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terça-feira, junho 26, 2012

Pará investe no combate ao tráfico de drogas e no tratamento dos dependentes químicos





“É uma vida muito sofrida, cheia de vergonha, traumas e violência. Estou tentando tratamento pela segunda vez e tenho certeza que vou sair dessa”. O testemunho de José Augusto Souza, 22 anos, usuário de drogas desde os 12 anos, resume a vida de quem está preso ao círculo vicioso e prejudicial das drogas. Um mal tão presente na vida da população mundial que ganhou um Dia Internacional de Combate às Drogas, dia 26 de junho. O jovem de Santa Luzia do Pará é um dos internos do Centro de Cuidados ao Dependente Químico (CCDQ). Ele foi levado para o tratamento por familiares, mas que tem plena consciência de que a iniciativa tem que ser do próprio usuário. “Sei que só depende de mim. Tenho uma vida pela frente e pretendo vivê-la de cara limpa”,  disse José Augusto.
                José é um dos cerca de 230 milhões, ou 5% da população adulta mundial (de 15 a 64 anos de idade), que já utilizaram alguma droga ilícita pelo menos uma vez na vida, de acordo com o Relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, divulgado nesta terça-feira. Além disso, o Relatório aponta que os usuários problemáticos de drogas, principalmente as pessoas dependentes de heroína e cocaína, totalizam cerca de 27 milhões, cerca de 0.6% da população adulta mundial, ou 1 em cada 200 pessoas. A falta de dados dificultam a estimativa de números no Brasil, mas segundo o relatório, é perceptível o aumento de consumo de cocaína no território brasileiro, um problema que atinge diretamente a saúde e a segurança pública do país.
                As drogas são um problema instituído e para combatê-la é necessária uma união de esforços entre governo e sociedade civil organizada. Menos de 50% dos estados brasileiros têm políticas estabelecidas sobre drogas. O Pará instituiu um sistema sobre drogas que antes era chamado de Conselho Estadual de Entorpecentes e atualmente é intitulado Conselho Estadual Sobre Drogas (Coned), um órgão colegiado e autônomo, vinculado à Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). Segundo Sandro Diniz, presidente do Coned, a mudança não aconteceu apenas na nomenclatura, mas na própria estrutura do conselho, que era basicamente governamental, e passou a ser paritário, com 11 membros do governo e 11 da sociedade, incluindo ex-usuários de drogas. “Nosso estado é um dos poucos do país em que existe essa paridade no conselho. Isso é um ganho para toda sociedade que pode participar tanto da discussão, quanto da implementação da política sobre drogas no estado”, reforça Sandro Diniz.
                O conselho se reúne semanalmente para discutir diversos temas, que vão desde a avaliação das comunidades terapêuticas aos projetos que deverão ser implementados no estado, pois para conseguir subsídio federal é necessário o aval positivo do Coned, que tem o papel de organizar, aplicar e fiscalizar todos os assuntos referentes às drogas no estado.
                O Pará possui ainda uma Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) especializada no combate ao tráfico de drogas. No ano passado a DRE, através da Operação Metástase, conseguiu desarticular uma rede de traficantes de drogas que agia no Pará e no Amazonas e era responsável pelo escoamento do carregamento de cocaína na região. Os traficantes usavam a rota fluvial para transportar a droga que saía de Manaus, passando por Parintins e entrava no Pará por Santarém, passando pela ilha do Marajó até chegar à Região Metropolitana de Belém, onde o entorpecente era manipulado e distribuído a outros traficantes de drogas. No total, foram presas 20 pessoas durante a primeira e segunda fase da operação.
“Com uma delegacia especializada temos mais qualidade no serviço e mais resultados na apreensão. Conseguimos trabalhar com um grupo de inteligência e ser mais precisos em nossas operações. Vivemos em um estado com dimensões continentais, precisamos nos especializar cada vez mais no combate ao crime organizado. Este ano teremos novos investimentos do governo e deveremos transformar a delegacia em divisão de combate às drogas e nos equiparar à estrutura de outros estados que estão mais avançados nesta área”, explicou o delegado Hennison Jacob, titular da DRE.

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