O equilíbrio entre conservação e desenvolvimento das florestas no Pará foi o tema que norteou o ciclo de palestras realizado nesta segunda-feira, 21, no auditório do Parque Estadual do Utinga (PEUT), pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Especialistas da Diretoria de Áreas Protegidas conduziram os debates, que reuniram profissionais do setor ambiental e estudantes de universidades públicas e privadas do estado.
O Diretor de Áreas Protegidas (DIAP) da Sema, Crisomar Lobato, abriu o evento com a palestra Ecossistemas, em que destacou a importância das florestas como um todo: vegetação, águas, solos, geologia e clima. "Isso é muito importante do ponto de vista ecológico, biológico e comercial, porque as nossas florestas, se bem manejadas, a exemplo das estaduais da Calha norte e do Paru, podem gerar desenvolvimento e qualidade de vida para toda a região", explicou.
A idéia do ciclo de palestras surgiu a partir de debates, conversas e pequenas reuniões entre os técnicos da Diretoria de Áreas Protegidas. "A DIAP é um celeiro de idéias e é composta por uma equipe multidisciplinar, que abrange ciências ecológicas, sociais e exatas. Somos um grupo que tem uma visão global sobre a ecologia do estado do Pará", informou Crisomar.
A bióloga Maria Bentes, gerente de Proteção à Flora da Sema, destacou o papel crucial da criação de unidades de conservação para a manutenção das florestas no Pará. "A idéia foi mostrar o estado dessas florestas, em nível mundial, para que as pessoas vejam que no Brasil o desmatamento está diminuindo em função da existência de terras protegidas e unidades de conservação", esclareceu.
Flotas Calha Norte e Iriri - O ciclo de palestras abriu espaço para a apresentação das florestas estaduais da Calha Norte - Faro, Trombetas e Paru - pelo gerente dessas áreas, Joanísio Mesquita, que ressaltou os desafios e objetivos da criação dessas unidades de conservação. "Historicamente, esses municípios foram atingidos por diversos ciclos de exploração. Com a implantação dessas unidades surgiu a intenção de se fazer o ordenamento fundiário, o que não adianta de nada se não houver destinação e uso sustentável dos recursos nelas existentes", explicou.
A Flota Iriri, apresentada pelo geógrafo Charles Gemaque, surgiu a partir de um zoneamento ecológico feito pela Coordenadoria de Ecossistemas da Sema e de um estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). "O acesso à área é difícil, porque ela é cercada por terras indígenas, florestas estaduais e unidades de conservação de todos os tipos. Por isso, estamos planejando a criação do conselho em 2011/2012 e o amadurecimento dos projetos", disse.
O Parque Estadual do Utinga (PEUT), gerenciado pela turismóloga Socorro Almeida, também foi destaque nas palestras. Segundo a gerente, esse fragmento de floresta dentro da cidade tem um papel que poucos conhecem. "O Parque proporciona um ambiente agradável, mas a população ainda não faz o uso desse espaço como deveria. Hoje recebemos uma média de 100 visitantes por dia, incluindo os caminheiros, mas em abril, quando retomarmos as atividades, esse número deverá subir para 160 pessoas/dia. Passamos por um recesso, período em que aproveitamos para recuperar as trilhas existentes no parque", esclareceu.
Para a estudante de licenciatura em Biologia, Lorena Bitar, que participou dos debates na Sema, manter-se atualizada sobre assuntos relacionados ao ecossistema, conservação de florestas e reflorestamento foi a motivação para estar ali. "É um conhecimento importante tanto para minha formação pessoal quanto profissional". Motivo semelhante atraiu a futura turismóloga Ione Ayres, que decidiu participar do ciclo junto com um grupo de amigas. "É interessante ter conhecimentos sobre áreas de conservação, afinal elas também representam atrativos para os turistas".
Luciana Almeida - Ascom/Sema
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