O Projeto Cinema Mudo, da Fundação Carlos Gomes, exibiu na
última quarta-feira, 28, o clássico “Luzes da Cidade” (1931), uma das
obras-primas de Charles Chaplin. Por cerca de 80 minutos o público acompanhou
as peripécias do genial vagabundo pontuadas pelo talento do pianista Paulo José
Campos de Melo, que executou a trilha sonora do filme ao vivo enquanto as cenas
se passavam, ora acelerando os acordes, ora abaixando o tom, seguindo o enredo
e dando o equilíbrio dramático necessário a cada cena.
Por determinação do Diretor “La Violetera”, o tema principal
da florista (personagem) é o único obrigatório a ser executado, ficando o
restante da trilha para criação do intérprete, que neste caso foi improvisado
sobre temas da época e autores da Broadway, como Kurt Weil, Gershwin e
compositores franceses como Camile Saint-Saens. Chaplin foi um dos primeiros
diretores a criar filmes mais longos com roteiros elaborados e que ainda hoje
se mantêm atuais. Artista completo, ele cuidava de tudo, desde o roteiro até a
escolha do elenco, música, cenografia e geralmente representava o principal
papel masculino dos seus filmes.
O público acompanhou atento a projeção do filme. A pequena
Rafaela, levada pelos pais à Sala Ettore Bosio, da FCG, teve o primeiro contato
com a obra de Chaplin e declarou-se encantada com o que viu. “Foi tudo muito
lindo”, disse. Rosana Fernandes, embora já familiarizada com a obra, teceu
elogios à técnica do pianista: “Ainda não tinha visto 'Luzes da Cidade' com a
trilha ao vivo, e sendo ela longa é muito difícil acompanhar. Poucos músicos
conseguiriam fazer isso tão bem!”
O Projeto Cinema Mudo vem sendo executado desde o ano
passado, dentro de uma perspectiva de ampliação de plateia, inclusive,
constituindo-se em uma das ações do Projeto Música e Cidadania, originalmente
criado para descentralizar o ensino da música, com polos espalhados pela Região
Metropolitana de Belém. A exibição integra a programação organizada pela
Fundação Carlos Gomes para recepcionar os novos alunos e marca o início dos
recitais de 2012.
Texto:
Maria Christina-FCG
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