Reduzir os acidentes domésticos e de trânsito, bem como
propiciar mais segurança às crianças e adolescentes do Estado por meio de ações
integradas envolvendo setores da saúde, educação e regulação do trânsito foi o
objetivo do projeto “Prevenção de Acidente na Infância: em casa ou no trânsito,
todo cuidado é pouco”, lançado nesta quinta-feira (29), na Universidade do
Estado do Pará (Uepa), em Belém.
Elaborado para sensibilizar e alertar professores, alunos e
técnicos do Ensino Fundamental e Médio das escolas estaduais sobre a
importância da prevenção de acidentes domésticos e de trânsito, envolvendo
crianças e adolescentes de 1 a 14 anos, o projeto é uma iniciativa da
Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com a coordenação do
XVI Congresso Médico Amazônico, Secretaria de Estado de Educação (Seduc),
Departamento de Trânsito do Pará (Detran), Uepa, Empresa de Processamento de
Dados do Pará (Prodepa) e ONG Criança Segura.
Dois palestrantes, o psicólogo e coordenador de Planejamento
do Detran, Carlos Valente, e a pediatra Amira Figueira, da Sociedade Paraense
de Pediatria, falaram para uma platéia formada por cerca de 150 professores de
oito escolas estaduais dos bairros da Pedreira e do Marco, que estão entre os
que têm os maiores números de acidentes de trânsito, segundo as estatísticas do
Detran/PA.
Carlos Valente apresentou dados dados informativos e
estatísticos sobre acidentes de trânsito envolvendo crianças até 14 anos e
ressaltou a importância de levar o assunto para dentro das escolas, sobretudo
com a retomada também do projeto “Pacto pela vida no trânsito”, que até 2006
tinha conseguido reduzir em 20% o número de acidentes com vítimas nessa faixa
etária no Estado. “Creio que essa parceria com os professores, teremos as
escolas trabalhando o tema trânsito, que deve ter essa ação compartilhada de
forma contínua”, disse.
Conforme dados do Detran, em 2006 o Pará tinha 555.558
veículos, dos quais 226.457 automóveis e 171.358 motocicletas. Em 2011, esse
número saltou para 1.081.744 veículos, dos quais 421.661 motocicletas e 372.249
automóveis, demonstrando que hoje há mais motocicletas do que carros circulando
nas cidades paraenses. Até 2009 havia mais carros do que motos, mas a partir de
2010 o número de motos ultrapassou o de automóveis, e a tendência é crescer a
cada ano.
Quanto aos acidentes de trânsito a tendência também é de
crescimento. Em 2006, 17.857 veículos (sendo 2.211 motos e 9.102 carros) se
envolveram em algum acidente. Em 2010, esse número passou para 45.096 veículos
envolvidos em acidentes, entre os quais 19.462 carros e 11.224 motos.
Em relação às vítimas não fatais, o número também vem
aumentando anualmente. Em 2006, 3.510 pessoas sofreram acidente de trânsito. Em
2010 esse número passou para 13.421 vítimas, das quais 583 na faixa etária de
zero a 17 anos, que são os principais destinatários do Projeto Prevenção de
Acidente na Infância.
Em se tratando de acidente, em casa todo cuidado também é
necessário, principalmente com crianças. Conforme dados do Hospital
Metropolitano de Urgência e Emergência, de 1º de janeiro a 27 de março, foram
atendidas 46 crianças vítimas de queda e outras 30 vítimas de queimadura, sendo
seis por líquido inflamável, seis por líquido aquecido e 18 por outras causas.
Dos 30 casos de queimaduras, 29 ocorreram em ambiente doméstico e um em não
doméstico.
Por conta de toda essa estatística, o secretário de Estado
de Saúde, Helio Franco, afirma que os órgãos estaduais envolvidos na prevenção
de acidentes envolvendo crianças no trânsito ou em casa farão parte de ações
educativas compartilhadas. “Nunca é demais conscientizar os pais e responsáveis
sobre a importância do uso do cinto de segurança, do 'bebê conforto' e das
cadeirinhas. Respeitar e cumprir as normas para o transporte seguro dos menores
é fundamental para salvar vidas e também para moldar compartamentos, de forma
que essa criança hoje seja um bom condutor amanhã”.
Para a pediatra Amira Figueira, cuja palestra atentou para
acidentes domésticos envolvendo crianças, é muito fácil prevenir com hábitos que
parecem óbvios e simples, mas que podem salvar vidas ou evitar que crianças
vivam com sequelas de um acidente. “O adulto tem o dever de garantir um
ambiente seguro à criança, que nunca deve ficar sozinha em casa ou ser cuidada
por outras crianças. Os pais também precisam orientar mais os filhos sobre
precauções com a segurança dentro e fora de casa", afirma.
A próxima atividade do projeto, marcada para maio, também
será realizada na Uepa, e reunirá alunos do Ensino Fundamental de escolas dos
bairros da Pedreira e Marco, que participarão de diversas atividades sobre
Educação no Trânsito, comandadas por técnicos do Detran e da Seduc. Segundo a
secretária adjunta de Estado de Saúde, Rosemary Góes, a continuidade do projeto
se dará em parceria com o Detran, Sespa e Seduc, para desenvolvimento no
período de um ano.
Para envolver também os internautas, a Prodepa viabilizará,
novamente, a transmissão do evento em tempo real por meio da WebTV
(www.webtv.pa.gov.br), permitindo que qualquer pessoa assista à programação.
Texto:
Mozart Lira-Sespa
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