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quarta-feira, março 02, 2011

Aumentar renda não acabará com miséria, diz ministra

O plano de erradicação da pobreza extrema, apelidado de "PAC da Miséria", não usará apenas a renda como critério para medir quem é miserável, disse a ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social).  "A meta não será resolvida somente com transferência de renda [feita por meio de programas como o Bolsa Família]", afirmou nesta quarta-feira durante entrevista.  De acordo com a ministra, a ideia de que a pobreza é um "fenômeno multidimensional" será um dos "elementos centrais" do plano.



Para a ministra Tereza Campello,
programas como Bolsa
 Família não resolverão sozinhos
 problema da miséria no país
O uso da renda como único mecanismo para a definição das chamadas "linhas de pobreza" é alvo de discussão entre estudiosos. Para alguns, a ideia pode gerar uma eliminação apenas estatística da quantidade de miseráveis, com uma pequena elevação de ganhos que não implicam numa mudança real na vida dessas pessoas.
"Não é que a gente não vai trabalhar com o critério renda. A gente vai ter metas com relação ao conjunto de políticas públicas, e a gente quer ser cobrado por essas metas", disse Campello.
"Como vamos anunciar um conjunto de metas que envolvem ações que tenham impacto nessa questão multidimensional da pobreza, se a gente só resolver o problema de renda, certamente a gente vai estar sendo cobrado que essa população continua sem saúde, sem educação, sem água."
A ministra também afirmou que programas para capacitar trabalhadores a entrar no mercado de trabalho (a "inclusão produtiva") ganharão força no "PAC".
Segundo ela, seu ministério fará a gestão unificada dessas políticas, originárias de outras pastas.
BOLSA FAMÍLIA: Campello admitiu que o aumento do Bolsa Família foi mais alto do que estava originalmente previsto pelo governo, por ordem da presidente Dilma Rousseff.
"A gente tinha feito uma proposta um pouco mais tímida. Esse valor expressivo dos 45,5% [aumento dado para as famílias com no máximo três filhos de até 15 anos], para ser bem justa, não se deve nem a mim nem à nossa equipe. A presidente é que decidiu", afirmou.
O reajuste médio de 20% fará com que cerca de dois milhões de pessoas passem a ganhar mais de R$ 70 mensais e saiam, do ponto de vista da renda, da situação de miséria extrema, disse ela. Mas Campello admitiu que a estimativa não é precisa, pois pode ser baseada em dados desatualizados.
Segundo ela, o aumento diferenciado para famílias com adolescentes é o primeiro passo do "PAC", "pois as famílias mais pobres são exatamente as famílias com mais filhos".
Sobre os cortes orçamentários, ela afirmou que "próprio MDS está fazendo ajustes". "Estamos fazendo cortes importantes em atividades meio, em viagens, em diárias", disse Campello. Segundo ela, a pasta contribui com "esse esforço [de contingenciamento], que é o esforço geral do governo".

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