"A aula é o que o motiva a se levantar todos os dias. É o que faz ele ter de volta a alegria de criança". O depoimento é de Sara Aguiar da Cruz, mãe do pequeno E.M.A, de quatro anos, internado há um mês no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência - HMUE, vítima de queimaduras. O filho de Sara é atendido pelo Projeto Prosseguir, uma parceria da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) com o Metropolitano, que somente no hospital já atendeu aproximadamente duas mil crianças desde 2009.
O filho de Sara é uma das oito crianças atualmente internadas no Centro de Tratamento de Queimados do HMUE. Todos são atendidos - incluindo os internados na Clínica Pediátrica - pelo "Prosseguir" com aulas de educação infantil e ensino fundamental, de acordo com a faixa etária. A satisfação de mãe e filho tem uma razão. Os pedagogos e médicos que cuidam das crianças perceberam que o contato com o aprendizado funciona como um estímulo aos pequenos pacientes, fazendo com que eles correspondam ao tratamento de forma positiva.
"O ambiente hospitalar não é bem visto pelas crianças. Elas sentem medo e muitas vezes resistem ao tratamento por não entenderem a necessidade dele. Por isso, as atividades lúdicas e o aprendizado possibilitado pelas aulas do Prosseguir são importantes e ajudam na recuperação da saúde", explicou a coordenadora do projeto no Hospital Metropolitano Denise Mota.
Além disso, continua a coordenadora, as aulas assistidas pelas crianças podem ser computadas por sua escola de origem. A Seduc disponibiliza um documento oficial para os pais, que é apresentado na escola e inserido na grade curricular do aluno. Assim, ele não é prejudicado por ter faltado no período em que esteve internado.
O projeto terá o atendimento expandido no Hospital Metropolitano. Denise Mota afirmou que o secretário de Estado de Educação, Nilson Pinto, já acenou positivamente pela inclusão do Ensino Médio e do Ensino de Jovem e Adultos (EJA). "Os pacientes do Metropolitano geralmente passam muito tempo internados porque apresentam quadros de queimadura ou trauma muito grandes. Assim, atenderíamos também os jovens e adultos".
A coordenadora da Clínica Pediátrica, Márcia Anaisse, também ressaltou que a escola dentro do hospital ajuda na recuperação do paciente. "Notamos uma melhora significativa no comportamento das nossas crianças, principalmente em relação à aceitação do tratamento e também na otimização do tempo de internação. As crianças ficam mais bem humoradas e recuperam a autoestima", salientou.
O Prosseguir iniciou suas atividades dentro do Hospital Ophir Loyola em abril de 2003 como um projeto educacional, com o objetivo de garantir às crianças e jovens educação de qualidade. Em 2009 expandiu o atendimento educacional à Fundação Santa Casa de Misericórdia, Fundação de Clínicas Gaspar Viana e Hospital Metropolitano, estendendo-se também aos adultos e idosos da Unidade Especial Abrigo João Paulo II. Em 2010, o projeto foi implantado no Hospital Barros Barreto.
Janise Abud – Secom
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