O Instituto de Meteorologia do Pará (Inmet) previu para as 13h30 desta segunda-feira (21), a maré com 3,7m de altura. O outro horário da maré alta foi à 1h17, chegando a 3,8m. Nesta terça-feira (22), a maré está prevista para atingir 3,7m às 2h06 e as 14h19, 3,6m.
Mesmo com estes números altos, o coordenador do Inmet, José Raimundo Abreu, acredita que não é o suficiente para a água do rio invadir o Mercado do Ver-o-Peso, por exemplo. “Com este tamanho sobra ainda uns dez centímetros para água entrar na Pedra do Ver-o-Peso. Se coincidisse com uma forte chuva, poderia acontecer de entrar um pouco de água”, diz.
Ele acredita que este ano, as marés altas e fortes estão acontecendo mais no oceano, e não na Baía de Guajará. No Ver-o-Rio, a maré cobriu o cais e chegou até a ponte. O laguinho onde fica o Memorial dos Povos Indígenas também ficou cheio. As crianças que moram no local aproveitaram para tomar um banho no rio. Na avenida Doca de Souza Franco, com a Avenida Marechal Hermes, o canal estava no limite.
O canal da avenida 16 de novembro nem chegou ao seu limite com a maré alta de hoje. Mesmo assim, técnicos da Defesa Civil Municipal continuavam distribuindo folders com os horários e dias da maré alta nos meses de fevereiro, março e abril, para as casas e comércios que ficam próximo ao canal que percorre a avenida. A prevenção é a melhor medida encontrada para que não ocorram grandes perdas materiais em casos de alagamentos.
A Defesa Civil recebeu 60 chamados de emergência incluindo os distritos de Outeiro, Icoaraci e Mosqueiro, ao longo do fim de semana. Deste, 32 foram em Belém. De acordo com a arquiteta Rosário de Sá, técnica do órgão, a maioria dos atendimentos realizados em Belém foram na Avenida Tamandaré e transversais, onde o canal transbordou devido a intensidade de chuva na última sexta-feira (18), aliada ao fenômeno da maré alta.
Ação preventiva - “Quando a maré alta entra no canal, impede que a água da chuva chegue no rio. Essa água então fica no seu limite nos esgotos, ao invés de escoar para o rio”, diz José Abreu sobre o escoamento da água coincidindo com as fortes chuvas e a maré alta. Para evitar estes problemas, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) fez a desobstrução do sistema de microdrenagem (tubulação e bueiros) das áreas que costumam alagar com a maré alta, como o Ver-o-Peso e o centro comercial.
Há quase duas semanas é feita a manutenção preventiva com carros hidrojato de dia e à noite. Já foram desobstruídos bueiros da área do Ver-o-Peso e Tamandaré, além de outros localizados em pontos críticos de alagamento. O objetivo é dar mais rapidez ao fluxo das águas, que, nesse período de marés altas, aumentam de volume.
A ação chamada "Operação Inverno", que começou em setembro de 2010, é uma prevenção às chuvas intensas do início do ano. Desde então, os trabalhadores da Secretaria já retiraram mais de 32 mil toneladas de resíduos de canais, valas e bueiros. Até agora, as equipes já fizeram a limpeza manual dos canais da Bernardo Sayão, Caripunas 1 e 2, Três de Maio, Antônio Nunes, Caraparu, Marte, Timbiras, Ana Deusa, Quintino, Nina Ribeiro, Lago Verde, Parque Vitória, Mário Cardoso, Generalíssimo e Tucunduba.
Esses trabalhos também foram realizados no canal da Antônio Baena. No momento, os trabalhadores fazem a limpeza dos canais Una 2, Pirajá e Paracuri. Já a dragagem, realizada com o uso de equipamentos que retiram a lama, aprofundando o leito dos canais, já ocorreu nos canais Leal Martins, Vileta, Timbó, Angustura, União e Santa Cruz, Cipriano, Bernardo Sayão, Mundurucus, Santa Izabel 1, Paracuri, Parque União e Gentil. Os trabalhos, agora, estão sendo feitos no Canal Caraparu.
Serviço: Se alguém tiver dificuldades com a maré alta, podem entrar em contato com o CIOP 190 ou o Corpo de Bombeiros 193, que acionar a Defesa Civil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário