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segunda-feira, outubro 31, 2011

Presos e egressos conquistam espaço no mercado de trabalho




A gerente Albertina Oliveira
No Pará mais de 1.500 detentos e egressos do Sistema Penal estão inseridos no mercado de trabalho. Boa parte deles (1.361) ainda permanece sob custodia, mas presta serviços em empresas públicas e privadas por meio de convênios. Outro grupo, dos que estão em liberdade condicional, que já cumpriram a pena ou que estão em prisão domiciliar, também está trabalhando, recebendo acompanhamento psicossocial e capacitações. Os dados são da Superintendência do Sistema Penal do Pará (Susipe), que mantém núcleos dentro e fora das casas penais para oferecer assistência social e profissional aos presos e egressos, buscando a garantia de direitos e a reconquista da cidadania.
A gerente do Grupo de Trabalho e Assistência aos Egressos e Famílias, da Susipe, Albertina Oliveira, conta que há dois tipos de apoio à população carcerária em relação à garantia de ressocialização. A primeira delas ocorre ainda nas Casas Penais, onde os presos têm a oportunidade de participar de cursos de capacitação e se candidatar a vagas de emprego em empresas conveniadas ao Sistema Penal. O outro caso refere-se aos egressos que não fazem mais parte dos regimes fechado ou semi-aberto. Eles tem a opção de procurar a Susipe e participar de cursos profissionalizantes, além de serem cadastrados em possibilidades de trabalho – a principal delas é a Fábrica Esperança.
“Nós temos esse trabalho para garantir os direitos e a reinserção - ou inserção, em muitos casos - dessas pessoas no mercado de trabalho. Quando o egresso nos procura nós providenciamos toda a documentação dele, fazemos avaliação psicossocial e jurídica, o encaminhamos para cursos profissionalizantes e para a Fábrica Esperança, onde ele poderá trabalhar em diversos setores, ou ainda ser encaminhado para outras empresas e órgãos conveniados”, explicou Albertina, que ressaltou que a maioria dos egressos não possui documentos e a qualificação necessária para o mercado de trabalho.
Segundo Albertina, o programa funciona desde 1995, garantindo a ressocialização dos presos, conforme estabelece a Lei de Execução Penal. Desde então, diversas parcerias e projetos têm reforçado o trabalho desenvolvido pela Susipe. Um desses projetos é a Fábrica Esperança, que foi inaugurada em 2005, para servir como pólo de produção e socialização do Estado.
Esperança - Atualmente, a fábrica está se tornando referência na produção de confecções nas linhas operacionais, administrativas, hospitalares, malharias e ecobags, produzindo uniformes, malhas e outros artigos para órgãos públicos e empresas privadas. Entre os clientes da Fábrica Esperança está o Pro Paz, Hospital Ophir Loyola, prefeituras do interior, planos de saúde e até empresas de outros Estados, como Minas Gerais e Distrito Federal. Boa parte dos funcionários são egressos do Sistema Penal, que encontram na fábrica uma oportunidade para crescer profissionalmente e conquistar o seu espaço na sociedade.
Emerson Marques, 35 anos, trabalha há cinco anos na Fábrica Esperança. Desde então aprendeu uma série de atividades que o fizeram planejar o futuro: “Eu sempre gostei de trabalhar como artesão. Antes de ser preso eu tinha uma oficina. Aqui eu desenvolvi ainda mais essa habilidade com serigrafia, desenho, pintura, e também aprendi a fazer projetos gráficos no computador. Quero sair daqui e ter o meu próprio ateliê”. O rapaz, que já cumpriu totalmente a pena, acredita que este plano poderia não se concretizar se não fosse a experiência obtida na Fábrica Esperança. “A gente sai da prisão, mas enfrenta a falta de oportunidade. Aqui nós temos o que precisamos para conquistar o nosso trabalho”.
Assim como Emerson, Josué Campos, 26 anos, também achou na fábrica a oportunidade que precisava para seguir a sua vida no caminho certo. “Comecei aqui como auxiliar de serviços gerais, atividade que faço até hoje. Mas estou me preparando, fazendo os cursos que oferecem aqui, pois quero chegar a auxiliar de administração. Eu tenho potencial para isto e sei que vou conseguir”, conta o jovem, que antes de chegar à Fábrica estava desempregado havia sete meses.
Thiago Melo – Secom

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