Agremiação de São Bento do Sapucaí reúne mais de 500 integrantes.
Padre tem samba no pé e reza Pai Nosso com fiéis e foliões antes da festa.
Tahiane Stochero Do G1, em São Bento do Sapucaí (SP)
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Padre dança durante desfile de escola de samba em São Bento do Sapucaí (Foto: Tahiane Stochero/G1) |
Rezando a missa na Igreja da Matriz de São Bento do Sapucaí, no interior de São Paulo, ele é o pároco Ronaldo José Caetano Neto. Mas, quando tira a batina, o padre assume a função de presidente da Escola de Samba Mocidade Independente de São Bento do Sapucaí, criada há quatro anos por ele mesmo para incentivar a cultura na cidade de pouco mais de 10 mil habitantes.
Na noite deste domingo (6), o "Anhembi" da escola do padre foi a Avenida Conselheiro Moreira Alves, no centro de São Bento do Sapucaí, por onde desfilaram 507 integrantes em 23 alas. A festa na Avenida começou às 20h30, mas nada de mulheres seminuas ou com tapa sexo. A escola de samba tem no carro abre-alas uma cadeirante e os integrantes são, em sua maioria, crianças, idosos e deficientes físicos.
Outra diferença é que o padre reza o Pai Nosso, acompanhado por toda a população, antes do desfile. “Criamos a escola com o objetivo de valorizar as entidades que prestam assistência às pessoas da cidade, como o lar de acolhida de idosos, o centro de acolhida para deficientes e também a Lira Musical, nossa banda de música que completa 10 anos em 2011 e é a homenageada do samba-enredo da escola deste ano”, diz o padre.
O padre Ronaldo toca na bateria da escola e também tem samba no pé. Antes do desfile, ele passa em vistoria às alas. Em seguida, entusiasma todos os integrantes para a folia. Foi ele quem convidou a cadeirante com paralisia cerebral Daiane de Costa Galvão, de 17 anos, para abrir o desfile no carro abre-alas.
“Ela se sente valorizada, briga com o desfile, com as roupas, com a alegria. No primeiro carnaval da escola, quatro cadeirantes desfilaram. As outras mães não deixaram mais, mas a Daiane quer sempre vir”, diz a mãe da jovem, Debora Aparecida da Costa.
Na bateria, um menino cadeirante toca pandeiro. Deficientes auditivos e visuais de toda a região de São José dos Campos e Campos do Jordão também participam da festa em alas separadas. Em um trenzinho, os idosos do lar da velhice da cidade vibram.
“Tenho 71 anos e me sinto como quando tinha 14, quando comecei a pular carnaval. Criei 11 filhos, que agora me deram 25 netos e 12 bisnetos. Estou na velhice, mas é hora também de aproveitar e ser feliz”, afirmou a aposentada Benedita Custódio da Silva.
Na ala das baianas, Luzia Cristino dos Santos, de 80 anos, vibrava. “Desfilo desde que o padre criou a escola. As fantasias são feitas por nós, após muito trabalho para conseguir os adereços e tecidos”, diz Luzia.
A concentração da bateria começou às 19h, em frente à Igreja da Matriz, enquanto a missa da 18h ainda não tinha terminado. As alegorias de todas as alas impressionam pela beleza e pelos detalhes rigorosamente checados. Mas como conseguir verba para a escola de samba? O padre não gosta de pedir dinheiro para políticos ou empresas. Tem seu próprio método, que deu certo.
O padre Ronaldo toca na bateria da escola e também tem samba no pé. Antes do desfile, ele passa em vistoria às alas. Em seguida, entusiasma todos os integrantes para a folia. Foi ele quem convidou a cadeirante com paralisia cerebral Daiane de Costa Galvão, de 17 anos, para abrir o desfile no carro abre-alas.
“Ela se sente valorizada, briga com o desfile, com as roupas, com a alegria. No primeiro carnaval da escola, quatro cadeirantes desfilaram. As outras mães não deixaram mais, mas a Daiane quer sempre vir”, diz a mãe da jovem, Debora Aparecida da Costa.
Na bateria, um menino cadeirante toca pandeiro. Deficientes auditivos e visuais de toda a região de São José dos Campos e Campos do Jordão também participam da festa em alas separadas. Em um trenzinho, os idosos do lar da velhice da cidade vibram.
“Tenho 71 anos e me sinto como quando tinha 14, quando comecei a pular carnaval. Criei 11 filhos, que agora me deram 25 netos e 12 bisnetos. Estou na velhice, mas é hora também de aproveitar e ser feliz”, afirmou a aposentada Benedita Custódio da Silva.
Na ala das baianas, Luzia Cristino dos Santos, de 80 anos, vibrava. “Desfilo desde que o padre criou a escola. As fantasias são feitas por nós, após muito trabalho para conseguir os adereços e tecidos”, diz Luzia.
A concentração da bateria começou às 19h, em frente à Igreja da Matriz, enquanto a missa da 18h ainda não tinha terminado. As alegorias de todas as alas impressionam pela beleza e pelos detalhes rigorosamente checados. Mas como conseguir verba para a escola de samba? O padre não gosta de pedir dinheiro para políticos ou empresas. Tem seu próprio método, que deu certo.
“Durante todo o ano mantemos na frente da igreja uma barraquinha vendendo doces e salgados para arrecadar dinheiro para o carnaval. Temos também uma cavalgada e outros eventos, que nos ajudam com fundos”, responde o padre.
O religioso também faz com que os fieis (ou os integrantes da escola de samba) contribuam para que a escola cresça. “Não gosto de dar nada de mão beijada. O pessoal tem que valorizar, aprender que nada nasce assim, tem que se construir um trabalho”, explica o padre Ronaldo.
O padre virou uma espécie de herói na cidade. Entre os moradores, nas ruas, ele é elogiado por ter “valorizado a população e resgatado a felicidade do carnaval familiar em uma escola de samba de luxo”, disse Débora Aparecida.
O religioso também faz com que os fieis (ou os integrantes da escola de samba) contribuam para que a escola cresça. “Não gosto de dar nada de mão beijada. O pessoal tem que valorizar, aprender que nada nasce assim, tem que se construir um trabalho”, explica o padre Ronaldo.
O padre virou uma espécie de herói na cidade. Entre os moradores, nas ruas, ele é elogiado por ter “valorizado a população e resgatado a felicidade do carnaval familiar em uma escola de samba de luxo”, disse Débora Aparecida.
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