As regiões do Baixo Amazonas, sudeste e sudoeste do Pará são
as que mais sofrem com o período chuvoso, o chamado “inverno amazônico”, que
vai de dezembro a junho. As fortes chuvas e o aumento do nível dos rios
provocam enchentes, alagamentos e enxurradas, que isolam e até desabrigam parte
da população. A média anual de pessoas atingidas pelas chuvas é de 34 mil ao
ano, segundo estudo feito pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec),
que analisou os dados dos últimos cinco anos.
Neste ano, 635 famílias já foram atingidas, sendo 482 em
Marabá, 107 em Altamira e 46 em Trairão. Destas, 351 estão desabrigadas.
Apesar de o Rio Tocantins ter atingido 10,59 metros acima do
nível normal, e ter deixado o município de Marabá em Estado de Alerta, a
previsão é de diminuição do nível do rio, o que já vem acontecendo desde a
última terça-feira (27). O mesmo não acontece com os rios Tapajós e Amazonas,
que manterão a tendência de aumento do nível fluviométrico, segundo os boletins
informativos da Rede Estadual de Previsão Climática e Hidrometeorológica do
Pará (RPCH). O Tapajós deverá alcançar a cota de 7,51m, e o Amazonas, 7,28m no
próximo domingo (31). Santarém, Óbidos, Oriximiná e outros 11 municípios da
região estão vulneráveis ao elevado índice de subida dos rios.
O Plano de Contingência para desastres naturais, visando a
prevenção, preparação, resposta e reconstrução da Defesa Civil do Estado, já
está em prática. “Todo o Pará está sendo monitorado. O sistema de análise
meteorológica não indica nenhuma previsão que fuja da normalidade do nosso
inverno, como aconteceu em 2009. Mas estamos preparados, com todos os meios de
gerenciamento de desastres mobilizados, para enfrentar qualquer situação que
possa vir a acontecer”, informou o coordenador da Defesa Civil, coronel José
Augusto Almeida.
Os municípios de Marabá, Tucuruí, Alenquer e Trairão estão
em Estado de Alerta, enquanto Altamira e São João do Araguaia solicitaram o
Estado de Emergência e aguardam a resposta do Ministério da Integração
Nacional, responsável pelo reconhecimento dos casos.
O município de Santana do Araguaia já teve o Estado de
Emergência decretado por causa do isolamento das comunidades, decorrente da
impossibilidade de tráfego nas estradas, pontes e vicinais. “O Estado de
Emergência é decretado quando o município não tem mais recursos para arcar com
despesas de auxílio às famílias ou reconstrução das estradas, por exemplo. Não
temos registro de nenhuma família em situação de risco em Santana do Araguaia,
mas não se pode negar que as dificuldades de escoamento de produção, acesso às
escolas e hospitais, causam grande prejuízo econômico e social ao município”,
ressaltou José Augusto Almeida.
Texto:
Dani Filgueiras-Secom
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