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quinta-feira, março 31, 2011

Iluminação azul marca passagem do Dia Mundial de Conscientização do Autismo

Por Liandro Brito
A Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu o 2 de abril como Dia Mundial de Conscientização do Autismo. O dia serve como alerta ao tratamento, aos problemas e os direitos do paciente portador da doença. Para lembrar ao mundo inteiro a passagem da data, prédios ou monumentos de importantes cidades serão iluminados na cor azul. No Rio de Janeiro, por exemplo, será o Cristo Redentor, enquanto que em Paris, a Torre Eiffel.
Em Belém, a Prefeitura Municipal aderiu à campanha e irá iluminar o prédio sede da Companhia de Desenvolvimento da Área Metropolitana de Belém (Codem), localizado na Avenida Nazaré, esquina com a Quintino Bocaiúva. Segundo a presidente da Codem, Sylvia Santos, o prédio histórico foi escolhido por sua beleza arquitetônica e localização. “Por ser no centro da cidade chamará bastante atenção e com certeza irá valorizar o cenário urbano de Belém”, explica.
Além de iluminar a fachada de azul, a Codem, através da Cooperativa de Crédito Mútuo das Empresas de Economia Mista e Fundações da Prefeitura de Belém (Cooperco) e da Associação dos Funcionários da Codem (Assec), vai confeccionar e comercializar camisas da campanha desenvolvida pela Casa da Esperança, em Ananindeua, que é referência no tratamento de pacientes com autismo.
“As camisas serão vendidas para os funcionários da Codem e todo recurso arrecadado será entregue no dia 30 de março para a Casa da Esperança, com o objetivo de ajudar a instituição”, informa Sylvia. As luzes serão acesas nesta quarta-feira (30) e permanecerão ligadas até o dia 4 de abril. O serviço de iluminação ficou a cargo da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb).
Atualmente, 70 famílias são atendidas na Casa da Esperança, sua sede foi construída em setembro de 2007, com ajuda financeira da própria matriz da Casa da Esperança, em Fortaleza. O espaço recebe manutenção com recursos dos próprios pais de autistas. “Em Ananindeua ainda não conseguimos nenhum apoio para participar da campanha de iluminar um prédio com a cor azul”, conta Eugênia Leão, coordenadora de ensino da Casa da Esperança no Pará.
De acordo com Eugênia, as famílias também recebem tratamento psicológico. “Há pacientes de municípios como Barcarena, Bragança e Tomé Açu. Eles não encontram atendimento em suas cidades e recorrem para capital atrás de ajuda”, relata.
Segundo Eugênia, não existe um exame específico que diagnostique na criança o autismo. “O médico tem que observar e fazer diversos exames clínicos”, completa. “No Pará, os médicos não estão preparados para fazer esse diagnóstico. Muitas famílias têm que ir para outros Estados, como São Paulo, para verificar se a criança possui a doença”, enfatiza.
No Estado do Pará, como em outros estados brasileiros, não existe pesquisa epidemiológica sobre autismo. No entanto, adotando a estimativa da American Society for Autism (ASA), segundo a qual a cada 200 nascidos, 1 é portador de autismo, somente na região metropolitana de Belém existiriam mais de 10 mil com autismo. “Essas pessoas não tem acesso a diagnóstico e nem tratamento adequado”, enfatiza Eugênia.
Além das 70 famílias atendidas atualmente pela Casa da Esperança, outras 200 estão na fila de espera por atendimento. A Casa da Esperança também promove uma caminhada na Praça da República na próxima segunda-feira, dia 3 de abril. E no dia 31 de abril, acontece uma sessão especial na Assembléia Legislativa do Pará (Alepa) para debater os problemas do tratamento da doença no Estado.
Saiba mais sobre o autismo: O autismo é um transtorno do desenvolvimento com determinantes genéticos e biológicos, interfere de forma global e invasiva, principalmente nas áreas de comunicação, interação social e funções executivas (planejamento, escolha de interesses e atividades, etc.). É uma forma atípica no desenvolvimento que se manifesta por toda a vida. Ocorre em cerca de vinte entre cada dez mil nascidos e é quatro vezes mais comum entre meninos do que em meninas. É encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social.
Também classificado como um transtorno invasivo do desenvolvimento, normalmente manifesta-se antes dos 3 anos de idade, apresentando alteração em três importantes áreas do domínio humano: a comunicação, a socialização e a imaginação. A doença se caracteriza por um comportamento restritivo e repetitivo, provocando sérios comprometimentos nos mais variados campos de vivência, quando não se possui tratamento e diagnóstico precoce.
No Brasil, a população estimada de pessoas com autismo é de 340 mil, existindo poucos centros que oferecem tratamento para este transtorno. Comumente essas pessoas vivem sem diagnóstico ou com diagnóstico incorreto, o que impede que elas possam ser tratadas da maneira adequada, reduzindo os prejuízos do transtorno e tendo a possibilidade de constituir uma vida com mais independência.

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