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quarta-feira, março 23, 2011

IAP oferece oficina de figurino para a Paixão de Cristo

"Isso aqui era um perigo só de ponta a ponta. Hoje, felizmente, está diferente", apontando para a Travessa Lauro Sodré, no bairro da Terra Firme, a dona de casa Maria das Graças Lima lembra um panorama ainda muito vivo na memória. Inscrita na oficina de figurino promovida pelo Instituto de Artes do Pará (IAP), que em parceria com o programa Pró-Paz, do Governo do Estado, oferece essa e outras oficinas de aperfeiçoamento para o grupo de teatro local para a encenação da Paixão de Cristo, Graça, como é chamada, ressalta que essa e outras iniciativas públicas, de organizações não governamentais e de igrejas, têm ajudado sobremaneira a diminuir o problema da violência no bairro, em especial entre os jovens.
A encenação da Paixão de Cristo será nos dias 22, 23 e 24 de abril, no campus da Universidade Federal Rural da Amazônia. O espetáculo acontece há mais de 20 anos, tendo como protagonistas atores da comunidade. O IAP desenvolveu um programa de oficinas visando o aprimoramento dos integrantes do grupo, tais como, expressão corporal, oficina de voz, de interpretação de texto e de direção teatral. As mesmas ocorrerão até 11 de abril.
No dia 21 desse mês começou a oficina de figurino ministrada por Guilherme Repilla. Nela, serão produzidas praticamente todas as vestimentas a serem utilizadas na encenação. A formação será ministrada até a véspera da estréia, dia 21 de abril.
Graça, 53 anos, é uma das 25 participantes da oficina que é realizada no número 33 da Lauro Sodré. Elas são mulheres e homens, jovens e adultos. Algumas pessoas, veteranas de outras encenações. Outras estão tendo pela primeira vez essa experiência. "Será a primeira vez que participarei da Paixão de Cristo e tenho gostado muito do processo. Já tinha participado de algumas encenações na minha igreja, mas nada tão grande. Essa oficina é algo que só pode ajudar, principalmente os mais jovens. A vida aqui não está fácil. Mas, uma certeza que a gente tem é que os jovens que viviam a toa hoje preferem participar de projetos como esse. É uma forma de ajudá-los a superar toda essa violência", diz Graça.
Israelita Sousa, 52, é costureira de ofício e está tendo a primeira experiência com figurino de uma peça teatral, mas, como Rai Portela, diretora de samba da agremiação "Real da Portela", ela tem experiência de sobra na confecção em larga escala de roupas. Para ela, mesmo ainda no começo, a experiência tem se mostrado gratificante. "É a primeira vez que trabalho com um figurinista. Sempre fui a estilista, figurinista, tudo, nos trabalhos que fiz. A gente cria tudo com os carnavalescos. Vai ser uma experiência fantástica e acredito que vou aprender".
Aprender é uma das palavras de ordem da oficina, mas não só para a encenação da Semana Santa e sim para o futuro. Cláudia Silva, 41, produtora cultural no bairro, lembra que a experiência local sempre foi do trabalho entre eles mesmos, sem uma referência externa. "Já chegamos a usar nossos lençóis", conta. Agora, a expectativa é que seja diferente. "Quando inscrevemos nosso projeto foi também com o intuito de capacitar as pessoas da comunidade. Esse projeto é um resgate de crianças e adolescentes. Eu estou desde os 16 anos colaborando de alguma forma com a encenação e hoje repasso essa experiência aos mais jovens".
Guilherme Repilla, que tem experiência em provavelmente todo tipo de encenação já feita na capital paraense, tem passado também por uma experiência nova ao trabalhar com a comunidade. "Tenho achado muito interessante. As pessoas inscritas tem mostrado um interesse muito grande, além de ousadia e criatividade. É bom porque já entenderam o objetivo da oficina. Não estou ensinando Corte e Costura, e sim uma forma de criar mais componentes cênicos para a peça. Não queremos a beleza pela beleza, e sim a beleza pela originalidade".
Ascom IAP

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