O Dia Mundial do Rim é comemorado desde 2006, a partir de
uma iniciativa conjunta da Sociedade Internacional de Nefrologia com a
Federação Internacional das Fundações Renais. A data é celebrada nas segundas
quintas-feiras do mês de março, que neste ano cairá no próximo dia 8. Nesta
data, a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV), juntamente com a
Sociedade Paraense de Nefrologia e Hospital Ophir Loyola, realizará uma ação no
mercado do Ver-o-Peso, tendo como público-alvo os feirantes que trabalham no
local. O evento marca o início da programação destinada a informar a população
sobre os cuidados necessários para evitar as doenças renais.
Na FHCGV, a programação terá início no dia 5, com a
realização de palestras educativas no auditório “Dr. Ronaldo de Araújo”, que
fica no prédio administrativo da instituição, e no auditório do Centro de
Hemodiálise “Dr. Monteiro Leite”, localizado na Rua dos Mundurucus, em frente à
Praça Batista Campos. As palestras acontecerão sempre no horário de 8h as 15h e
terão com temas “Rim – sua importância e suas funções”; “Peso pré e pós
diálise”; “Acesso dialítico”; “Consumo adequado do sal”; “Tratamento
nutricional de pacientes em diálise”; “Direitos e deveres do paciente com
doença renal crônica” e “Alterações emocionais na doença renal crônica”.
No dia 8, a partir das 8h, a programação dará atenção
especial aos feirantes e demais trabalhadores que atuam no Ver-o-Peso. Na
ocasião, além de palestras, uma equipe multiprofissional formada por
nefrologistas, nutricionistas e técnicos de Enfermagem fará testes e fornecerá
informações sobre a importância do bom funcionamento dos rins, os cuidados a
serem tomados para prevenir doenças renais e a melhor forma de condução dos
pacientes em diálise e transplante renal. No dia 10 (sábado), a mesma ação será
realizada na Praça Batista Campos, no horário de 8h as 13h.
Doenças renais - Muita gente ainda desconhece a
funcionalidade e importância dos rins, tampouco sabe a respeito das doenças que
os afetam. Contudo, milhares de pessoas vêm a óbito em decorrência de doenças
renais. A principal função dos rins é a remoção das toxinas e do excesso de
água do nosso organismo. Além disso, eles têm um papel fundamental no controle
da pressão arterial, estão envolvidos na produção de células vermelhas do
sangue e mantêm a saude dos ossos.
Muitos também são os que ignoram a influência da hipertensão
arterial e da diabetes para o desenvolvimento das doenças renais. Estima-se que
em todo o mundo cerca de 246 milhões de pessoas sofram de diabetes, sendo que
essa marca pode chegar a cerca de 380 milhões em 2025. Quase um terço dos
pacientes diabéticos desenvolve doença renal. Infelizmente, somente a metade
das pessoas diagnosticadas como diabéticas fazem o teste para avaliação da
função renal.
A grande preocupação hoje é que as doenças renais quase
sempre são diagnosticadas tardiamente, quando o paciente já necessita de
diálise ou transplante. Atualmente, cerca de 1,5 milhão de pacientes fazem
diálise ou são transplantados renais. A previsão é de que esse número dobre nos
próximos 10 anos. No Brasil, calcula-se que 10 milhões de indivíduos sejam
portadores de doença renal crônica, sendo que aproximadamente 70 mil pacientes
estão em diálise, aguardando por um transplante. O intuito da comunidade
nefrológica é assegurar um diagnóstico precoce dessa doença, por meio da
realização de exames preventivos, que são simples, baratos e, ao mesmo tempo,
essenciais para que se evite um diagnóstico tardio da doença.
Nos últimos anos, o número de pacientes com insuficiência
renal crônica tem crescido assustadoramente em todo o mundo, inclusive no
Brasil. Alguns já se referem à doença como a “nova epidemia do século XXI”.
Muitas vezes silenciosas, as doenças renais crônicas atingem atualmente mais de
500 milhões no planeta. Hipertensão arterial, glomerulonefrites e diabetes são
as três principais causas das doenças renais crônicas. No Brasil, quase dois
milhões de pessoas apresentam diagnóstico de problemas renais, mas 70% não
sabem disso. Temos hoje mais de 70 mil pacientes em diálise e 25 mil
transplantados renais com enxerto funcionante.
Texto:
Felipe Gillet-HC