Ele é secretário de Cultura e quer incentivar artistas tradicionais.
Glauco Araújo Do G1, em São Paulo
Chico César |
O secretário de Estado da Cultura da Paraíba, Chico César, emitiu nota nesta segunda-feira (18), afirmando que o objetivo do Governo não é proibir ou impedir que eventos sejam organizados com tendências musicais diversas, mas que não receberão recursos públicos.
Dominguinhos durante apresentação em Campina
Grande, em 2008 (Foto: Glauco Araújo/G1)
"Forró descartável"
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Ele citou que parte do público que vai a festas de São João do estado tem sido injusto com artistas típicos da cultura nordestina. "São muitas as distorções, admitamos. Não faz muito tempo vaiaram Sivuca em festa junina paga com dinheiro público porque ele, já velhinho, tocava sanfona em vez de teclado e não tinha moças seminuas dançando em seu palco.
Cavaleiros do Forró dizem que
música levanta o público
(Foto: Divulgação)
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O secretário disse que as festas de São João se tornaram a melhor ocasião para artistas tradicionais se destacarem. "Temos de celebrar a música regional e a cultura popular com artistas como Parrá, Baixinho do Pandeiro, Cátia de França, Zabé da Loca, Escurinho, Beto Brito, Dejinha de Monteiro, Livardo Alves, Pinto do Acordeon, Mestre Fuba, Vital Farias, Biliu de Campina, Fuba de Taperoá e Sandra Belê."
São João nas cidades: Chico César disse que o governo ainda não tem verba estipulada para apoiar as festas de São João nas cidades paraibanas. "Não fechamos apoio com nenhuma prefeitura ainda. De imediato, temos o projeto 'Fogueira da Cultura', que vai começar em maio e tem o tema dos festejos juninos. Queremos levar para as cidades a arte popular, o teatro, o cinema, o forró pé de serra e a cultura genuinamente nordestina."
Segundo ele, a negociação com as prefeituras vai levar em conta a programação de cada uma das festas juninas. "Nossa prioridade é valorizar os artistas locais, que mostram a cultura popular. Essa é a hora certa para valorizar quem já tem pouco espaço nas rádios e nas TVs".
Em 2008, o músico Dominguinhos disse ao G1 que os grupos de forró eletrônico são descartáveis e provocou uma polêmica durante o São João em Campina Grande. À época, o sanfoneiro disse que o “forró é igual ao rock porque não deixa ninguém parado”.
Dominguinhos ainda foi enfático ao fazer críticas ao forró eletrônico. “Não dá pra dizer que aquilo é forró. Eles deveriam tentar se entitular de outra forma, porque aquilo não tem nada de forró. Não tem identidade. É uma grande mentira.”
Ele citou o exemplo das letras das músicas que se tornaram hit nas festas de São João de Pernambuco e da Paraíba, como ‘Chupa que é de uva’, do Aviões do Forró, e ‘Senta que é de menta’, do Cavaleiros do Forró. “É tudo muito apelativo e descartável. Eu critico a qualidade musical. As letras são péssimas e falam muita bobagem. É tudo anti-musical”, disse o músico.
Contagiando multidões: Após críticas de Dominguinhos, os grupos Aviões do Forró e Cavaleiros do Forró defenderam seus trabalhos.
Os músicos do Cavaleiros do Forró disseram que a música que fazem são capazes de contagiar multidões e levantar o público. Já o grupo Aviões do Forró afirmou que não tirou a identidade do forró, apenas apostou em batidas diferentes.
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