A participação da família no processo socioeducativo do adolescente envolvido em atos infracionais é o principal assunto discutido entre gestores e técnicos da Fundação da Criança e do Adolescente do Pará (Funcap), que iniciaram na tarde desta terça-feira, 29, a oficina "Família: foco no processo socioeducativo". O evento reúne até esta quinta-feira (31), no auditório da Fundação, em Belém, cerca de 40 agentes sociais com o objetivo de instrumentalizar as equipes que atuam no trabalho da convivência familiar e comunitária com os jovens que cumprem medidas socioeducativas.
Durante o evento, os participantes examinam assuntos concernentes à assistência social dispensada à família, como as atribuições do Sistema Único de Assistência Social (Suas); as ações do Plano Nacional à Convivência Familiar e Comunitária e a co-responsabilidade não apenas dos técnicos, mas também dos familiares dos adolescentes, no fortalecimento dos laços familiares.
Na abertura da oficina, a presidente da Funcap, Ana Célia de Oliveira, enfatizou a importância da família na reintegração do adolescente envolvido em ato infracional. "O trabalho com a família é decisivo nos resultados do processo socioeducativo e as ações projetadas nessa área são muito importantes", disse.
Ana Célia ressaltou o trabalho que grupos de técnicos da instituição executam na área familiar e comunitária, um direito do adolescente previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no artigo 19: "toda criança e adolescente tem direito a ser criado e educado no seio de sua família(...)".
A necessidade de provocar a afetividade e o fortalecimento dos vínculos entre o adolescente e sua família, durante o cumprimento das medidas socioeducativas, foi reforçado pela diretora de Assistência Social, Eliana Penedo, que afirmou ser a família a peça-chave para a reintegração dele ao convívio comunitário. "Investir no trabalho com a família é importante porque, sem a família, fica difícil esse jovem construir o seu projeto de vida".
Eliana frisou que o trabalho com as famílias é realizado em conjunto com uma rede de política socioassistencial, citando o papel dos Centros de Referência em Assistência Social (Cras e Creas), que desempenham serviços assistenciais dispensados à comunidade, no contexto da violação de direitos.
As dificuldades encontradas pelos técnicos, como problemas de relacionamento entre adolescentes e familiares, e a ausência total de um parente de um adolescente, que causam graves consequências na formação dos jovens, também foram colocadas em discussão, com o intuito de se chegar a resultados positivos no trabalho com as famílias assistidas. A oficina continua amanhã com exposição de vídeo que mostra experiências e relatos de famílias que obtiveram sucesso durante o processo socioeducativo. Atualmente a Funcap atende 355 adolescentes envolvidos em algum tipo de ato infracional. Desses jovens, 12 são adolescentes do sexo feminino.
Rui Pena - Ascom Funcap
Nenhum comentário:
Postar um comentário