivo da campanha, que vai até novembro. “Nós temos um serviço de alta
complexidade que atende os nossos pacientes oncológicos, mas sempre a
prevenção e a informação são os melhores caminhos, então, nós trabalhamos
fortemente o trabalho educativo. E, além disso, estaremos ofertando nestes
dois meses várias ações voltadas à população, principalmente às mais
distantes, para prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e de
próstata também”.
A programação do HRBA segue até novembro. No dia 1 de outubro, a iluminação
da fachada da unidade foi alterada para a cor rosa. A equipe de Enfermagem da
Oncologia está realizando palestras educativas nas recepções dos setores. No
próximo dia 27 haverá uma blitz na Avenida Sérgio Henn, em frente ao
hospital. E no dia 11 de novembro, haverá uma grande ação social na
comunidade Cipoal, na BR-163, com consultas e exames médicos, atendimento
nutricional, terapia ocupacional e ações de beleza.
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Texto:
Joab Ferreira |
Credcidadão atende 27 microempreendedores no sudeste paraense
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Nesta sexta-feira (14), o Núcleo de Gerenciamento do Programa de
Microcrédito Credcidadão fez a entrega de 27 microcréditos, no valor de
R$ 80,5 mil, em evento no auditório da Estação Cidadania de Marabá.
As atividades mais procuradas são salão de beleza, lanchonete, produção
de hortaliças, criação de aves e confecções, entre outras. Além de
Marabá, mais oito municípios ainda receberão a linha de crédito do governo.
São eles: Ponta de Pedras, Abel Figueiredo, Abaetetuba, Dom Elizeu, São
Domingos do Capim, Goianésia do Pará, Bragança e Tracuateua. Na última
quinta-feira (13), Santa Bárbara do Pará recebeu 22 microcréditos.
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Texto:
Carolina Gantuss |
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