LUANA MARINO
do Rio de Janeiro
O acidente fatal de Sondermann mostrou o quanto os pilotos são vulneráveis na Curva do Café
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A morte cerebral de Gustavo Sondermann na etapa deste domingo (3) da Copa Montana reforçou uma preocupante estatística com relação ao circuito de Interlagos: o do número de acidentes graves na Curva do Café, que leva os pilotos para a reta dos boxes. Conhecida como ‘a Tamburello de Interlagos’ – numa alusão à curva do circuito de Ímola onde Ayrton Senna sofreu o acidente fatal em 1994 –, a curva é feita de quarta para quinta marcha, com os pilotos em alta velocidade e não tem área de escape.
Em 2003, Alonso atingiu um pneu de Webber e bateu violentamente na Curva do Café
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No dia 24 de fevereiro, o fotógrafo especializado em motovelocidade João Lisboa, de 52 anos, morreu quando participava de um track day no circuito paulista. A Motoschool, escola de pilotagem responsável pelo evento, relatou na época que “João passou reto na Curva do Café e bateu forte contra a proteção de pneus”. Os socorros foram prestados ao piloto na hora, mas Lisboa não resistiu aos ferimentos.
Há três anos e meio, a curva fez outra vítima. Durante a Stock Light, Rafael Sperafico sofreu um grave acidente na sexta volta da prova. O paranaense, que estreava na competição, escapou na Curva do Café e bateu na proteção de pneus. O carro voltou para a pista e foi atingido em cheio por Renato Russo. Sperafico morreu na hora com traumatismo craniano.
A F1 também tem seu histórico de acidentes graves em Interlagos. Em 2003, Mark Webber, então na Jaguar, perdeu o controle do carro e bateu violentamente na saída da Curva do Café. Quem levou a pior foi Fernando Alonso, que não conseguiu desviar de um pneu no meio da pista e bateu no mesmo ponto. Felizmente, nenhum dos dois se feriu. Em 2006, foi a vez de Nico Rosberg estampar o muro, destruindo sua Williams. O alemão também não se machucou.
“É o ponto fraco do autódromo”, declarou Carlos Col, conselheiro da Vicar, na ocasião da morte de Rafael Sperafico. “Quando a Federação Internacional de Motociclismo vistoriou Interlagos para avaliar a realização de uma etapa da MotoGP, a curva preocupou bastante os fiscais. Para mim, realmente, é o ponto de maior perigo da pista”, ressaltou.
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