O Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador (Cerest), da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), realizou nesta quinta-feira, 28, uma caminhada para lembrar o Dia Mundial de Segurança e Saúde do Trabalho. A concentração aconteceu na praça Pedro Teixeira, da Companhia das Docas do Pará, rumo à Assembleia Legislativa do Estado (Alepa). A mobilização, que contou com a participação de outras sete representações sindicais, teve o objetivo de conscientizar a população e o poder público para uma maior fiscalização das condições de trabalho, no sentido de certificar de que todas as obrigações trabalhistas e de segurança estão sendo cumpridas.
“Isso inclui também uma maior conscientização dos trabalhadores para que tenham a compreensão de seus direitos e maior qualificação da mão de obra para que possam exercer suas atividades sem expor-se a riscos desnecessários”, explica Sônia Bahia, coordenadora do Cerest.
Atualmente, o 28 de abril faz parte do calendário da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sendo reconhecida oficialmente por 19 países, inclusive o Brasil. Segundo a OIT, um trabalhador morre a cada 15 segundos, chegando a seis mil por dia e dois milhões por ano no mundo, vítimas de doenças e acidentes relacionados trabalho.
No Brasil, de acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social, em 2009, foram registrados no INSS 723.452 acidentes do trabalho. Comparado com o ano de 2008, houve uma diminuição no número de acidentes em torno de 4,4%. No Pará, entre 2007 e 2009, houve aumento no número de acidentes do trabalho registrados. Em 2007 foram 11.532, em 2008 o quantitativo subiu para 11.926 e em 2009 para 11.934, representando um aumento de 5% no número de acidentes ao longo destes anos, segundo o Dataprev de 2009. Outros dados incluem a chamada Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). No Pará, em 2007 foram 1.639; em 2008 aumentou para 2.353 e em 2009 elevou para 2.697, representando um aumento de 74,37% nos três anos.
Dos 11.934 acidentes de trabalho registrados no Pará em 2009, a maioria foi de acidentes típicos com Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT representando 66% do total, seguido de acidente sem CAT registrada (23%), de trajeto com CAT (9%) e de doença relacionada ao trabalho com CAT registrada (2%).
Ao considerar o quantitativo de agravos a Saúde do Trabalhador de notificação compulsória identificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) foram registrados um total de 672 casos entre os anos de 2008 a 2010 e entre estes o agravo mais incidente foi acidente com material biológico que representou 58,48 % das notificações no Estado, seguido de Intoxicação Exógena com 35,12 % dos casos.
Para Ivo Borges, presidente da Força Sindical no Pará, governos, empresas e trabalhadores precisam atuar em parceria em favor da prevenção de acidentes e oferecer equipamentos de segurança coletivos e individuais para os trabalhadores, além de prestar informações sobre os riscos da operação de execução de máquinas e produtos. “Isso tem que ser encarado como objeto a favor da saúde”, ressaltou.
Além do Cerest e da Força Sindical, atuaram na caminhada representantes da Central Única dos Trabalhadores, da Federação das Indústrias do Pará, Federação dos Metalúrgicos do Norte do Brasil, Sindicato dos Metalúrgicos do Pará, Sindicatos dos Empregados no Comércio do Estado do Pará, Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil e Nova Central Sindical dos Trabalhadores do Estado do Pará.
Mozart Lira - Ascom Sespa
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