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| (Foto: Tarso Sarraf) |
Ana Paula Padilha ainda não havia conquistado o merecido descanso. Na manhã seguinte à sua sagração como Miss Pará 2011, que aconteceu na última quinta-feira (16), em Belém, a representante do município de Castanhal apesar de não ostentar o mínimo sinal de cansaço através da maquiagem impecável e cabelos milimetricamente penteados, reclamava da mais deliciosa insônia que havia experimentado. “Não consegui dormir direito, toda hora acordava, como se não acreditasse que o sonho é real”, contou, à mesa do café da manhã, no restaurante do Parque dos Igarapés, enquanto se recuperava da noite anterior.
Ela estava finalmente sentindo o peso - que se acumulava desde novembro do ano passado - aos poucos ser retirado de seus ombros. Durante o período de seu programa de treinamento para o concurso, os sacrifícios envolviam uma restrita dieta, exercícios diários e uma cirurgia plástica a pouco menos de um mês do evento. “Coloquei silicone nos seios. Tirei os pontos vinte dias antes do desfile. Sentia muita dor, mas mantive a disciplina. Só faltei a um ensaio por causa da cirurgia. Mesmo durante o período de recuperação, eu ia. Ficava em um canto sentada, só escutando, mas não faltava”, diz.
Somou-se ao tremendo esforço individual a atribulada agenda de Miss que incluía ensaios diários para acertar os passos da coreografia e marcar os detalhes do desfile. Além disso, a preparação envolveu aulas de etiqueta e história do Pará. Um intensivão de dois meses no qual as 25 candidatas que concorreram ao concurso tiveram que assimilar uma enxurrada de novas informações ao mesmo tempo em que esqueciam velhos hábitos.
“Eu, que tenho uma formação de modelo, tive que me reprogramar. A modelo de passarela tem um andar pesado, com passadas marcadas. É uma questão de atitude. Já a Miss tem que ser graciosa. Temos que aprender boas maneiras, se portar alegremente. Na passarela os passos são leves, são quase saltos. Sorrir é essencial. A miss é tudo o que a modelo abomina”, brinca.
Mesmo com apenas 18 anos, Ana Paula teve muito o que “desaprender”. Ela começou na carreira de modelo aos 15, quando foi descoberta no concurso da agência Ford Models. Concorrendo ao lado de outras duas mil garotas de todo o Brasil, ficou classificada entre as 30 finalistas. No mesmo ano, foi selecionada para participar da final do Palmolive Mega Models, em Brasília. Aos 16, foi contratada para desfilar como modelo de show room para a estilista Glória Coelho, em São Paulo. Foram três meses trabalhando para a marca.
Depois, de volta ao Pará, seguiu com uma série de pequenos trabalhos fotográficos e propagandas. Ai veio o vestibular no ano passado e Ana Paula resolveu dar um tempo. Passou na faculdade de jornalismo na FAP, em Belém, e sua vida caminhava para outros rumos que não o da passarela, até que apareceu um supermercado no caminho.
“Quando eu era adolescente, fui convidada para participar do concurso de Miss Pará pela produção. Mas, como eu era muito nova, meus pais resolveram segurar. Um belo dia minha mãe estava no supermercado e se encontrou com um dos responsáveis da produção, que refez o convite. Foi assim, por acaso, que resolvi me candidatar a miss”, relembra.
Agora coroada de fato, Ana Paula Padilha se prepara para o Miss Brasil 2011, que acontece no dia 16 de julho, em São Paulo. Ela se diz preparada, mas não esconde uma pontada de ansiedade pelos dez dias de reclusão obrigatória que antecedem o desfile. Trancada no hotel, sem telefone ou internet, ela já sofre por antecipação por ficar afastada de família. “Vai ser um esforço tremendo. Mas eu vou ter que botar isso de lado e me concentrar. Quero ganhar o título”, desabafa.
Mas antes de voltar às lições de miss, Ana Paula terá outro tipo de aula: a de direção. Ela, que ganhou junto com o título um Ford Ka 0 Km, já botou na sua apertada agenda as aulinhas da auto-escola. “Não sei dirigir, mas acho que vou tirar de letra”, diz. Alguém duvida?
(Diário do Pará)
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