O Theatro da Paz terá suas atividades paralisadas temporariamente para a realização de um estudo minucioso sobre os danos causados à estrutura do prédio histórico, que completou 133 anos na última terça-feira (15). "É com pesar que anunciamos a interrupção da pauta devido à gravidade do quadro em que encontramos o teatro", lamentou o secretário de Estado de Cultura, Paulo Chaves Fernandes", em entrevista coletiva concedida no final da manhã desta quinta-feira (17).
A partir da próxima semana, uma equipe do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, mais precisamente do setor de preservação de madeiras, estará em Belém para identificar o estrago causado pelo ataque agressivo e generalizado de dois tipos de cupins: o cupim arborícola e o cupim de madeira seca.
Um levantamento feito por meio da empresa SAM - Controle Ambiental, contratada para fazer um diagnóstico sobre a infestação de insetos xilófagos no interior do teatro, já concluía, em setembro de 2010, a necessidade urgente de tratamento junto aos pontos de dispersão (a cobertura por meio das tubulações de água pluvial), tratamento de solo (para identificar os riscos de contaminação do lençol freático ou outro curso d'água existente na região), tratamento do amadeiramento, do imobiliário e monitoramento intensivo com roteiros de inspeção contínua nos espaços de calor e umidade.
A interdição do espaço, considerada grave tanto pelos técnicos do IPHAN quanto da Secult, alerta para riscos de desabamento, similar ao ocorrido em 16 de fevereiro de 2009. Após a conclusão do relatório realizado pelo SAM pouco foi feito para se evitar o risco de desabamento que hoje volta a ameaçar o teatro. A primeira inspeção do IPT tem o custo de R$ 25 mil, para elaboração dos danos e riscos e para sinalização da proteção das obras de arte relacionadas.
No interior do teatro, grande parte das madeiras estruturais, tanto do telhado, quanto dos forros de estuque, apresentam danos provocados pelo ataque dos insetos, assim como o lado ímpar dos camarotes e frizas. O avanço dos cupins também é uma ameaça para as estruturas de madeira que servem de proteção às pinturas do teto da platéia, feita pelos italianos Domenico D'Angelis e Capranezi, e às pinturas do foyer de 1960, pelo pernambucano Armando Baloni.
José Pacheco - Ascom/Secult
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