A Campanha pelo Dia Mundial do Rim foi encerrada, na manhã
deste sábado (10), com nova ação educativa na Praça Batista Campos,
disponibilizando exames, orientações e distribuição de panfletos sobre como se
prevenir das doenças renais, principalmente da insuficiência renal crônica. Com
o slogan “Rins em Defesa da Vida”, a campanha coordenada pela Sociedade
Brasileira de Nefrologia, teve apoio da Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa) e de diversas instituições como Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC),
Hospital Ophir Loyola (HOL), Santa Casa, Conselho Regional de Nutricionistas,
Associação dos Renais Crônicos e Transplantados do Pará (ARCT-PA) e entidades
privadas.
Em barracas armadas no centro da praça, a população teve
acesso a exames de glicemia e urina e pode aferir a pressão arterial, uma vez
que o diabetes e a hipertensão arterial são os principais fatores de risco para
a insuficiência renal crônica. O trabalho foi desenvolvido por diversos
profissionais de Saúde, como médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes
sociais. Nutricionistas mostraram aos usuários os alimentos saudáveis que devem
ser consumidos diariamente e os que devem ser evitados, por representar
prejuízo às funções renais.
A enfermeira Michelle Pena, da Sespa, explicou que o exame
de urina ou urianálise serve para pesquisar as taxas de glicose, leucócitos e
protonúrias na urina. E informou que as pessoas que apresentassem alguma
alteração nos exames seriam encaminhadas para os serviços de referência como
Santa Casa, Hospital de Clínicas Gaspar Vianna e Sespa.
O aposentado Raimundo Cabral, de 73 anos, disse que
campanhas dessa natureza são válidas e ele não podia perder a oportunidade de
verificar se sua saúde anda bem. Já a dona de casa Maria Celina da Silva, de 77
anos, procurou informação porque tem sentido fortes dores na região dos rins e
muita canseira nas pernas. Ela também aprovou a ação porque facilita o acesso
aos serviços.
O secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco,
enfatizou que a prevenção da doença renal crônica é uma preocupação do Governo
do Estado e do Ministério da Saúde, “aliás, os Estados de modo geral estão
focando a atenção primária de Saúde porque é lá que se evita que o problema se
complique e a Sespa está incentivando os gestores municipais de Saúde a
trabalharem a prevenção em conjunto com a educação e em parceria com
organizações não governamentais”, informou.
No entanto, para prevenir as doenças, também é preciso que a
população adote hábitos mais saudáveis desde cedo, começando com planejamento
familiar, pré-natal adequado e aleitamento materno exclusivo. “As pessoas
precisam saber de que se elas tiverem cuidados alimentares e mantiverem
atividade física evitam as complicações”. Segundo Helio Franco, é importante
também que as pessoas façam avaliação clínica anual para perceber alteração no
início da doença. “Se a hipertensão e diabetes não forem cuidadas vão levar a
complicações sérias, no caso de pressão alta, após três anos, pode causar
insuficiência cardíaca e risco de derrame. “É preciso fazer todo esse processo
preventivo desde pequenino, pois depois que vai para máquina de hemodiálise só
sai de lá com transplante”, alertou.
O presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia-Regional
Pará, Luís Cláudio Pinto, fez um balanço positivo da sétima edição da campanha
que, este ano, começou com uma ação educativa no Solar da Beira, no Ver-o-Peso,
onde cerca de mil pessoas foram atendidas, das quais 70 apresentaram alterações
e foram encaminhadas imediatamente para atendimento com nefrologistas. “Esse
resultado preliminar é bastante alarmante, já que a maioria da população
atendida no Ver-o-Peso está hipertensa e precisa de cuidados. Isso não está
sendo alcançado principalmente pelas esferas municipais”, criticou.
Conforme Luís Cláudio, o objetivo de sensibilizar o governo
e sociedade foi amplamente alcançado. “Tivemos todo o apoio da Sespa e pela
primeira vez a ação foi realizada de forma conjunta com instituições de
referência como HC, HOL e Santa Casa. De acordo com a diretora da ARCT-PA,
Belina Soares, a campanha é importante para a população conhecer a função do
rim no organismo e prevenir das doenças renais. Ela informou que, em âmbito
ambulatorial, “hoje o Pará tem cerca de duas mil pessoas em tratamento
dialítico, o serviço está fluindo normalmente, está a contento e sem filas”.
No entanto, ela criticou a situação do atendimento nas
urgências como no Hospital do Pronto Socorro Municipal, onde seis máquinas de
hemodiálise continuam encaixotadas, prejudicando o atendimento de pessoas
internadas em situação de emergência. Belina também falou da necessidade de
expansão, descentralização e formação de novas equipes de transplantes de rim,
lembrando que isso é um projeto do governo do Estado, que já está trabalhando
na implantação de serviços em Redenção e Santarém.
Texto:
Roberta Vilanova-Sespa
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