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quinta-feira, julho 28, 2011

Sespa vai ao terminal rodoviário para prevenir as hepatites


Em comemoração ao Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realizou, nesta quinta-feira (28), testes rápidos e gratuitos de hepatite C. A mobilização aconteceu durante todo o dia no Terminal Rodoviário de Belém, no intuito de aproveitar o grande fluxo de veranistas que se deslocam rumo às praias do Estado, no último final de semana de julho.
Realizada por meio de uma parceria com o Laboratório Central do Estado (Lacen) e Instituto Evandro Chagas (IEC), a atividade chama a atenção da população para a importância do diagnóstico precoce dessa epidemia silenciosa. Na maioria dos casos, os sintomas não aparecem e, quando ocorrem, pode ser um sinal de que a doença está na fase crônica. Os mais comuns são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Por outro lado, o consumo de álcool e a obesidade contribuem para evolução mais rápida da doença.
“Muitas vezes a pessoa não sabe que está doente. E por causa do silêncio imposto pela doença, o diagnóstico torna-se muito difícil e isso aumenta o risco de a inflamação no fígado provocar danos mais graves à saúde, como cirrose ou câncer”, explica Cisalpina Cantão, coordenadora da Comissão Estadual de Hepatites Virais da Sespa.

O motorista de ônibus Antônio Azevedo, de 55, foi um dos que realizou o teste contra as hepatites. Para ele o teste no meio do terminal foi a garantia de cuidar da saúde. “A gente trabalha tanto que às vezes nem tem tempo para se cuidar. Com ações assim, a gente consegue trabalhar e, ao mesmo tempo, cuidar de nós mesmos”, afirma o motorista, que, depois do teste, se preparava para embarcar para Açailândia, no interior do Estado.
De 1999 a 2009, foram confirmados mais de 284 mil casos dos cinco tipos de hepatite (A,B,C,D e E) no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. No mesmo período, 20.073 mortes foram registradas, sendo 70% delas devido à hepatite C, a mais agressiva. No país, as mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. No Pará, em 2010 foram notificados 3086 casos de hepatites virais em todo o Estado, dos quais 338 de hepatite B e 184 com hepatite C.
De acordo com Cisalpina, é preciso que a população crie um hábito de cobrar da classe médica o teste para identificar a doença, visto que o exame pode ser feito por meio da coleta de sangue ou biópsia do fígado. “O tratamento está disponível na rede pública de saúde, pode ter duração de seis meses a um ano, dependendo do tipo de hepatite. Os medicamentos mais usados são o Interferon (injeção subcutânea) e a Ribavirina (comprimidos)", diz.
Os testes oferecidos nessas ações da Sespa são exames de triagem. Ou seja, o paciente que apresentar resultado positivo para hepatite B ou C será encaminhado para a rede de saúde a fim de ter o seu diagnóstico concluído. Para a realização do teste é necessária apenas uma gota de sangue. Todos aqueles que passam pelo exame recebem aconselhamento antes e depois da testagem, do mesmo modo como no diagnóstico da infecção pelo HIV.
O presidente da Associação Paraense dos Amigos do Fígado (Apaf), Benedito Ferreira, participou da ação da Sespa no terminal rodoviário de Belém e falou sobre afirmou a importância de ações como esta para a população. “Se não houver um trabalho desse tipo, o paciente pode descobrir muito tarde o vírus. Com ações como essa, o governo ajuda a população a se manter saudável”, ressalta o presidnete, que deu dicas para se prevenir contra as hepatites: “não se deve compartilhar instrumentos pessoas como alicates de unha, barbeador, seringa, entre outros cuidados”.
Avanços
A oferta dos testes rápidos aos veranistas tem acontecido no momento em que entram em vigor novas regras para o tratamento da hepatite C na rede pública de saúde. Entre elas, a que permite ao paciente continuar o tratamento por até 72 semanas sem a necessidade do aval de uma comissão médica, procedimento adotado anteriormente.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, as novas regras preveem a ampliação do uso de Interferon peguilado – mais confortável para o paciente que a apresentação convencional -, a dispensa de biópsia prévia para início do tratamento em alguns casos e a simplificação do processo para autorizar a prorrogação do tratamento.
Na prática, a medida permite mais agilidade para indicar o prolongamento de tratamento. O texto anterior, de 2007, garantia a extensão do uso do Interferon desde que houvesse aprovação do Comitê Estadual de Hepatites Virais. Agora, o médico que acompanha o paciente já pode prescrever a continuidade do tratamento, de acordo com os critérios estabelecidos no documento.
“O que mudou basicamente foi a interpretação do tratamento de acordo com a resposta de cada paciente, porque há pessoas que respondem mais precocemente e outras mais lentamente. Com essa resposta programamos o tempo de tratamento”, esclarece Cisalpina Cantão.
Mozart Lira – Sespa / Thiago Melo – Secom

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