O Complexo Ver-o-Peso, a maior feira livre da América Latina, que completou 384 anos no último dia 27, funciona 24 horas por dia. Somente na feira trabalham mais de três mil pessoas – permissionários, prepostos, ajudantes e ambulantes - em 1.128 barracas, distribuídas em 17 setores – de hortifrutigranjeiros, importados, mercearia, refeição, artesanato a ervas medicinais.
A grandiosidade arquitetônica dos cinco espaços públicos reflete largamente na economia do Estado. Mais de R$ 1.300 milhão são injetados diariamente na economia paraense através da comercialização de diversos tipos de produtos. Cerca de um milhão e meio de pessoas, entre consumidores e trabalhadores, circulam por mês no complexo. Mas quem é realmente que frequenta o Ver-o-Peso? Será que grande parte da população de Belém vai à feira? Os jovens fazem compras no maior cartão postal da capital paraense?
Para responder a essas questões, o Departamento de Apoio à Produção, da Secretaria Municipal de Economia, acaba de concluir uma pesquisa de opinião pública sobre o Ver-o-Peso, realizada no período de 21 a 23 deste mês. Foram entrevistadas 461 pessoas na Praça Santuário, Praça da República, Praça Batista Campos; e em frente à Universidade da Amazônia (Unama), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Instituto de Educação do Pará (IEP). A pesquisa é resultado da indagação dos permissionários do Ver-o-Peso sobre o percentual da população que conhece o complexo na faixa etária dos 20 a 35 anos.
Das 461 pessoas entrevistadas, a pesquisa constatou que 448, a maioria - 97% - já passou pelo menos um dia pelo Ver-o-Peso. Somente 13 pessoas - 3% - nunca foram ao complexo. Cento e sessenta pessoas disseram que conhecem e fazem compras regularmente no Ver-o-Peso. Isso corresponde a 36%. Já o número de pessoas que conhecem a feira, mas não fazem compras no local chega a 288 - 64% dos entrevistados.
E qual a faixa etária de quem faz compras no Ver-o-Peso? A pesquisa da Secon constatou que a maioria, 38%, tem idades entre 30 a 35 anos. Depois vem a faixa etária dos mais jovens - de 20 a 25 anos -, que corresponde a 36% dos entrevistados. E as pessoas entre 26 a 29 anos são as que menos freqüentam o Ver-o-Peso. Correspondem a um percentual de 26%.
Motivos não faltam para ir ao Ver-o-Peso. A feira é conhecida por sua vasta diversidade de produtos cheios de cores, cheiros e sabores. Mas é o preço acessível que mais leva as pessoas à feira. Segundo a pesquisa, 64% dos entrevistados vão comprar no Ver-o-Peso por causa dos preços dos produtos. A localização da feira, no Centro Histórico de Belém - na confluência dos rios Guamá e Pará e em uma área de 35 mil metros quadrados – é o motivo para comprar de 16% dos entrevistados. Já 14% disseram que gostam da variedade dos produtos. E 6%, do atendimento.
Sabe-se que muita gente vai ao Ver-o-Peso todos os dias. É igual ao hábito de tomar açaí da grande maioria dos paraenses. Mas o que a pesquisa constatou? Que 62% dos entrevistados – pelo menos na faixa etária de 20 a 35 anos - não compram com freqüência no Ver-o-Peso. Já 19% adquirem os produtos da feira uma vez por mês; 16% dos entrevistados vão toda semana ao local; e 3% afirmaram que vão todos os dias ao Ver-o-Peso.
Entre as pessoas que não compram no Ver-o-Peso, 46% têm idades entre 20 a 25 anos; e 27% estão nas faixas etárias de 26 a 29 anos e 30 a 35 anos. E por que essas pessoas não fazem questão de adquirir os produtos da maior feira livre da América Latina? Segundo a pesquisa da Secon, para 38% dos entrevistados a falta de higiene do complexo é o principal motivo. Para 35% das pessoas é a falta de segurança. Já a falta de estacionamento impede que 17% dos entrevistados vão ao Ver-o-Peso. E 10% das pessoas que deram a sua opinião para a pesquisa afirmaram que preferem fazer as compras nos supermercados.
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