DISCURSO PARA O COQUETEL DE REINAUGURAÇÃO DA SEDE DO PARAVIDDA.
Senhoras e senhores, bom dia!
Gostaria de cumprimentar a todos os que compõem a mesa (citação nominal) e demais presentes.
Posso dizer que hoje é um dia de festa! Estamos reinaugurando nossa sede após uma ampla reforma que durou seis meses. Um sonho antigo e compartilhado por tantas gestões anteriores. Estamos aqui para agradecer os recursos no valor de 271.673,58 que recebemos do Governo Federal, através do Ministério da Saúde, Departamento Nacional de DST/AIDS, com repasse da prefeitura municipal de Belém. Foi esse investimento que tornou essa obra possível e agora nossa casa está bonita, arrumada, segura e pronta a dar o mínimo necessário de conforto a quem tanto precisa.
Agradeço especialmente a todos que colaboram com esta causa, que é bandeira de luta contra a AIDS e também parabenizar, com reconhecida gratidão, a todos aqueles que um dia contribuíram, contribuem ou que virão a contribuir com esta casa.
Não poderia deixar de lembrar os que já não estão entre nós e infelizmente sucumbiram diante da tragédia da AIDS, e aos nossos colaboradores que no anonimato dividem o pouco que tem sem exigir nada em troca. São essas pessoas que exercitam o amor e a solidariedade, lema desta gestão, afinal nosso compromisso principal é a comunhão e, com amor, tudo podemos, disse o mestre Jesus.
Quero também me dirigir aos associados e usuários que depositam em nosso trabalho, alguma esperança. Que crêem que podemos dar algum alento aos seus corações amargurados, contra o que há de pior nessa doença: o preconceito, o abandono familiar, a exclusão social, a falta de oportunidade em todos os seguimentos. Por eles é que existimos, insistimos e não desistiremos jamais.
A nós, enquanto membros de uma instituição que foi criada para ser parceira das ações do Estado cabem buscar apoio nos mais diversos setores da sociedade civil organizada, em todas as classes sociais, parlamentares, empresas e demais segmentos do mercado.
Esse trabalho existe para mostrar que esta parcela da população, pela qual decidimos lutar e acolher, não morreu enquanto ainda é portadora. É possível sim viver com o vírus HIV, mas é preciso receber tratamento, viver com dignidade, sendo útil e respeitado pela sociedade. E eu digo que basta uma oportunidade para estas pessoas se integrarem à sociedade e viver do suor do seu trabalho. Basta a boa vontade dos que tem poder e influência.
Sabemos que as estatísticas são alarmantes. Segundo um informe das Nações Unidas, este ano, cerca de 7.000 pessoas são infectadas com o vírus da Aids a cada dia, ao mesmo tempo em que a metade das 34 milhões de pessoas com o HIV não sabem que são portadoras. No entanto podemos resistir, temos esperança na ciência e lembramos que o nosso país é referência mundial em tratamento e dispensa dos antiretrovirais, sendo um dos países que mais tem contribuído para amenizar o sofrimento daqueles que têm a doença, através de um trabalho sério e tratamento gratuito para todos os soropositivos e doentes de AIDS.
Queremos, no entanto, senhores e senhoras, mostrar que poderemos muito mais com a contribuição de todos. Assim, com certeza, multiplicaremos nossas ações, ampliaremos nosso espaço para melhor atender, disponibilizaremos mais mantimentos aos que ainda não têm oportunidade de sustento e estaremos de braços abertos a ouvir todos que nos procurarem.
Infelizmente não temos condições de nos mantermos somente com as doações atuais. A demanda aumenta a cada dia e a aprovação de projetos e de emendas parlamentares é uma prioridade agora. Precisamos contar com o apoio constante de todos.
Se com tão pouco, diante da demanda, conseguimos realizar tanto, imaginem o que seríamos capazes de realizar se todos contribuíssem de alguma forma. Lembrem-se que estamos tratando de seres humanos: pais e mães de família e principalmente crianças que precisam crescer, estudar e contribuir para mudar essa realidade. É diante desses fatos que esperamos contar com a participação efetiva de toda sociedade, através de sua contribuição como sócio solidário, pois queremos realmente dar e receber exemplos de responsabilidade social.
No entanto, isso ainda não é tudo, a grande missão desta diretoria é tornar o usuário capaz de enfrentar as intempéries da vida, resgatando sua dignidade, oportunizando novas vivências, aprendizados e perspectivas de trabalho e renda para que este possa novamente experimentar o sabor de ser cidadão de fato e de direito, conforme assegura a constituição brasileira, mais não tem sido fácil garantir esse direito. Essas pessoas precisam ter vida digna e valorizada enquanto ser humano e contribuinte com processo produtivo.
É com este sentimento que o Grupo Paravidda convoca a todos que fazem parte da luta contra a AIDS, em nome da solidariedade transformadora, articulando ações que venham amenizar os efeitos sociais vivenciados pelos portadores do vírus HIV e doentes de AIDS, garantindo doações que possam colaborar com a sustentabilidade da casa, de lhe dar apoio e, acima de tudo, garantindo-lhes a busca de políticas públicas, que venha vencer o preconceito, a discriminação e todos os estigmas que se transformaram em marcas e sinais que passam a acompanhá-los durante todo o período de suas, se Deus permitir, longas vidas, porque o amor e a solidariedade não curam, mas diminuem o preconceito.
Muito obrigado!
Jair Santos, Presidente
FOTOS: CORREIOJURUNENSE
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