O Hospital Ophir Loyola faz, nesta terça e quarta-feira (26 e 27), um treinamento para a prevenção e controle da infecção hospitalar. O objetivo é aprimorar a qualidade à assistência e os conhecimentos da equipe multiprofissional que atende na Unidade de Atendimento Imediato (UAI) do hospital. Em 2009, foi lançada a padronização dos critérios Nacionais de Infecção Hospitalar, com um sistema informatizado usado desde setembro de 2010.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, de 13% a 15% dos pacientes internados são acometidos por algum tipo de infecção hospitalar, principal causa de morbidade e mortalidade hospitalar. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda taxas de infecção hospitalar inferiores a 5%, ou seja, a realidade brasileira ultrapassa em três vezes o limite tolerado mundialmente.
Pequenos cuidados com a higiene ajudam a controlar a contaminação. A higienização das mãos, seja com a lavagem simples ou com o uso do álcool em gel, é a medida mais importante na prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde (Iras). A medida deve ser praticada por todos: pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde.
Higienização – Para os profissionais de saúde, a higiene das mãos é imprescindível antes e depois de qualquer procedimento feito com o paciente, no preparo das medicações e em qualquer tarefa que venha a ser executada. Infecção hospitalar é qualquer uma adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou até mesmo após a sua alta, quando ela estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar, tal como uma cirurgia.
A maioria das infecções tem sua transmissão cruzada, ou seja, ocorre por meio de outras pessoas ou objetos contaminados. A complicação pode atingir adultos e crianças de todas as idades que passaram por internação hospitalar, pois está relacionada aos procedimentos feitos no tempo de internação. Daí a importância da prevenção.
Os sintomas podem variar, conforme o sítio da infecção, mas não diferem de outras infecções que não estão relacionadas à assistência à saúde. Podem ocorrer febre, alterações laboratoriais, tosse e presença de secreção purulenta na ferida operatória, entre outros.
Segundo a gerente da Comissão de Controle Hospitalar (CCIH) do Hospital Ophir Loyola, Vanessa Santos, os principais fatores de risco para as infecções relacionadas à saúde são os extremos da idade, o tempo de internação prolongado e o uso de antimicrobianos por longos períodos. Pacientes com imunidade comprometida também estão no grupo de risco. “Nos casos de infecção no sítio cirúrgico, germes da própria flora do indivíduo podem causar a infecção”, explica.
Controle – O diagnóstico, que deve ser o mais precoce possível, é feito a partir das manifestações clínicas, laboratoriais e de imagem. A Comissão de Controle Hospitalar atua na busca ativa em todas as unidades do hospital, especialmente nas unidades de terapia intensiva, onde estão os pacientes com maior chance de desenvolver a complicação.
“Diariamente, a equipe do hospital faz visitas de inspeção aos diferentes setores, elaborando relatórios que são emitidos aos responsáveis. A CCIH fiscaliza ainda o cumprimento das recomendações do Ministério da Saúde, visando contribuir para a melhoria da qualidade na assistência”, destaca a gerente.
Referência em oncologia, o Hospital Ophir Loyola tornou-se, em fevereiro de 1984, o pioneiro a implantar a CCIH no Estado. Desde então, são feitas atividades estratégicas de prevenção e ações desenvolvidas a partir da vigilância epidemiológica em todos os setores do hospital. A vigilância microbiológica também é feita diariamente, juntamente com o controle do uso de antimicrobianos, feito com base nas fichas de notificação e dados de consumos da farmácia.
Também são elaboradas e implementadas as rotinas de prevenção, diagnóstico e tratamento de infecção hospitalar. Segundo a Portaria no. 2.616/ 1998, do Ministério da Saúde, todos os hospitais devem ter uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
Pesquisas revelam que a existência de um programa de controle de infecção hospitalar dentro dos serviços de saúde reduz em 30% a incidência desses agravos. Qualquer pessoa que esteja internada fica vulnerável a contrair uma infecção. Dentre as mais frequentes, estão as do trato respiratório, urinário, da corrente sanguínea e de sítio cirúrgico.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebe as notificações provenientes dos centros de vigilância sanitária estaduais. A divulgação do primeiro relatório com os dados de infecção hospitalar no Brasil está prevista para o fim deste ano.
Leila Cruz – Hospital Ophir Loyola
Nenhum comentário:
Postar um comentário