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sábado, setembro 10, 2011

A Independência do Brasil


 - Nicias Ribeiro
- Engenheiro eletrônico
- nicias@uol.com.br
Quis o destino que esta quarta-feira (7 de setembro) coincidisse com a data da Independência do Brasil, que, aliás, deveria ser mais festejada pela população brasileira e não marcada, apenas, por desfiles oficiais de estudantes e militares. Porém, mesmo sem grandes festas, penso que poderíamos aproveitar este feriado nacional, também, para uma reflexão, e, como o escritor Laurentino Gomes, em seu livro “1822”, procurar entender “como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D.Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado”. E que, ao contrário da América espanhola, não se espedaçou e transformou-se num país uno, falando um mesmo idioma em todo o seu território.
É evidente que ao longo desses 189 anos de independência, o Brasil está longe de ser o país dos nossos sonhos. Contudo, apesar da fragilidade de muitos dos nossos líderes, somos, sim, um país soberano e que, hoje, apesar dos pesares, somos uma das maiores democracias do mundo, coisa que também foi sonhada pelo “patriarca da Independência” – José Bonifácio de Andrada e Silva – o sábio, referido acima, e que muitos imaginam ser apenas o político, o grande articulador da nossa independência, quando na verdade, além de ser um intelectual formado em direito, filosofia e matemática pela Universidade de Coimbra, era, também, formado em química e mineralogia em outros países da Europa. Aliás, como “mineralogista”, descreveu 12 novos tipos de rocha, sendo que uma delas, a “petali ta”, seria usada nos fornos de microondas, em 2008, para torná-los mais eficientes e econômicos. E pelo seu trabalho, nesta área, foi homenageado pelo cientista norte-americano James Dana, em 1868, que batizou uma rocha com o nome “andradita”. Porém, o mais surpreendente, é que José Bonifácio, em carta à bancada paulista na Corte portuguesa, em 1821, propôs a transferência da capital, do Rio de Janeiro para uma cidade a ser criada nas cabeceiras do rio S.Francisco, com o objetivo de promover e facilitar a integração nacional – projeto que seria executado quase um século e meio depois por Juscelino Kubitschek, em Brasília.
Mas, voltando aos dias atuais, pergunto: não teria chegado a hora de se reavaliar os currículos escolares do ensino fundamental e do ensino médio? Não apenas no que tange ao conteúdo programático do ensino da língua portuguesa, matemática, história, geografia, ciência e outras; mas sobre a inclusão da disciplina “Educação Moral e Cívica” no currículo do ensino fundamental e de OSPB (Organização Social e Política do Brasil) no currículo do ensino médio, como aliás, era no passado recente, de maneira que as nossas crianças e os jovens soubessem, com clareza, sobre o porquê que a estrela solitária, situada na abóboda celeste da bandeira brasileira, acima da faixa “Ordem e Progresso”, representa o Estado do Pará. E do mesmo modo entendessem a estrutura político-administrat iva do Brasil, a função dos três poderes da República, a importância do funcionamento do Legislativo e do Judiciário e os seus vários níveis de poder... Enfim, soubessem o que é política e a sua importância para o desenvolvimento das sociedades civilizadas, até porque só existe dois meios de se resolver conflitos: um através do exercício da política, conversando, negociando e o outro através da briga, da guerra ou de uma revolução.
Por outro lado, porque o alunado do ensino fundamental não canta o Hino Nacional brasileiro todos os dias, antes do início das aulas, como antigamente? E o Hino da independência, que, aliás, é belíssimo?
Essa reflexão e uma tomada de decisão a respeito é urgente, até porque é inaceitável que a nossa garotada e os jovens de hoje tenham perdido os valores do civismo e do espírito de brasilidade, que reflete na desimportância que se dá ao funcionamento do Poder Legislativo em nosso País e da necessidade de o mesmo ser constituído por pessoas sérias, comprometidas e com preparo intelectual e cultural, até mesmo para que a sociedade possa cobrar-lhe um desempenho que atenda aos seus anseios, fazendo as leis que essa mesma sociedade reclama. E não deixar o Judiciário fazer o que é de sua competência: legislar.

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