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quarta-feira, junho 29, 2011

Professores de ensino religioso discutem relações étnico-raciais

Cerca de 350 professores de ensino religioso, acadêmicos e representantes de movimentos sociais participaram do “Seminário de ensino religioso e educação para as relações étnico-raciais no Pará”. O evento, que ocorreu dias 28 e 29 deste mês, aconteceu no auditório do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), da Universidade do Estado do Pará (Uepa). O objetivo foi discutir a implementação da Lei no. 10.639, que tornou obrigatória a inserção do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana no currículo da educação básica.
O encontro elaborou estratégias para aplicação de conteúdos que compreendam as religiões de matrizes africanas, para fornecer subsídios pedagógicos para uso em sala de aula e elaborar conteúdos para serem trabalhados, de forma articulada, com outras disciplinas. Para isso, a programação discute, entre outros temas, a sala de aula como um espaço de afirmação da diversidade étnico-racial e como um cenário de combate ao racismo.
Segundo o coordenador de Promoção da Igualdade Racial da Seduc, Hamilton Barreto, é preciso observar que “as matrizes africanas tradicionais que aqui chegaram se miscigenaram e, hoje, o que temos é diferente. O que temos aqui é diferente de como é na África”. Ele destacou também a importância de promover um trabalho articulado com a sociedade. “Neste momento, dialogar com a sociedade civil organizada é fundamental”, disse.
A professora de ensino religioso do Instituto Bom Pastor, Clenilda Andrade, dividiu com a plateia um pouco de sua experiência positiva sobre o assunto. Ela é uma das coordenadoras do projeto "Raça e etnicidade afroindígena: resistência e desafios", que promove oficinas e palestras, entre outras ações em sala de aula, com o objetivo de trabalhar a autoestima. Atualmente, seus alunos fazem intercâmbio de correspondência com alunos de uma escola angolana.
“A ideia principal das nossas atividades é: gosto de ser o que eu sou”, explicou a professora. Ela apontou que, até pouco tempo, alguns livros didáticos ainda chegavam às escolas apresentando comportamento discriminatório com a naturalidade. “Cheguei a ver livros tratando crianças negras como 'as erradas', sempre em situação inferior às demais”, relatou, acrescentando que esse tipo de comportamento também está disseminado no seio da sociedade. “Precisamos treinar o nosso olhar, fazendo isso dentro de sala de aula”, completou.

Mari Chiba - Seduc

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