O quadro clínico do homem que recebeu o primeiro transplante
de rim no interior da Amazônia e Centro Oeste brasileiro, Anival Simão Ângelo,
assim como do doador, Clécio de Jesus Borges, cunhado do paciente, é estável.
A diretora geral do Hospital Regional do Araguaia (HRPA),
Dagmar Dutra, informou que ambos passam bem e o quadro clínico permanece dentro
do esperado. “Um dia depois do transplante, os pacientes se encontram ótimos e
estamos muito felizes pelo resultado, graças a Deus foi um sucesso”, disse
Dagmar, ressaltando ainda a importância que tem a instituição para a região.
“O HRPA é um hospital de referência na nefrologia e aqui trabalhamos
com todo um programa de proteção renal e de tratamento. Temos hepato-proteção,
hemodiálise e agora estamos disponibilizando para nossos usuários o serviço de
transplante. Hoje o usuário tem que vir três vezes por semana e passar quatro
horas na máquina. Com o transplante, ele vai trocar a máquina por comprimidos e
ganhará uma qualidade de vida muito melhor, vai ter liberdade de ir e vir e
conseguirá se integrar à sociedade novamente”, comemorou a diretora do HRPA.
Desenvolvimento
Considerado um marco na história da saúde pública da região
amazônica, a cirurgia realizada no Pará permite a descentralização e
regionalização dos transplantes, tornando este tratamento de alta complexidade
acessível à população paraense. O Sistema Único de Saúde (SUS) orienta que os
hospitais fortaleçam a universalidade e a acessibilidade dos pacientes em
qualquer região do país e o Pará vem trabalhando para isso. Segundo o
coordenador da Central de Transplante da Secretaria de Saúde Pública do Pará
(Sespa), André Rodrigues, “este momento é de suma importância para nossa
região, pois dá acesso aos pacientes que estavam desassistidos no interior da
Amazônia”.
A coordenação de transplante adianta que o próximo passo é
atender aos pacientes da região oeste do Estado. Como reitera André Rodrigues:
“vamos montar um serviço de transplante de rim em Santarém, para privilegiarmos
nossos irmãos que moram no oeste do Pará, dessa maneira todo o Estado será
beneficiado com este tipo de tratamento de alta complexidade. Isso é interesse
do Governo do estado em dar oportunidade para todos os pacientes realizarem seu
tratamento sem que se desloquem de suas regiões”.
A perspectiva da equipe de Redenção, no sul do Pará, é de
realizar um transplante por mês e com o tempo, um por semana. Ano passado foram
realizados no estado 55 procedimentos do gênero, sendo que o Pará se tornou o
14º estado no País que mais realizou o procedimento no país. Ainda de acordo
com André Rodrigues, a “perspectiva é que subamos para o 10º lugar neste
ranking, realizando mais de 75 procedimentos este ano”.
O Hospital Regional do Araguaia foi habilitado pelo
Ministério da Saúde para realizar transplante renal e retirada de múltiplos
órgãos pela Portaria SAS/MS, nº 278/2011. O transplante de órgãos em hospitais
do interior da Amazônia brasileira e Centro-Oeste é um fato novo, e o HRPA foi
o primeiro a realizar o procedimento. Ele é uma unidade do Governo do Pará,
gerenciado pelo Instituto de Saúde Santa Maria (Idesma/OSS). O hospital realiza
atendimento hospitalar e ambulatorial de média e alta complexidade, exclusivo
para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento 100% regulado
pela Central de Regulação do 12º Centro Regional de Saúde.
Texto:
Cora Coralina-Secom
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