Durante a semana, a prática foi condenada em
discursos de vários políticos
Até o
meio-dia desta sexta-feira (4) mais de 100 deputados e dois senadores haviam
comunicado a troca de partido à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara e do Senado.
O prazo para os que querem concorrer nas próximas eleições termina amanhã (5).
Durante a
semana, a prática foi condenada em discursos de vários parlamentares e
reacendeu as discussões sobre a necessidade de uma reforma política, embora
muitos reconheçam que atualmente a possibilidade é remota.
“O
troca-troca de partidos mostra a fragilidade do sistema político brasileiro.
Mostra que há um conjunto grande de partidos sem densidade programática”, disse
o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Apesar de não ver perspectivas nessa
legislatura, Rollemberg defendeu que, a partir de 2015, com Congresso renovado,
a reforma política possa finalmente ser votada. “Do jeito que está não dá para
continuar.”
“A culpa
e a responsabilidade desse fato lamentável são do Congresso”, disse o senador
Paulo Paim (PT-RS). Segundo o parlamentar, apesar de ter reconhecido a
fidelidade partidária, o Legislativo não manteve uma posição firme em relação a
novos partidos, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que as regras de
perda de mandato para candidatos que mudam de legenda não se aplicam nos casos
em que a migração é feita para um partido novo.
“Essa
situação delicada, com esse troca-troca, foi um erro do próprio Congresso. Se
as regras fossem mais duras, as mudanças não ocorreriam em 90% dos casos”,
avaliou Paim.
Na
Câmara, até o meio-dia, o Partido Social Democrático (PSD) foi a legenda com
mais pedidos de adesão (52), enquanto, no Senado, a sigla já perdeu um
representante: a senadora Kátia Abreu (TO) que, desde ontem, integra o PMDB.
“Passo a
fazer parte do maior partido de oposição no estado [o Tocantins], para compor
uma frente ampliada. O objetivo é somar forças com outros importantes partidos,
recuperar o Tocantins e preparar o seu futuro”, destacou a senadora.
Outra
mudança no Senado foi comunicada por Vicente Alves que migrou do Partido da
República (PR) para o Solidariedade. O parlamentar ocupa, há dois dias, a
liderança da nova legenda no Senado. O Solidariedade foi um dos partidos
recentemente criados e aprovados pelo TSE, liderado por Paulo Pereira da Silva,
o Paulinho da Força (SP).
Fonte: Agência Brasil
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