Sessões lotadas, com o público aplaudindo de pé. Assim tem sido a temporada do Terruá Pará no Teatro Margarida Schivasappa, em Belém. O espetáculo, que reúne 45 músicos paraenses, tem duas últimas apresentações nesta quinta-feira, 28, às 18h e às 20h30, com entrada franca. O sucesso foi tamanho que a organização do evento decidiu levar o espetáculo também para o interior do Pará. A partir de agosto o Terruá começa a circular pelo Estado. A primeira cidade a ser visitada será Marabá. Em breve serão divulgadas data e local das apresentações.
Para a apresentação desta quinta, os ingressos podem ser retirados a partir de 16h, na bilheteria do teatro. O público também pode concorrer a ingressos através da programação da TV e Rádio Cultura. Desde terça-feira, 26, quando iniciaram as apresentações, a procura tem sido enorme, o que demonstra o interesse do público em prestigiar o artista paraense. Para os artistas do Terruá Pará, que abriram mão da bilheteria para garantir o acesso do público local, a satisfação de ser reconhecido em casa é gratificante.
Ao final do espetáculo, o público é só elogios. “Gostei muito da variedade musical, da mistura de artistas de raiz com a nova geração, do antigo e do novo. E a banda base é fantástica”, disse a publicitária Lídia Karolina, 23. Acompanhada de um grupo de amigos, ela confessou que a emoção foi tão grande que chegou a chorar durante o espetáculo. “Chorei, sim, quando ouvi o Paulo André Barata. Eu não tive oportunidade de ver o Ruy Barata, e não imaginava que veria o Paulo André. Pra mim foi um momento histórico”, comentou.
O estudante de Direito Olavo Renato, 18, acredita que o Terruá Pará pode ajudar inclusive os paraenses a valorizarem mais a própria cultura. “Achei interessante a participação do tecnobrega, por exemplo, que muita gente trata com preconceito e até desprezo. É um show inovador”, apontou. Para ele, o projeto pode render bons frutos junto ao público. “Quem sabe a partir de agora o público comece a pagar para ver os artistas paraenses, da mesma forma que paga para ver os artistas de fora”.
Vestindo uma camisa com a estampa da bandeira do Pará, o estudante Arnaldo Ampuero, 23, disse que o Terruá “era o que estava faltando na cultura paraense”. “Essa junção da cultura popular com o erudito é muito legal. Estou muito orgulhoso do que estou sentindo hoje”.
De férias em Belém, o professor da UFPA Álvaro Espírito Santo, 52, apontou a diversidade musical como a principal característica do Terruá. “O show é excelente, e reúne um conjunto de iniciativas culturais que aparentemente não têm relação, mas só aparentemente. Liga o brega e o erudito, por exemplo, e compõe um mosaico da cultura paraense”, observou ele, que há um ano mora em Portugal, onde faz doutorado.
Com uniforme do escritório onde trabalha, a auxiliar administrativa Margarete Santos, 51, ainda teve energia para curtir a roda de carimbó no hall do Centur, ao final da segunda sessão do Terruá Pará. “É um show muito lindo, perfeito. Assisti pela TV quando foi apresentado em São Paulo, mas vendo assim, ao vivo, é melhor ainda”, destacou.
Márcia Carvalho - Ascom Funtelpa
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