Amor, colo, carinho e aleitamento materno. Esta é a combinação utilizada no Método Canguru, um tratamento que ajuda no desenvolvimento de bebês prematuros. O método foi criado no ano de 1979 em um hospital infantil de Bogotá, na Colômbia, e denominado “Mãe Canguru” devido à maneira como as mães carregavam seus bebês após o nascimento. Hoje, segundo o Ministério da Saúde, mais de 100 maternidades no Brasil praticam alguma etapa do Método Canguru. No Pará, o tratamento é realizado integralmente na Santa Casa de Misericórdia, desde o ano de 2004.
Atualmente a Santa Casa dispõe de 11 leitos para esse tipo de tratamento, que é realizado em três etapas. A primeira consiste na recuperação do bebê prematuro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A segunda etapa acontece na “enfermaria canguru”. Lá as mães são incentivadas a ter um contato pele a pele precoce com os seus filhos, sendo os bebês colocados entre as mamas de suas genitoras em posição vertical. “O afeto influencia no ganho do peso do bebê. Através do contato diário com a mãe, a criança passa a ficar calma, tranquila e feliz. Todos esses fatores contribuem para que o bebê passe a mamar com mais frequência e ganhe peso mais rápido”, explica Suelen Figueiredo, terapeuta ocupacional da Santa Casa.
Ao chegarem à enfermaria canguru, os bebês pesam em média menos de 1 quilo e 800 gramas e só podem sair de lá depois de atingirem o peso de 2,5 kg. “Os bebês prematuros ficam muito tempo na UTI e se afastam de suas mães. A separação pode levar a uma interferência negativa na formação dos laços afetivos, o que pode afetar o desenvolvimento psicoemocional desse bebê”, ressalta a terapeuta.
A estudante Stefani Ramos, 26 anos, comprova o resultado do tratamento. A filha dela, Maria Vitória, nasceu com 680 gramas com apenas 27 semanas de gestação. Apos quatro meses, a menina já está com 1,8 kg. “É muito bom ver minha filha crescendo e se desenvolvendo. Chegamos a pensar que ela não sobreviveria. Graças ao método canguru ela está melhorando”, diz a jovem que passa o dia inteiro no hospital com a filha. Sempre que pode, o marido dela também fica no hospital acompanhando o crescimento da filha. “Os pais também participam do método. Inclusive nós o incentivamos a colocar o bebê na posição canguru. Quanto mais carinho a criança receber, mais rápida será sua recuperação”, conclui a terapeuta ocupacional.
Bruna Campos – Secom
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