Os casos de malária registrados no município de Anajás, no Arquipélago do Marajó, norte do Pará, tiveram uma redução significativa nos quatro primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2010, foram notificados 8.838 casos no município, número que caiu para 3.720.
Bernardo Cardoso, coordenador de Endemias da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), explicou que essa diminuição se deve, em grande parte, à intensificação das ações desenvolvidas pelo Programa de Controle da Malária no Pará, por meio dos laboratórios flutuantes, que atuam principalmente na região do Marajó.
São utilizadas 40 embarcações, lotadas de agentes comunitários e microscopistas, que vão até as comunidades mais carentes para detectar novos casos da doença e realizar o tratamento em pacientes afetados. O programa, criado em 2003, no primeiro governo de Simão Jatene, atua nos municipios de Anajás e Curralinho (no Marajó), Oeiras do Pará (no Baixo Tocantins) e nos garimpos da região de Itaituba (oeste do Estado).
Os agentes fazem o exame para detectar ocorrências e iniciam o tratamento daqueles que já adoeceram. “Com este trabalho, temos conseguido uma redução expressiva dos casos, porque ao mesmo tempo em que a gente trata o paciente, faz a prevenção na área e evita a proliferação da doença”, ressalta Cardoso.
Segundo ele, a média de pacientes atendidos nas regiões onde o laboratório flutuante atua é de 400 a 600 por dia. “Com o atendimento feito no local, conseguimos diminuir também o número de pessoas que antes se deslocavam para Belém”.
No ano passado, o Pará registrou o maior número de casos de malária entre os Estados da Amazônia Legal. “O ano de 2010 terminou com 135 mil casos da doença no Pará. Somente em Anajás, foram notificados 22 mil casos. Estamos reduzindo e pretendemos tirar o Pará desta lista negativa”, afirma Bernardo Cardoso.
Brun Campos – Secom
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