A campanha "Outubro Rosa", realizada em todo o Brasil para sensibilizar mulheres e homens sobre a importância da prevenção do câncer de mama, foi encerrada nesta segunda-feira, 31, no pátio do Nível Central da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sespa). A ação, mais uma vez, chamou a atenção para a importância da realização de exames para um diagnóstico precoce do câncer, que além de acometer muitas mulheres, atinge, ainda que em menor escala, também a população masculina.
"O momento, inclusive, reúne os profissionais de saúde para mostrar que somos os primeiros a aderir essa causa, que não deve ser restrita a outubro, que nada mais é do que uma simbologia para marcar um combate que deve ser feito todo tempo", afirma a coordenadora estadual de Saúde Primária da Sespa, Jane Neves.
Segundo ela, a realidade da doença é preocupante no Pará, visto que é segundo tipo de câncer mais incidente entre mulheres, perdendo só para o câncer de útero. De acordo com estatísticas disponíveis no site do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no ano passado 640 mulheres em todo território paraense apresentaram um diagnóstico positivo. Desse total, 400 só em Belém.
Junto com outros coordenadores envolvidos na gestão da saúde primária, Jane Neves conclamou o empenho dos profissionais de saúde acerca das recomendações para o controle da mortalidade do câncer de mama, que complementam as lançadas em 2010, por ocasião do Outubro Rosa. "É uma forma de ampliarmos as discussões sobre o tema no Pará no sentido de contribuir na mobilização dos movimentos organizados de mulheres. Medidas como essas fortalecem políticas públicas e contribuem para o controle do câncer de mama no Pará", afirma uma das técnicas da coordenação estadual da Saúde da Mulher, Michelle Monteiro.
Estado e Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), tem buscado agilizar o atendimento às mulheres, que devem realizar o exame a título de prevenção. Entre as ações está a ampliação do acesso ao exame de mamografia, que poderá ser solicitado, agora, por médicos da Saúde da Família e não apenas por especialistas dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). A gestão atual constatou que menos de 50% das 4.285 cotas disponíveis de mamografia vinham sendo utilizadas na capital, caracterizando ociosidade de mamógrafos, enquanto dezenas de mulheres esperavam pelo exame.
Recomendações - A mobilização em torno do "Outubro Rosa" também foi encerrada com uma série de recomendações aos profissionais de saúde para que disseminem entre a população. "O câncer de mama não dá sinal de existência nos estágios iniciais de desenvolvimento. A aparência externa dos seios continua igual, não há dores, e nenhum tipo de mal-estar. Nesse momento, só mesmo os exames clínicos e a mamografia podem indicar o problema. Numa fase bem inicial, a chance de cura chega a 98%", alerta Jane Neves.
Em relação aos homens, não há uma idade com maior probabilidade de desenvolver a doença. Por isso, todos devem ficar em alerta e realizar o autoexame. "O preconceito, a resistência do homem em procurar qualidade de vida e a falta de informação sobre o câncer de mama também atingem o sexo masculino e as estatísticas apontam que, para cada 80 mulheres com câncer, um homem desenvolve a doença", lembra o técnico da coordenação estadual da Saúde do Homem, Andrei Porpino.
De uma forma geral, a única saída para se livrar do câncer de mama é fazer a mamografia. Segundo a indicação clínica, toda mulher na faixa de 50 a 69 anos deve fazer o exame clínico da mama (de toque) anualmente e a mamografia a cada dois anos, mesmo que não apresente nenhum sintoma ou histórico familiar, porque esta é a faixa etária de maior risco. As mulheres de 40 a 49 anos que não apresentam nenhum sintoma ou histórico devem fazer o exame clínico anualmente, e caso apresentem algum nódulo, a mamografia será indicada. Para as mulheres de 35 a 39 que apresentam casos de câncer na família, o exame e mamografia deve ser realizado anualmente”, alerta.
O exame deve ser solicitado na Atenção Básica, já que existe um programa do Sistema Único de Saúde (SUS) especificamente com esta finalidade. E para monitorar a incidência da doença em todo o Brasil, o Ministério da Saúde (MS) criou Sistema de Informação do Controle do Câncer de Mama (Sismama), que permite o rastreamento e avaliação rápida dos dados de câncer de mama.
Mozart Lira - Ascom/Sespa
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