O resultado do inquérito que investiga os responsáveis pela queda do edifício Real Class ainda deve demorar um pouco mais para sair. Segundo o delegado da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) que preside o inquérito, Rogério Moraes, um novo prazo foi pedido à justiça para a entrega da investigação, que deveria ocorrer hoje.
“O prazo da lei pra entrega do inquérito já extrapolou, o último prazo seria amanhã (hoje). Foi pedido uma nova prorrogação e esse novo prazo ficará a critério do juiz”, afirma, explicando que esse já é o segundo pedido de estendimento do prazo.
Ele alega que a solicitação é decorrente de imprevistos do próprio processo. “É necessário em decorrência do laudo que ainda está em andamento”. Segundo o delegado, somente após a análise do laudo do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves será possível determinar quem serão os indiciados.
“Tudo vai depender da parte técnica do laudo. Qualquer pessoa que participou da obra pode ser indiciada”.
Para ajudar nas investigações dos peritos que trabalham no laudo, Moraes afirma que foram encaminhadas imagens das câmeras de segurança dos edifícios Londrina e Blumenau que captaram o momento da queda.
“São imagens que mostram que estava chovendo, que tava ventando. Isso tudo será avaliado pelos peritos”.
A previsão do Renato Chaves é de que o laudo possa ser entregue até o dia 15 de abril, quando será realizada uma coletiva de imprensa para informar os resultados obtidos. “Após a entrega do laudo vamos analisar os resultados e nos reunir com os peritos para que possamos voltar a tomar os depoimentos”.
DEPOIMENTOS: “A definição das pessoas que serão chamadas dependerá do resultado do laudo, mas com certeza o Raimundo Lobato será ouvido novamente”, informa, referindo-se ao engenheiro calculista do projeto do Real Class.
Mesmo que o resultado do laudo realizado por professores da Universidade Federal do Pará (UFPA) sobre as causas do desabamento aponte para erro de cálculo, o delegado afirma que esse laudo não será levado em consideração. “Para a nossa investigação, o laudo que será utilizado será o solicitado ao IML. Só os peritos do IML tiveram acesso ao local, por isso o laudo que será utilizado é esse”.
Ainda segundo Moraes, caso seja identificado os responsáveis pelo desmoronamento do edifício pode haver indiciamento por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). “Como houve falecimento de pessoas, pode ser enquadrado em homicídio culposo. Mas ainda terá que ser avaliado”.
Segundo a assessoria de imprensa do CPC Renato Chaves, as investigações no local do desmoronamento já encerraram e o laudo está em fase de análise e redação.
Fonte: (Diário do Pará) – www.diariodopara.com.br
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