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terça-feira, março 29, 2011

Laboratório de Dermato-Imunologia comemora dez anos de fundação

Uma cerimônia realizada nesta terça-feira, 29, marcou os 10 anos de fundação do Laboratório de Dermato-Imunologia (LDI), conveniado à Universidade do Estado do Pará (Uepa), Universidade Federal do Pará (Ufpa) e ao Centro de Referência de Treinamento em Dermatologia Sanitária Marcelo Cândia. Localizado na antiga colônia de hanseníase em Marituba, hoje é uma das referências em pequisa de campo sobre o assunto no Brasil.
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), que há uma década atua como uma das parceiras do Laboratório, foi representada pelo secretário Hélio Franco e por técnicos do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Luiz Augusto Oliveira e Carlos Cruz.
O encontro, marcado ainda por uma visita à Unidade de Referência Marcelo Cândia, foi um misto de comemoração e de avaliação sobre o que já foi feito para deter a doença no Pará em meio a pesquisas envolvendo estudantes de graduação e pós-graduação das duas universidades conveniadas ao Laboratório que, segundo o coordenador e professor Cláudio Salgado, atualmente buscam respostas sobre as ocorrências de hanseníase no Estado, que hoje lidera o número de casos no país.
Um dos levantamentos realizados em 2007 pelo Laboratório dá conta que 2,3% do universo de 683.944 estudantes de ensino fundamental e médio do Pará já possuia a doença.
Além da hanseníase, a proximidade com a Unidade de Referência Marcelo Cândia permitiu que os pesquisadores pudessem avançar em outras áreas da dermatologia, especialmente no estudo das micoses superficiais, produndas e sistêmicas, o que possibilitou a publicação de diversos trabalhos científicos internacionais.
O doutor em Biologia Celular e professor adjunto da Ufpa, Moisés Batista da Silva, faz parte dessa história. Ele atua no laboratório desde 2001, quando ainda era estudante da graduação. Daí partiu pro mestrado e chegou ao doutorado sem abandonar a rotina do lugar. Num mural do laboratório onde consta uma gama de publicações científicas internacionais, seu nome configura em pelo menos oito delas.
No que diz respeito a hanseníase, em 2006 o Laboratório demostrou, de forma inédita à revista inglesa Leprosy Review, que a ciclosporina, droga imunossupressora utilizada em pacientes transplantados, também era útil em pacientes de hanseníase com neurite crônica. Cláudio Salgado lembra que foi um dos 10 trabalhos selecionados pelo Ministério da Saúde para o prêmio 2008 de novas tecnologias para o Sistema Único de Saúde (SUS).

"Estes resultados nos permitiriam partir para novas investigações, como as que estão em curso agora, seja estudo duplo-cego com ciclosporina versus amitriptilina, para o controle da dor crônica em pacientes com hanseníase, ou no estudo da correlação dos aspectos clínicos, comprotimento neural e resistência medicamentosa em pacientes da doença", acrescenta o professor Cláudio Salgado.
O secretário de Saúde do Estado, Hélio Franco, afirmou que não poderia deixar de homenagear o esforço empenhado pela equipe que conduziu o laboratório ao longo de dez anos. Exaltou, sobretudo, a coragem dos que enfrentam o preconceito, que ainda é a causa de alguns profissionais não assumirem o dever de atender a parcela da comunidade que sofre com a hanseníase. "É uma questão de mudar a atitude diante das pessoas que infelizmente contraíram a hanseníase, que já tem cura, tratando-as de forma respeitosa, adequada e informando a todos sobre os sinais e sintomas e sobre a importância de iniciar o tratamento ao primeiro sinal para evitar as incapacidades", concluiu.
Hélio Franco acrescentou que é preciso que a população valorize os sinais que, porventura, apareçam na pele. Quando não é tratada no início, a doença atinge os nervos, deixando-os engrossados e doloridos, diminuindo a sensibilidade na área afetada. "Essas lesões são responsáveis pelas incapacidades e deformidades características da doença", esclarece o secretário, salientando que, por ser uma doença crônica e os seus sintomas serem confundidos com os de outras doenças, a demora no diagnóstico é frequente e prejudica o tratamento.
Isso acontece porque o paciente que apresenta uma mancha na pele não valoriza o problema, demorando a procurar o auxílio especializado de um dermatologista. "Muitas vezes, ele acredita que se trata de algum tipo de micose", explica.
Mozart Lira - Ascom/Sespa.

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