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domingo, março 11, 2012

Ação educativa encerra campanha pelo Dia Mundial do Rim na Praça Batista Campos


A Campanha pelo Dia Mundial do Rim foi encerrada, na manhã deste sábado (10), com nova ação educativa na Praça Batista Campos, disponibilizando exames, orientações e distribuição de panfletos sobre como se prevenir das doenças renais, principalmente da insuficiência renal crônica. Com o slogan “Rins em Defesa da Vida”, a campanha coordenada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, teve apoio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e de diversas instituições como Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), Hospital Ophir Loyola (HOL), Santa Casa, Conselho Regional de Nutricionistas, Associação dos Renais Crônicos e Transplantados do Pará (ARCT-PA) e entidades privadas.
Em barracas armadas no centro da praça, a população teve acesso a exames de glicemia e urina e pode aferir a pressão arterial, uma vez que o diabetes e a hipertensão arterial são os principais fatores de risco para a insuficiência renal crônica. O trabalho foi desenvolvido por diversos profissionais de Saúde, como médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. Nutricionistas mostraram aos usuários os alimentos saudáveis que devem ser consumidos diariamente e os que devem ser evitados, por representar prejuízo às funções renais.
A enfermeira Michelle Pena, da Sespa, explicou que o exame de urina ou urianálise serve para pesquisar as taxas de glicose, leucócitos e protonúrias na urina. E informou que as pessoas que apresentassem alguma alteração nos exames seriam encaminhadas para os serviços de referência como Santa Casa, Hospital de Clínicas Gaspar Vianna e Sespa.
O aposentado Raimundo Cabral, de 73 anos, disse que campanhas dessa natureza são válidas e ele não podia perder a oportunidade de verificar se sua saúde anda bem. Já a dona de casa Maria Celina da Silva, de 77 anos, procurou informação porque tem sentido fortes dores na região dos rins e muita canseira nas pernas. Ela também aprovou a ação porque facilita o acesso aos serviços.
O secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, enfatizou que a prevenção da doença renal crônica é uma preocupação do Governo do Estado e do Ministério da Saúde, “aliás, os Estados de modo geral estão focando a atenção primária de Saúde porque é lá que se evita que o problema se complique e a Sespa está incentivando os gestores municipais de Saúde a trabalharem a prevenção em conjunto com a educação e em parceria com organizações não governamentais”, informou.
No entanto, para prevenir as doenças, também é preciso que a população adote hábitos mais saudáveis desde cedo, começando com planejamento familiar, pré-natal adequado e aleitamento materno exclusivo. “As pessoas precisam saber de que se elas tiverem cuidados alimentares e mantiverem atividade física evitam as complicações”. Segundo Helio Franco, é importante também que as pessoas façam avaliação clínica anual para perceber alteração no início da doença. “Se a hipertensão e diabetes não forem cuidadas vão levar a complicações sérias, no caso de pressão alta, após três anos, pode causar insuficiência cardíaca e risco de derrame. “É preciso fazer todo esse processo preventivo desde pequenino, pois depois que vai para máquina de hemodiálise só sai de lá com transplante”, alertou.
O presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia-Regional Pará, Luís Cláudio Pinto, fez um balanço positivo da sétima edição da campanha que, este ano, começou com uma ação educativa no Solar da Beira, no Ver-o-Peso, onde cerca de mil pessoas foram atendidas, das quais 70 apresentaram alterações e foram encaminhadas imediatamente para atendimento com nefrologistas. “Esse resultado preliminar é bastante alarmante, já que a maioria da população atendida no Ver-o-Peso está hipertensa e precisa de cuidados. Isso não está sendo alcançado principalmente pelas esferas municipais”, criticou.
Conforme Luís Cláudio, o objetivo de sensibilizar o governo e sociedade foi amplamente alcançado. “Tivemos todo o apoio da Sespa e pela primeira vez a ação foi realizada de forma conjunta com instituições de referência como HC, HOL e Santa Casa. De acordo com a diretora da ARCT-PA, Belina Soares, a campanha é importante para a população conhecer a função do rim no organismo e prevenir das doenças renais. Ela informou que, em âmbito ambulatorial, “hoje o Pará tem cerca de duas mil pessoas em tratamento dialítico, o serviço está fluindo normalmente, está a contento e sem filas”.
No entanto, ela criticou a situação do atendimento nas urgências como no Hospital do Pronto Socorro Municipal, onde seis máquinas de hemodiálise continuam encaixotadas, prejudicando o atendimento de pessoas internadas em situação de emergência. Belina também falou da necessidade de expansão, descentralização e formação de novas equipes de transplantes de rim, lembrando que isso é um projeto do governo do Estado, que já está trabalhando na implantação de serviços em Redenção e Santarém.

Texto:
Roberta Vilanova-Sespa

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