Com a intensificação da temporada de chuvas no Pará,
sintomas como tosse, congestão nasal, febre e dores no corpo são frequentemente
manifestados por crianças e adultos. Mas o que é muitas vezes associado a um
simples resfriado, também pode ser sinal de doenças mais graves, como malária,
dengue e leptospirose, cujos casos aumentam tanto no interior quanto na capital
nesta época do ano.
O município de Oeiras do Pará, na região do Tocantins, por
exemplo, registrou neste mesmo período, em 2011, mais de 14 mil casos de
malária. Em Anajás, no Arquipélago do Marajó, o número chegou a 17 mil.
Atenta a estes dados, a Secretaria de Estado de Saúde
Pública (Sespa) redobra a atenção e o combate à malária, ampliando as ações de
prevenção e orientação aos moradores de todas as regiões. Mais de 60 mil
mosquiteiros impregnados com inseticida já foram distribuídos aos municípios
considerados de risco. Até o dia 25 deste mês, outros 90 mil deverão ser
distribuídos aos municípios de Jacareacanga, Itaituba, Anajás, Paragominas,
Pacajá e Novo Repartimento. Cerca de 60 mil testes rápidos de malária também
serão encaminhados a regiões de difícil acesso.
Causada por parasitas transmitidos de uma pessoa para outra
pela picada de um mosquito (Anopheles), os sintomas da malária são febre alta,
acompanhada de calafrios, suor intenso e dor de cabeça. Na segunda semana de
contaminação, sintomas como náuseas, vômitos e falta de apetite também são
comuns. Para prevenir a doença, a Sespa recomenda o uso de mosquiteiros, com ou
sem inseticida, repelentes, roupas que protejam pernas e braços, e telas em
portas e janelas.
Redução - Segundo o diretor do Departamento de Controle de
Endemias da Sespa, Bernardo Cardoso, este ano a Secretaria registra uma redução
de cerca de 50% nos casos de malária, em relação ao mesmo período do ano
passado. Ele explicou que, para alcançar esses resultados, as ações de combate
às doenças típicas do período chuvoso ocorrem de forma integrada, entre o
governo do Estado e os municípios. “Hoje nós fazemos todo o trabalho de
orientação em parceria com os municípios, que recebem o Fundo (Fundo Nacional
de Saúde, repassado pela União) para por em prática as ações. Cabe ao Estado
coordenar essas ações, para que o trabalho tenha eficiência”, informou.
No caso da dengue, os números são ainda mais positivos. De
acordo com dados da Sespa, até esta primeira semana de março 3.813 casos foram
registrados. Ano passado, neste mesmo período, o número chegou a 7.914, o que
representa uma redução de mais de 50%. Diferentemente da malária, o maior
índice da dengue é verificado nos municípios da Região Metropolitana, como
Belém, Ananindeua, Marituba e Santa Izabel do Pará.
Transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, os
principais sintomas da dengue são dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores
musculares, dores nas articulações e vermelhidão no corpo. Para prevenir a
doença, a regra básica é não deixar água, principalmente limpa, parada em
qualquer tipo de recipiente.
Assim como a dengue e a malária, casos de leptospirose
também costumam se intensificar no período chuvoso, sobretudo em função das
enchentes, devido ao contato com água suja. A doença é causada pela bactéria
Leptospira, transmitida pela urina de ratos, ratazanas e camundongos. Entre os
sintomas estão febre, dor de cabeça, dores no corpo, pele amarelada e
calafrios.
Como os sintomas dessas doenças são semelhantes, Bernardo
Cardoso disse que a principal recomendação é procurar rapidamente o posto de
saúde mais próximo assim que surgirem os primeiros sinais de contaminação.
Texto:
Amanda Engelke-Secom