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quarta-feira, abril 20, 2011

Ações contra o escalpelamento mobilizam portos de Belém



Com o intuito de reduzir os acidentes de escalpelamento no feriadão da Semana Santa, quando há um considerável aumento do fluxo de embarcações circulando pelos rios do Pará, a Comissão Estadual de Erradicação do Escalpelamento realizou mais uma campanha de prevenção. As ações aconteceram nesta quarta-feira, 20, nos portos do Açaí e da Palha, no Jurunas, e na Feira do Açaí, no cais do mercado do Ver-o-Peso.
O grupo, formado por cerca de 10 pessoas, saiu do Nível Central da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) para cumprir um roteiro que incluiu abordagem com esclarecimentos à população, em especial crianças e mulheres, que utilizam pequenas embarcações como meio de locomoção para, desta forma, erradicar os acidentes por escalpelamento no Pará.
De acordo com a coordenadora estadual de Saúde e Mobilização Social da Sespa, Socorro Silva, o período de festas e feriados, a exemplo do Círio e da Semana Santa, oferece maior risco de acidentes provocados por embarcações que ainda não dispõem de proteção ao eixo do motor.
Segundo ela, a tragédia pode acontecer em barcos menores, onde é comum os próprios passageiros tirarem o excesso d'água. O perigo é que, ao se aproximarem do eixo que está girando, mulheres e meninas ou homens de cabelos longos, podem ter o couro cabeludo arrancado pelo equipamento.
Heloísa Feio, socióloga do Ministério Público do Estado, órgão integrante da Comissão, era uma das técnicas que distribuia folhetos com orientações sobre a prevenção aos acidentes.
De acordo com a técnica, as medidas de prevenção podem ser as mais simples, como prender os cabelos em forma de coque ou totalmente por meio de uma touca. Já os barqueiros devem cobrir o eixo com madeira de boa qualidade.
Enquanto isso, o Governo Estadual faz o que pode para evitar mais acidentes desse tipo no Pará, seja na prevenção, tratamento e reintegração das vítimas, além da criação da Comissão Estadual e de comitês municipais de prevenção a novos acidentes, a exemplo do que vem ocorrendo em ações já realizadas por meio da parceria com a Marinha do Brasil.
De forma paralela, a Comissão Para Erradicação dos Acidentes com Escalpelamento já começou a realizar a busca ativa de quem já foi vítima desse acidente no Estado. A meta é atender a uma determinação da Defensoria Pública da União que, desde novembro de 2008, por ocasião da criação do conjunto de medidas do Projeto Itinerante de Erradicação do Escalpelamento, está mapeando os acidentados para que recebam, mediante perícia, uma indenização.
No Pará, essa procura por pessoas escalpeladas, principalmente pelos municípios ribeirinhos, já começou e não tem prazo para terminar. À frente dessa pesquisa estão representantes da Comissão, sendo um da Sespa e outro da Secretaria de Governo do Estado (Segov).
Números: De 2000 a 2010, foram registrados 227 acidentes com escalpelamento no Pará, sendo 25 em 2000, 18 em 2001, 37 em 2002, 31 em 2003, 30 em 2004, 12 em 2005, 12 em 2006, 23 em 2007, 14 em 2008, 20 em 2009 e cinco em 2010, nos municípios de Muaná (1), Bagre (1), Curralinho (2) e Anajás (1).
Participam da Comissão Estadual de Erradicação do Escalpelamento integrantes da diretoria técnica da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA) e do Espaço Acolher; da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR); da Defensoria Pública da União - seção Pará (DPU); Ministério Público Estadual (MPE); da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro); do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef); do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) e da Sociedade Paraense de Pediatria (Sopape).
Mozart Lira - Ascom/Sespa

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