O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
certificou como de excelente qualidade a semente básica de feijão Caupi da
variedade “BR3- Tracuateua”, produzido com tecnologia da Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). A semente Certificada 1
(C1) foi classificada com grau pureza 100%, além do grau de germinação ou
viabilidade em torno de 98%.
Segundo Valdeídes Lima, engenheiro agrônomo da Emater e
responsável pela produção de sementes, a certificação passou por um processo
rigoroso do Mapa, acompanhado desde o plantio até o beneficiamento. No campo,
as tecnologias e o acompanhamento técnico rigoroso da equipe resultaram em uma
alta produtividade. Um hectare do feijão produzido pela Emater rendeu 1800
quilos, enquanto que a média de produtividade numa escala normal atinge entre oitocentos a mil quilos de
feijão por hectare.
Há quatorze anos a Emater realiza o plantio de feijão caupi
visando a produção de um material genético de qualidade para industrialização e
para o atendimento de agricultores familiares, visto que a cada plantio a
cultivar ele vai perdendo as características originais, como produtividade,
aspecto visual e qualidade nutricional, o que deprecia o seu valor comercial. O
material genético agora passará por um novo um novo processo exigido pelo Mapa,
para viabilizar a Certificação 2 (C2), que vai garantir a comercialização do
produto, com qualidade genética elevada.
A variedade BR-3 Tracuateua é muito consumida no Pará e na
região Nordeste do Brasil. Atualmente, o Pará importa a semente básica para
garantir uma produção a suprir a demanda. O material genético foi produzido na
Unidade Didático-Agroecológica do Nordeste Paraense (UDB), localizada em
Bragança.
O feijão caupi é o mais propício para o plantio na região
bragantina, grande produtora da espécie no Pará, devido às adaptações
climáticas, o alto valor nutricional e a relevância na garantia da segurança
alimentar. “Apesar da grande produção da região, o produto não atingiu a
qualidade ideal. Nossa função é lançar para o mercado um material de
excelência”, enfatizou Valdeídes Lima. O plantio da semente básica para a nova
certificação começa em junho, a colheita acontece 70 dias após esse período.
Texto:
Iolanda Lopes-Emater