A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu
nesta terça-feira (13) proibir o uso de aditivos como mentol e cravo nos
cigarros vendidos no Brasil. O açúcar foi mantido porque é utilizado no
processo de secagem das folhas de tabaco.
A medida também impede a importação de produtos do tipo.
A decisão foi unânime após quase um ano de discussão sobre o
tema. Os fabricantes terão até 18 meses a partir da publicação da norma para
retirar do mercado nacional todos os cigarros com sabor. No caso de outros
derivados de tabaco, como fumos para cachimbos, serão 24 meses. O objetivo da
medida, segundo a Anvisa, é reduzir o número de novos fumantes.
“Nossa ação terá um impacto direto na redução da iniciação
de novos fumantes, já que esses aditivos tem como objetivo principal tornar os
produtos derivados do tabaco mais atrativos para crianças e adolescentes”,
afirmou Agenor Álvares, diretor da Anvisa.
“Todas as evidências científicas que existem hoje no Brasil
e no mundo inteiro são claras ao afirmar que restringindo o uso de aditivos
restringe a iniciação de novos fumantes. Essa é uma estratégia da indústria
fazer um cigarro que seja palatável tanto no gosto quanto no aroma para
iniciação, principalmente, para jovens e adolescentes", completou.
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De acordo com a representante da Aliança de Controle do
Tabagismo Paula Johns, o cravo e o mentol são os principais aditivos utilizados
nos produtos derivados do tabaco para conquistar novos fumantes. “A maioria dos
jovens, cerca de 60%, experimentam cigarros com sabor. O cravo e o mentol são
os principais aditivos consumidos pelos jovens”, disse Paula.
Modelo mundial, advertência em maços de cigarro completa 10
anos no Brasil. Substâncias que conferem sabor doce e que potencializam a ação
da nicotina no organismo também não serão mais permitidas.
Charutos e cigarrilhas
Outra novidade é a proibição da utilização, nas embalagens
de charutos, cigarrilhas, fumos para cachimbo e outros produtos derivados do
tabaco de qualquer expressão que possa induzir o consumidor a uma interpretação
equivocada quanto aos teores contidos em todos os produtos fumígenos. É o caso
de termos como: ultra baixo(s) teor(es), baixo(s) teor(es), suave, light, soft,
leve, teor(es), entre outros.
Essas expressões eram proibidas apenas nas embalagens de
cigarro desde 2001. Mais cedo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve
reunido com toda a diretoria da Anvisa e reiterou que o Ministério da Saúde
daria todo o apoio à decisão que fosse tomada, respeitando sua autonomia
técnica como agência reguladora do setor.
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